quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Dos ultimos devaneios.

"Eu estou sempre pronto para morrer."
Uma vez, numa dessas bebedeiras, escrevi essa frase, e dei tanta importância, que as prendi entre aspas, e as aspas são o que deixa as frases sujeitas a algo especial, ou um tanto enfática. Noutro dia, um dia depois daquele em que eu certamente não lembro mais, porque estava bêbado, foi um susto; eu me assusto com o que eu escrevo, porque na maioria das vezes, eu não lembro porque eu escrevi aquilo.
Era segredo. Eu, às vezes não tenho concepção nenhuma para um texto meu. Alguns não querem me dizer nada. Daí, as pessoas que lêem e se identificam, fala pra mim; "Pô, gostei mesmo, me passou uma mensagem legal...” “Foi mesmo? Que mensagem?” “Tal e tal e tal...” Dependendo da mensagem, ela fica.
É, eu roubo os sentidos que as pessoas dão para os meus esforços, e fica como sendo meu. Não ando lá muito bem da cabeça, a sensação de morte anda iminente... há uma frase assim, em algum livro, assim, nesse sentido... acho que é no livro "Cem anos de solidão".
É, achei, é no livro "Cem anos de solidão". Fala sobre Melquíades, um cigano esperto, amigo de José Arcádio Buendia, não sei se era por ser um cigano misterioso e alquimista, que ele havia se tornado um rato de laboratório, um alvo de mal tenaz. Melquíades, hora ou outra com a sua velhice assombrosa, carregava nas costas uma pá de doença, pragas, catástrofes, tudo no gênero humano da coisa. A pelagra na Pérsia, o escorbuto no arquipélago da Malásia, a lepra em Alexandria, o beriberi no Japão, a peste bubônica em Madagascar, fora os terremotos e os naufrágios. Não que eu seja um cumulo de doenças, talvez uma orquite e uma sífilis, mas nada demais. mas comparo a sensação de morte que ele_como eu_ tem de vez em quando.
"... A morte o seguia por todas as partes, farejando-lhe as calças, mas sem se decidir a dar o bote final.”

É quase uma síndrome de pânico, diria, decorrente. Tudo isso desde minha primeira convulsão no meio da rua... Eu, as vezes não tenho Gabo o tempo inteiro, e ele nem gosta de me deixar só, mas ele gosta de dormir e eu gosto de amanhecer na rua, por isso, por teimosia, quase sempre, volta em meia eu tô sozinho.volta e meia eu tô de volta.E por falar nessa crise de epilepsia súbita e vaga, vamos rir dela, com elegância.Sem perder o sentido, e só para saberem. foi exatamente assim que tudo aconteceu, assim mesmo, como nesse video do youtube . Sendo que eu seja o Chicó da estória, tudo bem, Gabo é João Grilo, e o cangaceiro é a morte. Até a mentira de depois é igual, a minha volta.





"Ipse Dixie? Apertem os parafusos!"

2 comentários:

juka_lordello disse...

-

Oi dooom,
Parabens pelo seus 106 dalmatas, digooo post!

Gostei do devaneio, só não gostei de que são os ultimos :S

flws

Isa Dora disse...

Hahaha. Esse texto foi muito massa. Interessante de verdade, eu achei. Como disse acima o Juca, devaneios demais, mas eu adoro.
Beijos Dom.