quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O velho Peixoto e Lola. Lola e Renata.

Lá vai, a bola, girando na roda, quem tiver, com essa bola, na mão, depressa, pule, fora!

Pick up, pin up, beck up, acende, puxa, prende, passa.

Passa o beck Lola! Pule fora!

Ei! Pra onde a Lola vai correndo assim, em direção ao pasto?

Essa menina é maluca, que viagem crazy pra xuxu.

Ei pessoal! A Lola ta fugindo com o nosso beck!

Vamos pegá-la!

Vamos!

Não pessoal! Para né! Correr gasta noventa e nove virgula nove porcento da viagem.

E o que faremos?

Deixa essa filadapulta pra lá, vamos rezar para ela começar a se sentir sertão, e morrer de sede, tomara que ela tenha uma bad trip, um teto preto, uma sala branca.

Lola! Lola! Lolinha! Gritava na casa grande, subindo as escadas apressada, deixando a sua saia sambando, e suas gorduras sacolejando. Seu nome era Renata, era gorda e bochechuda, era uma dessas meninas sem rumo por ser feia e gorda, Renata é uma dessas meninas que sonha em ser popular, mas ninguem a ama, tentou o grupo dos cdf´s, mas num certo dia, errou uma conta aritimética, e foi expulsa do grupo. Tentou ser do grupo dos capachos dos populares, é o grupo mais acessivel para chegar mais rápido no topo, alguns, os mais espertos, conseguia passar de fase, conseguia deixar de ser capacho e virar popular. E esperta ela não era. Mas era capaz de se humilhar, isso Renata sabia fazer bem, e com esmero.

Sabia de uma coisa, que eu julgo verdadeira e tambem nescessária.

É nescessário se humilhar para chegar lá no cume, e humilhar quem está em baixo. Pois é. cuspir na cabeça das pessoas lá do alto. o hobby de Lola Lo Lo. L. J.lo. jota eli ó. o ó. Renata ta lendo o livro. "Os prazeres que só os bonitos podem ter." atrás do livro tem escrito. "Desculpe as feias."

Ta desculpado, porque eu gostei da sacada!

Renata nem cogitava tentar ser do grupo das meninas super poderosas, o grupo das loiras lindas que passam brilho na boca para fazer boquetes luminosos nos meninos na hora do recreio. Uma vez, Renata pegou a Luisa Brooklin fazendo um boquete no Mauricio, no vestiário, no intervalo do jogo de futebol, Luisa Brooklin havia prometido as amigas que chuparia aquele que fizessem mais gol.

E Renata viu, quando passeava com a sua polaroid, viu a Brooklin de joelhos dobrados implorando a porra de Mauricio. E suspirou...

Nossa, como ela chupa com elegancia...

Renata é virgem, do signo de virgem, conheceu Lola quando ela estava no patio da escola, sozinha, comendo um enorme sanduiche de frango e salame. Haviam roubado o lanche de Renata para vê-la furiosa, eles descobriram o segredo de Renata, eles agora sabem que Renata é capaz de matar um, quando está com fome, fica parecendo uma personagem dos livros de Steph King. aquela que é estranha.

Lola dividiu o enorme sanduiche de frango e salame, em troca de um segredo.

"Afinal, você é tão gorda, deve esconder muitos segredos entre as pernas."

"Nãaao. Não tenho segredos. E o que isso tem haver, por eu ser gorda?"

"Você não tem fome de comida, você tem fome de amor. Mas como ninguem te ama, isso te tranforma em fome insaciável de comida, isso faz você comer tudo que vê pela frente."

"É verdade, eu sou capaz de devorar. E isso é um segredo."

"Ora! Um segredo que todos já sabem não é mais um segredo!"

"Por Deus, eu estou tremendo de fome..."

"Primeiro, o segredo."

"Ta. Eu vi a Luisa Brooklin chupando o Mauricio no vestiário!" (Explosão)

"Que interessante..."
Foi chamada de burra algumas vezes, por Lola mesmo, por ter tido a chance de registrar o momento do ato devasso da menina rica, e não ter registrado. Mas Renata já sabe que ela é burra.
Tornaram-se amigas. E foi assim que Renata começou a fazer parte do grupo da fumaça, aqueles grupos rosas que nascem em estrume, que não fede, nem cheira. Renata tentava ser todos, só não tentava ser ela mesmo.

Chegando no topo do prédio, na cobertura, avistou Lola de calcinha e sem sutiã, deitada numa cadeira branca, dessas de praia... achando que está na praia. tomando um refrigerante achando que é um martine, lendo a revista Caras, achando que é a Vogue, fumando um lapis, fingindo ser um cigarro. Nos olhos, uns oculos desse de madame protegia contra os efeitos.

"Lola, tu se importaria se eu tivesse uma inveja construtiva de você?" _dizia Renata, sentando ao lado de Lola.

"Eu quero dormir, escrever numa camisa velha, a tua frase na camisa. Gnomos existem, são minha escolta."

"Pede permissão pro Cazuza. É dele."

"Melhor..."

"Melhor por quê?"

"Porque ele está morto."

"Melhor. Ele está perto de Deus, você não ta."

"Eu amo Deus, a minha lingua coça para dizer o que eu quero, mas ela recua."

Eu te queria desde da barriga de sua mãe Lolinha, eu te escolhi no berçário, eu vou te criar até os dez anos, daí em diante, eu vou te amar, como um homem, como a minha ninfeta. A crueldade que eu como toda manhã.
É França, é frio, domingo de setenta e oito. cinco horas da tarde.
Eu, Peixoto. quem vos escreve o relato seguinte.
Eu vi a Lolita de Nabokov, muleca sentada no meio fio, e pernas brancas e lisas saltitando do meu coração, eu tive tesão e gozei roendo as unhas, como um velho débil mental.
Ela me olhou tambem, depois de um tempo de cabeça entre as pernas, ocupada de pensar, só assim eu pude notar a sua franja, suas sardinhas em volta do nariz e dos olhos claros, uma beleza agressiva.
Ela gozou sorrindo. Do verbo debochar.
Pois a mão na cabeça, apoiando seus sentidos, logo, ela se fechou novamente em copas de ouro, em posição fetal.
Eu gozei roendo as unhas, eu tinha 76 anos e parecia que eu tinha 74, era um domingo de tarde, num desses dias que temos a imprenção de que um assassinato está preste a acontecer, ou um suicidio duplo.
Quanto a Lola, eu nunca mais a vi. As vezes, em meus sonhos, nos domingos menos propícios a melancolia.

Meu nome é Peixoto, sou velho e babão. Tenho um olhar desnutrido e morro de fome.



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