quarta-feira, 6 de junho de 2007

Pois Zé.


1989Guilherme diz:
pois.
Dom. diz:

1989Guilherme diz:
ruela.
Dom. diz:
na rua vê ela.
1989Guilherme diz:
ela cantarola sem avental, debaixo do sol, onde brilha a luz da casa vinda da janela.
Dom. diz:
a lua entra no swetter da noite, e tudo esfria. e a janela implora chá de camomila
.
1989Guilherme diz:
janelas pra que te quero e aí ela vibra a garganta "qual delas, qual delas, onde entrar, por onde passar?" e ela geme sob a penumbrosa noite e ela freme e muda de cor feito a um cameleão e ela treme e ela aguenta mais um pouco até que seu amigo rouco vem até seu decote lhe convidar...
Dom. diz:
quer pó com pacto? pq é nescessário gritar sem acordar o medo, e zé precisava dizer "eu te amo" com voz rouca, como se forçasse para parecer audivel, a rua teria que escutar. a rua... ela.
1989Guilherme diz:
Bip. mais um madrugada adentro/ Frescor sonolento que vem do riacho/ Veraneio ameno enrolado nos cachos dela/ e ela geme e ela treme, como se fosse a última das horas e ela freme e grita como se não tivesse mais como sair dali...
Dom. diz:
Ela não sabe gritar. Daqui, Dalí salvava a dor exposta na face dela, com aquarela carvão sob tela, tudo era de um charme tecnicollor, e ela andava levemente bêbada pela praia, como que se flutuasse...

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