quarta-feira, 6 de junho de 2007

Morfo e chá com açucar.


Eu senti o gosto da depressão. Sabe qual é o gosto de perder um filho, minha mãe?
Eu falo de paladar, sabores e desabores minha mãe. Hoje, eu sentir o gosto do maldito, das horas que chegam inexplicáveis, que me corroem o peito vivo com cheiro de benzina fria e ice kiss de menta.
Era um gosto tão simples, o gosto que eu não irei mentir em hipótese alguma, porque eu só escrevo para falar a verdade, mesma que a verdade saia turva e ninguem entenda.
Não soube decifrar qual era o gosto exato do mal, do sentimento "fundo do poço", não soube porque sou um bocado disperso, e quase me perco agora... Mas peguei a linha. Vamos pôr um ponto de continuação e continuar o relato verdadeiro em outra linha que quase não se mostra, não era nítida, como deveriam ser todas as coisas?
Ontem, eu estranhei o espelho novo comprado por alguem que mora comigo, não estranhei o simples espelho novo comprado na feirinha suja, onde abriga frutas tropicais, cumplices dos mijos dos homens bêbados, homens-cães que mijam em qualquer lugar. E eu digo; escolhendo as palvras, que na hora de ler tudo se resume.
Estranhei a nitidez do meu rosto velho e barbudo, guardião de cravos e espinhas, sombrancelha mal feita, e enquanto ando, vou formando seios tortos nas meninas ninfas, enquanto o sol se põe e eu as observo com um certo desejo peculiar. A minha boca que anda mais descascadas do que as paredes da minha alcova. paquera.
Eu disse alcova! Ouviram? Ainda não cova. Não sou o vampiro de Curitiba, nem de lugar algum! Não sou vampiro.
As nuvens negras cor de sua roupa percorre a cabeça da menina que gritava: "Eu não quero morrer assim! Eu não quero morrer assim!"
E eu ria do seu riso, que era um sorriso engraçado, um tanto grotesco e desesperador, ela escondia os seus dentes com o pão, comia olhando os móveis calados da sala, e os imóveis falantes da varanda, ou da sacada, os dom´s, os belzebú´s da vida e da morte.
Eu gostaria de ver a reação das pessoas que me lêem nesse exato momento, nesse exato texto, que cheiro tem? estás impaciente leitor? me poupe, eu sou disperso e ainda uso thc. Não cobre de mim, a roupa que eu não posso te dar, estou ouvindo a melhor musica que não me eleva, no fim, ela acaba súbita, e eu fico querendo mais... e eu fico querendo algo...
Onde estava... Onde estava?
Passe os olhos no inicio e continue o fim, dê cabo nele antes que ele dê em você. Estava no gosto!
Tudo me parece tecnicollor, e os sentimentos tem cheiros e gostos sim, o gosto que eu sentir do mal era um gosto de pús, mas com a textura pastosa do molho da salada boa que eu comi hoje no almoço.
Xuxu, preciso parar de escrever e me alimentar mais, volte outra hora por favor, estou cansado.
Por ande eu andava, eu me furava com adagas...
Eu falei adagas!
Ainda terei adegas... Não sou piegas, e não quero rimas! Para o inferno a vida rimada! Prefiro a prosa à poesia!
Ponho um fim, e tudo se resolve. Dou cabo de mim!
E quem não gostou, que vá para a puta que o pariu!

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