quinta-feira, 28 de junho de 2007

Made in China


Da sacada da casa do mágico de Oz, no telhado do portão, eu encontrei um resistente robô cinza, havia anos que aquelas coisas estavam lá no telhado. Eu sou historiador e eu o achei, numa expedição que fiz em uma das minhas viagens, meses de chuva, meses de sol, uma pitada de limão.
Os olhos do robô eram enferrujados. Olhos de ferrugem, era o que mais bonito tinha nele, e o que mais se destacava, tudo que é bonito se destaca?
Acho que de uma certa forma.
O amor precisa de oleos e bacons, falar pouco e sentir mais. Gasta.
Eu resgatei o robô com minha vassoura, coisas se quebravam na minha cabeça, nesse mesmo momento alguem morre, alguem trepa, alguem reclama, alguem vive, alguem ora, alguem arma um maléfico plano, alguem bebe, alguem escreve, alguem fala mentiras, alguem escuta verdades. As pessoas fazem tudo ao mesmo tempo agora!
Coisas da humanidade...
Meu coração ta no telhado, ele tem, o que eu eu chamo de, olhos brancos. As paixões tem cor de caqui e gosto de uva. Meu coração tem mãos e luvas, braços de canudo, meu coração não tem boca, fala com os olhos, é estragado. Meu coração só tem uma perna, as paixões andam com dificuldade.
Ele veio made in China, mas tem olhos abertos, por mode ter sido pintado por alguem assim. Meu coração é defeituoso. O meu coração não é grande como o de minha mãe, é porque ainda não tenho filhos e não guardo rancores. Tem sapatos e meias, maio, junho estamos juntos. Meu coração cabe na palma de uma mão, não tem juízo, está quebrada a cabeça. Tem um pau enrrabado no meu coração.
De coração para coração, coisa honrrosa e ousada.
Meu coração veio da fábrica podre, eu dei o meu coração para o homem do lixo, e ele jogou na lata do lixo do zodíaco.
As coisas vão ficando turvas para os signos do final. Capricórnio, aquário e peixes.
Sou porra-louca mas tenho a paciencia de Capricórnio. Meu coração tem as mãos abertas, coisas de Emanuel...
Meu coração foi pro telhado, é aleijado e parece que está sempre feliz, meu coração está sempre valsando, mas não é pra mim. É pra vida passar mais depressa, ou se cansar.
Já viram uma vida sentada?
O meu coração, é a procura do homem de lata ou do resistente robô de plástico?
(Escute o Amor é feio. Dos Tribalistas.)

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