quinta-feira, 28 de junho de 2007

Os bons da cabeça.


Quase sempre, tambem somente quando leio coisas boas_ em atitude particular_ como o livro da Fernanda Young, eu me sinto fodidamente abalado, todavia quando consigo encerrar um capitulo, porque paro de ler e dou pulos de alegrias. Como a escritora Ma Satya Bharti fazia ao ler o primeiro livro do Rajneesh. Ela dançava e dizia: "Sim! Obrigada! Mil vezes obrigada!"
Não que eu dance, não é pra tanto, nem sei dançar. Só gostaria muito de ter escrito aquilo que leio com fome de leitura, invejo a capacidade das pessoas de escrever bem, de criar estórias... eu sou tão disperso bicho...
Mas ainda quero parir um livro, tão gostoso e vivo quanto esse que leio.
"As pessoas dos livros"
Eu sou um ser invejoso, isso me destrói, destrói a força lacônica e oculta que me empurra para o limiar de um romance, de escrever um romance. Será mesmo que eu quero um romance?
Não. Que seja um livro! Quero um livro meu, e é como se gritasse: "Eu quero um filho!"
Até estou escrevendo um, com um amigo que eu ainda não conheço, mas que hoje mora em Portugal. Acredito pra caralho nesse livro. e eu sei que eu estou adiando de tocá-lo, pois ele, dessa vez está nas minhas mãos, sob minha custódia. Preciso me organizar, publicar a enxurrada de textos novos nos blogues, e quando as casas estiverem arrumadas e tudo estiver limpo, à noite, comprarei cigarros, e fumarei três de uma só vez, aproveitando o frio, conversarei com alguem, ou talvez, quando chegar a vez, queira ficar sozinho, com a boca amarga e um drink, quem sabe uma água ardente de cana envelhecida.
Continuarei o livro com a lucidez que Deus me deu, mas tenho que tratar de algo psicodélico... Não posso me dar ao luxo de ficar a mercê das inspirações e dos beck´s que me relaxam. Tenho pressa.
Quero domar minha escrita, vai ser uma vitoria pra mim.
Até comecei um romance policial, o Banho Maria é interessante, mas bastante genuíno, com diálogos extensos como numa peça teatral. Era um romance cinematografico ou um livro teatral, algo assim perto disso, mas no entanto, bem mais ou menos. Comecei esse livro com 14 para 15 anos de idade, era um peça teatral para a escola. Conhecia pouco dos muitos escritores que hoje conheço! E os que ainda estou para conhecer!
Não estava preparado, hoje não sei se estou preparado para escrever um livro, sim, já estou escrevendo um. Mas tem o Guilherme segurando as pontas.
Prometo me dedicar.
Quanto ao Banho Maria, que me dediquei e depois abdiquei na página... trinta e oito? por aí... Não sei se volto com ele, é um romance cheio de supense, mas não sei se o quero mais.
Empacar é uma merda.
Uma mulher grávida na avenida Central grita: "Alguem pode me dar um tiro na barriga?"
Talvez eu o rescreva, talvez eu o jogue fora, mas é bem mais provável eu retalha-los em pedaços, até reduzirem a contos que me lucrem elogios.
Eu sou um lerdo que tem vontade de falar, começo sempre com uma coisa e termino com outra, é como um distraído, ou como um esquizofrênico que não é hábil o bastante para acertar o caminho de casa, por isso estou sempre voltando para o começo, para tudo ter um fim, um fim imediato nos meus textos.
Quando eu leio coisas boas, eu me sinto inssonso, vazio, é a inveja.
Eu preciso acreditar em mim para afogar minha inveja. Me destroi porque me desmotiva, não me acho bom o bastante, me parece que eu não tenho mais nada para dizer, é como se tudo que eu sinto já fosse ditos pelos assassinos.
Dos que me mataram, ou me cuspiram, ou me injetaram doses cavalares de melancolia:
Aldols Huxley. Dostoievski, Nelson Rodrigues, Hilda Hilst, Clarice Lispector, Drummond, Florbela Espanca e outros tantos que não me recordo, porque quem já apanhou de muitos só lembra de alguns.
O que eu sei é a unica coisa que acho que realmente sei.
O que me destroi é o bastante para me motivar a escrever.

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