quinta-feira, 28 de junho de 2007

O homem que tocava flauta


Numa certa noite, eu tive um sonho. Um homem que tocava flauta me encontrou, e me contou um sonho que teve, era um sonho dentro de outro sonhos, dessas coisas que só acontecem em fábulas, ou em mentes imaginárias.
O homem que tocava flauta cheirava benzina_drogas de punhetinha_ e no sonho dele, havia uma prancha, dessas de surf, mas não havia mar.
Um sofista estava em cima da prancha, mas ele não era surfista.
O homem que tocava flauta me contou que ela girava e o sofista girava junto e exalava flores lisérgicas e cores de ácido sulfurico.
O homem que tocava flauta era velho, mas no sonho ele era um garoto, seus olhos brilhavam com o brinquedo novo, como se descobrisse um novo mundo, uma civilização desconhecida. Ele queria ser, ele queria estar, ele queria sentir.
O poder do olhar chamou a atenção do sofista, o sofista disse:
"Quer brincar?"
O homem que tocava flauta respondeu com os olhos lascados de criança.
O sofista saiu, e o homem assumiu o centro.
"Pode brincar, porque vai ser para sempre."
Hoje, até a eternidade, e até o fim dos tempos, o homem que tocava flauta está no centro, e logo agora que ele descobriu que esse brinquedo é cansativo.
Eu acordei.
Mas o homem que tocava flauta ainda está lá.

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