quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
De volta a estaca zero
"O que tinha aqui? Peixe. Vou colocar mais para o senhor."
Um fila homérica para o rango, com direito a sobremesa e refrigerante por conta da casa.
Quando tudo amenizou e metade deles foram embora, eu fui almoçar, e comi de uma comida tão gostosa que eu pensei: "até parece que esse será o meu ultimo prato."
Comi muito bem, é bem verdade.
O salão estava podre, e nem fodendo eu iria lavar aquele salão sozinho. Adiantei muita coisa sozinho, já que o outro garçom teve que sair cedo.
Depois a filha do dono me chamou e acertou meu ordenado. Disse que eu não precisaria mais voltar.
"Por que? Vocês não gostaram do meu trabalho?"
"Posso ser sincera?"
"Sempre."
"Eu achei você muito parado. O salão tem que está pronto antes das onze horas,"
"Mas o salão sempre esteve pronto antes das onze."
"Eu sei. Mas o rapaz que trabalhava aqui deixava o salão pronto antes das onze, sozinho. Vocês são dois, e não estão rendendo como dois."
"Tudo bem."
"Não fique assim. Ligaremos pra você quando precisar... Algum evento. Manteremos contato."
"Estou bem."
Parado é o kct! É claro que eu chegava no trampo de ressaca algumas vezes, e me colocavam pra enrrolar talheres no guardanapo... e isso é muito chato de fazer, eu mesmo fazia dormindo...
Mas essa é toda uma desculpa.
Restaurante é um nicho de peçonhentos, é um burburinho aqui, uma conspiração, você tem sempre aquela impressão de que sabem mais do que você. Minha mãe me alertou, e eu fiz o que ela mandou, fiquei na minha, sem muita conversa com todo mundo, fiz o meu trabalho, e fiz muito bem.
A conversa não chega na cozinha, mas a cozinha sempre chega no ouvido do chefe. E as cozinheiras e saladeiras são todas cristãs temente a Deus. E numa conversa na hora do almoço quando elas me perguntaram sobre Deus, eu disse que era ateu, e logo me arrependi disso, no mesmo instante saquei que fiz merda, não se pode ser sincero de imediato, as pessoas não estão preparadas para o choque de la farsa.
O que me mata é que foi apenas 3 dias... Porra, É CLARO que eu pegaria o macete, É CLARO que eu iria ficar mais esperto. Derrubei o meu moicano justamente para boa aparência desse trabalho., e só 3 dias...
mas quer saber? Foda-se! A palavra de ordem é desapego!
Arranjo coisa melhor!
********************
E o espetáculo foi sensacional!!!
ninguém esperava que iriamos arrebentar com a boca do balão, pelo contrario, todo mundo imaginava que seria um fiasco.
Mas foi ótimo, tinhamos o publico na mão, estavamos super concentrados e improvisamos diversas situações hilárias.
A iluminação é boa porque ofusca a visão, e desse modo não dar pra ter ideia quem está na plateia. Minha mãe ficou uma paca chorosa quando me viu atuando, chorou muito.
É lindo fazer as pessoas rirem, e quando acaba o espetáculo e você sai e ver aquele aglomerado de gente desconhecida pagando pau pra você e te ostentando... é lindo e maravilhoso, cofia o ego.
Mas eu bem trocava todas essas pessoas pelo punhado de gente que eu convidei e que não foram, os meus, os que seriam importantes para mim sua presença.
Eu amo demais as pessoas, estou sempre aí para elas. Mas agora já deu, cansei. Não entendo quem não entende a palavra re-ci-pro-ci-da-de. Vão se foder!
Eu só sei de uma coisa. Não vou mais jogar confete no carnaval de ninguém.
Filmaram o espetáculo.
Talvez quarta ou quinta colocarão no youtube.
Assim que estiver disponivel, eu lanço aqui.
para aqueles que moram em outro estado e que não puderam vim.
Mas para aquelas pessoas que moram aqui do lado, passagem R$ 3, 20...
sábado, 12 de dezembro de 2009
Post it
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Pra hoje
Escrito no século 19, continua atual em sua crítica política.
O pano de fundo é a visita inesperada de um inspetor que sai da capital para vistoriar uma cidade do interior totalmente corrupta.
As autoridades ficam apavoradas.
Um sujeito folgado (EU) de passagem pela cidade, se aproveita do equivoco
e desfruta dos regalos oferecidas ao "Inspetor".
Muito dinheiro na meia e na cueca é o que vai ter.
E eu quero que dêem mais risada do que deram hoje na estreia de Arlequim - O servidor de 2 amos. de Carlos Goldoni.
E eu quero que erremos menos do que os atores da peça do Arlequim.
Porque... tava foda.
Mas foi massa, eles tinham o publico na mão. Então valeu dizer no palco que esqueceu o texto e trocar os nomes dos personagens.
Ta todo mundo louco ôba, ta todo mundo louco ôba...
PS: hoje é dia de lamber carpete. Ou melhor... de não puxar a cordinha do pára-quedas, porque hoje acordei com vontade de pular do alto de uma ponte, só por diversão.
O outro lado da moeda e a prova de que eu sei me comportar em qualquer lugar.
E com o pior bar da cidade fechado, as putas e travas não lucram mais, os traficantes tiveram que mudar de canal e o pastor da igreja em frente pode gritar em paz, sem a competição da maquina de musica. E a paz voltou a reinar.
Depois que a datafolha anunciou que Camaçari é a 4° cidade mais violenta da Bahia, todo mundo anda me perguntando como é a experiência de morar numa cidade assim... É de dar risada essas perguntas.
Existem lugares e lugares, e eu moro em um bom lugar. Me poupe vai, senta lá...
Lá no restaurante só vai gente fina: politicos corruptos, jornalistas da emprensa marrom, madamas com seus poodles fedidos e crianças mal educadas. É pau viola, trabalho pra dar em doido, e talvez eu perca o emprego somente por prestar muita atenção nas conversas alheias, observo demais as pessoas... e gente... ouço cada coisa... É um olho em Deus e o outro com Satã.
Ouvir de um politico hoje que vai abrir um concurso pra radialista. Não é um máximo??
Nunca vi um concurso desse aqui na 4° cidade mais violenta da BA. E os politicos, sempre em bandos com seus cigarros e seus gims com tônicas... assinando seus contratos importantes e falando da iluminação natalina da praça Montenegro, da 4° cidade mais violenta da BA. Quem teve a ideia da decoração da praça? Eu odeio natal, mas realmente aquela praça está uma pequena París, e ahhh, nesse caso... París é nossa!
E esses politicos sempre em bando com seus oculos escuros e seus conchavos, parecem tanto com os assassinos profissionais do filme reservoir dog de tarantino. eu viajo, é uma fita!
E por que não? quem sabe? Tudo pode acontecer na 4° cidade mais violenta da BA.
E para aqueles bélicos que acham que pote ruim não sobe ao céu tão cedo, aí vai minha letra:
O INSPETOR GERAL - TEXTO DO NICOLAI GOGOL - ÀS 19 HORAS NA CIDADE DO SABER
Ahhh a Cidade do Saber... eu como um bom ouvinte de conversas alheias, ouvi um casal elegante comentar que o espaço da Cidade do Saber é mais agradável do que o TCA.
Sério? Cidade do Saber? 3° Mostra de arte na 4° cidade mais violenta da BA?
Conferir não é para qualquer um.
Só para os intrépidos.
Quem for vai lá. =)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
E ontem ela me escreveu...
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
A tròis - A lua, o sol e o mar.
Só a praia expulsa o calor que como um demônio ver em você um recipiente para torturas. E foi o que eu fiz ontem, me dei por completo a futilidade de abandonar os estudos e ir para praia, é a futilidade que nos salva, sempre.
Era 4 horas da tarde quando cheguei à praia de Arembepe sozinho, com Camus e o meu bichinho de estimação Nicolai Gogol. Eu prometo escrever aqui (antes da estréia) uma análise minha sobre a minha peça, O Inspetor geral.
O sol não estava mais quente, era uma segunda feira agradável e ao sol, pouquissimas pessoas na praia, apenas os nativos.
As ondas estavam preguiçosissimas, assim como eu. Mal tinha onda, a maré estava baixa, assim como eu. Nos identificamos de imediato. Eu e a praia.
O incrivel é que quando abri o livro do Albert Camus no capitulo em que eu estava, ele narrava exatamente um passeio que o personagem fez em uma praia nos arredores de Argel. A praia do livro era uma cópia da praia onde eu estava, exceto as flores em volta da areia e da mocinha que fazia companhia ao personagem... Mas os rochedos cercando o mar calmo do livro era igual ao da minha realidade.
Os rochedos de Arembepe ficavam no meio do mar e servia como uma fronteira com a linha do horizonte, as pinaúmas, moradoras dos rochedos ficavam escondidas, que bicho esquisito esse.
Haviam casas a beira-mar de gente humilde, olha como Deus é legal! Tem até mesmo uma escola pública em frente a praia.
O sol estava caindo lentamente por entre os coqueirais que balançavam felizes com a sinfonia do vento, a praia toda era um sinal muito óbvio de continuidade, é começar a andar pela praia e de repente se dar conta que está em outra cidade, outro estágio com outras pessoas... e você ainda continua o mesmo... mas o seu coração é outro.
O céu estava limpo, sem nuvens. Só o azul e apenas um rastro de fumaça do foguete que seguia a toda prova ao infinito. Apenas um rastro de uma viagem à lua cheia no céu, que na presença confirmada do sol ao lado oposto, era apenas um espectro.
22 barcos estavam ancorados na beira do mar, dava para brincar de esconde-esconde entre uma nadada e outra. Subi em um deles e fiquei olhando admirando o céu por um longo tempo, até que dormir. E sonhei com a india linda que estava no mesmo ônibus que eu na vinda para Arembepe. Ela falava de um chinês todo tatuado de um filme, por quem ela queria ser morta, ela contava que o namorado dela havia a traído com uma nipônica e que ela queria dar o troco de forma igual... Mas - ela perguntava no meu sonho - "E se na hora do vamos ver o pau do japa for pequeno? Eu não tenho um troço?"
Não dormi nada a noite passada e vou dando esses cochilos espasmódicos em qualquer lugar, em qualquer situação, e abraço o sono, e penso meio mundo de coisas quando estou dormindo, e quando eu acordo tudo fica muito confuso. É estranho, tão estranho que eu não sei explicar, aliás, eu detesto dar explicações.
Mais tarde fui para o teatro ensaiar para o espetáculo. Estamos criando uma nova modalidade no teatro. O teatro B.
As evidências apontam: Baixo orçamento, texto duvidoso, atores sem inspirações nem transpirações em pleno over-acting, atrizes que não topam beijar em cena e diretores-pessoas físicas a esmo com ideias desalinhadas.
Nem mesmo o Teatro do Absurdo é assim. Nem vou falar dessas pessoas, nem do diretor que me parece que não conhece nem um pouco do texto, não tô afim de me chatear. Só quero dizer que eu vou até o fim, mas numa roubada pictures dessa não me meto nunca mais.
Exatamente como a roubada do amigo-secreto que prometi participar do curso de Dpt. Pessoal. Vejam bem, eu só participo dessa merda toda porque, confesso, eu gosto de ganhar presentes, e anuncio deslavadamente o que quero ganhar desde já.
Desse forma separo os livros de auto-ajuda que servem como calço da minha estante de livros e presenteio os outros.
Matronas faladeiras, apenas 3 homens no curso, sendo um deles bixa. Na segunda feira foi o ultimo dia do curso, e as mulheres quiseram confraternizar, e trouxeram refrigerantes suficiente para uma overdose abestalhada e muitos salgadinhos diversos. Pasteis, coxinhas, pão sem manteiga e sucrilhos.. puta que pariu gente, SUCRILHOS KCT! sucrilhos para quem nem desconfia, é aquela merenda que as donas de casa fazem para enganar a fome porque é simples e barato de fazer. Eu odeio SUCRILHOS! e la tinha sucrilhos doces e sucrilhos salgados às pampas.
Eu iria levar um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, só não levei porque faltou água e não tinha uma panela limpa aqui em casa, enfim... levei refrigerante. Fazer o quê?
Não podia levar álcool, mas na sala do curso tinha um barzinho com todo tipo de bebidas, porque era uma sala que funcionava também para reuniões de empresário megalomâniacos. Todo dia eu bebia escondido, e no dia da confraternização enchi a cara de Sakê e roubei um Brandy pra mim.
Agora, se me permitem fazer o que faço de melhor, vou traçar o perfil de algumas pessoas do curso com toda lucidez humana pós-cannabis.
A professora do curso é orkutiana total, uma coroa adolescente, escreveu na louça o endereço do orkut, do msn, da casa dela e o numero de contato para uma ideia firmeza. Vou ligar para professora e dizer o quê?
"Ei proof., o curso foi manêro."
Tinha uma senhora sem noção lá que vivia me pedindo um kg de tomate, um kg de pepino... Ela dizia que um escândalo na hora da morte era digno, fazia bem a saúde, aquilo era os soluços do coração e o que sai junto com os escândalos eram as gases. há há há!
Tinha uma mina que depois que minha prima comentou comigo que ela tinha maior cara de boqueteira... bem, eu não consigo mais olha-la sem imaginar um vigoroso felatio naquela boca murcha de velha. Essa mina trabalha como atendente no bar da mãe dela, e advinhem como é o nome do bar?
Bar Buraco Quente.
Essa mina vive acompanhada com mais duas amigas: uma gordinha simpática e uma outra que vive falando em piroca e biscoitinhos piraquê, essa então fala muito alto e cospe quando fala, ela disse uma vez que quando ver uma pessoa querida na rua protagoniza um maior auê ; pula, grita, beija, faz o cocker spaniel, e finalizou com essa frase que eu uso no meu msn: E DAÍ? EU SOU FELIZ!!!
Tinha uma pernambucana novinha com um sotaque carregado que passou mal na aula e pronto, descobriu que estava grávida de não sabia quem.
Tinha uma mulata arretada, meu n° e meu alvo durante dias, mas... bem, iriamos para a praia depois da confraternização, mas ela desistiu porque houve um compromisso que apareceu de forma insólita. Mas olha, minha prima me disse que a viu entupindo a bolsa de salgadinhos e de sucrilhos para comer na praia... SUCRILHOS, KCTA!!
Eu yoyomango Brandy, ela yoyomanga sucrilhos.
Tinha uma outra mina bonitinha até, casada, foi meu alvo durante dias, mas... a roça gritava na cara dela, logo se via que era da roça e ela nem precisava abrir a boca. Essa garota no dia da confraternização tirava fotos toscas, segurando a garrafa pet de uma pepsi de 2,5 litros. como uma garota propaganda, e se embrenhava entre as sambaias da sala para tirar fotos.
Sem dizer das fotos clássicas... 15 meninas fazendo tremzinho e exibindo o dedo "paz e amor" moda-cult das orkutianas da baixada que escrevem em cor rosa e purpurina. E ainda queriam que EU entrasse no meio.
Obrigado, não.
No dia do combinado para os preparativos da comemoração eu quebrei o ar condicionado e eu acho que o calor fez todo mundo delirar. Toda hora uma idéia genial, sei lá... penso eu que de repente vão querer alugar uma casa para passarmos juntos o natal, o ano novo e o carnaval. E olha que só foi uma semana de curso.
Fui embora antes do chororô.
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Uns amigos meu tem problemas amorosos, todo mundo tem, eu mesmo sou um exú quando amo. Mas um exú raro, desses que nãi ficam de bobeira em qualquer esquina. Ame e dê vexame é o meu lema.
O namorado da Bianca se expulsou dela por incompatibilidade de gênios, é assim que as coisas funcionam, procuramos no outro a novidade, alguém que seja a balança, por isso o ditado "Os opostos se atraem.". Mas chega um momento que não dar mais e o que sobra de tanto amor é apenas o vazio e a redução de estômago psicologica, depois a gente ri disso tudo. Essa é a melhor parte.
Mas a Binaca por hora está triste, e o engraçado é que a saúde da Bianca quase não existe desde terça feira.
O Claudio se apaixonou mais uma vez - um viva pra ele! - só que ele se apaixonou por uma menina cristã temente a Deus again (o ultimo relacionamento dele o deixou em cacos), e Claudio é ateu convicto e dos mais grossos. Ele diz que é perseguição irônica, eu digo pra ele que no fundo no fundo é puro feitiche. É a cara dele medir forças com Deus.
A situação do desejo... Eu gosto! Posso até não alcançar o objeto desejado, mas só o processo todo ja me agrada.
Eu acho que eu escrevo bem sobre amores que deram certo, mas ultimamente eu não estou podendo escrever por conta de experiência de causa.
O Guilherme Muzulon me acusa de gigante adormecido, ele quer um conto meu ainda esse mês. E eu... ah, eu quero é ir pra Matchu Pichu!
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Eu confesso
Hay de ser canalha, pero sin perder la ternura jamas.
Eu não gosto de tanta cerimônia, deixo para o dono da casa.
TÃO cerimonioso que se contentou em ser o coringa do menage hardcore, TÃO cerimonioso que se masturbou por DEBAIXO do cobertor.
Aos perdedores... abacaxi. Aos vencedores... bacalhau! é muito saboroso!
Pequena criança, grandes problemas.
Peguei o fim da fila pra ficha da vida esplêndida, que se foda! Eu acho que todo mundo - sem restrições - tem um quê de fracasso, todo mundo tem um pé no abismo.
Por ex.: tem gente que não ama e tem gente que não é amado.
Poema punk rockabilly
domingo, 29 de novembro de 2009
Puta vidinha mor
Só ficar deitado fumando e ouvindo os pálidos do Television.
Desligue o telefone e se prepare para assistir o dia cair e anoitecer entre a vidraça da sua janela, note o quarto se adaptando ao brêu noturno, enxergue no escuro, e quando a musica acabar escute seu coração batendo por nada. Encontre o leitmotiv ideal para levantar e querer preparar aquele café e volte para seu posto cativo em frente ao desfile do tempo.
É isso que eu quero fazer essa noite: ABRIR ALAS PARA O TEMPO.
E tirar um tempo desse tempo especialmente para me lembrar da cor dos seus olhos. Tão azuis que era como se carregasse o firmamento no olhar.
Eu fecho os meus olhos e o que vejo? Eu vejo o céu olhando pra mim.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Glauber Rocha e os Zé Povinhos
Para provar a teoria certeira achei esse curta metragem de um cara muito foda lá de Salvador. Ronaldo Braga é o nome do homem, professor de teatro, diretor, ator, artista plástico e outras cousitas más.
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Mas, convenhamos, câmera na mão de zé povinho são as trombetas anunciando o juízo final...
vocês são da mesma opnião?
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Acho que matei um cara...
sábado, 14 de novembro de 2009
O alvo, o diálogo e o coro
"A história é a seguinte: um nazista e um judeu. O nazista perguntou para o judeu: Você me despreza? e o judeu respondeu: Se eu pensasse em você, com certeza desprezaria."
O seboso de modos cívicos contava essa história no bar a luz de velas onde estavamos, a luz de velas por causa do apagão, mas eu estava mesmo foi achando hilário uma mulher com um casaco de lã de ovelha negra, que falava sobre um acidente que houve com ela: O carro perdeu o controle e desceu anarquicamente a ribanceira, e ela gritava: "Socorro, meu Deus! Eu não quero morrer!", Entenderam? Ela é a dona do famoso jargão do programa Na mira. ha ha ha! Isso implica uma chateação, ela dizia, esperava ser colocada em mármore no centro de um largo, afinal, o jargão ta na boca do povão. Impressionante como as pessoas são embusteiras quando bebem. Aqui, ali, em todo lugar.
O seboso é casado com uma mulher da high society, mas estava com o amante, um playboy que depena ele sem dó nem piedade; um rapaz jovem, bonito, de olhos esverdeados e a boca rosada de chupador de pica.
E eu, antes dos aplausos, tinha bebido o suficiente para sacanear publicamente um desconhecido: "Ô garça, você vestiu sua camiseta ao contrario rapaz! Essa parte da frente fica atrás!"
E todo mundo riu, e choveu aplausos naquela noite cafona.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Chico Cesar - A primeira vista
Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausencia esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei
Quando chegou carta abri
Quando ouvi Salif Keita dancei
Quando o olho brilhou entendi
Quando criei asas voei.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Não se redima
sábado, 10 de outubro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A geleia tropical reunida
Ficar embriagado no avião é mesmo uma merda né Bethanea? Ó, fica assim não, todo mundo erra.
::::::::::
PS: Tenho revisitado os discos do Devotos do ódio.
Vão por mim, baixem isso, ta faltando é hardcore:
http://rapidshare.com/files/282401995/D_-_Ago_t_Val.rar
O primeirão cd dos caras, muito difudê.
sábado, 26 de setembro de 2009
Sarah Vaughan - Whatever Lola Wants
Essa música é um tesão e o clipe é simples e original, no mais: excelente!
A tradução, aqui:
Qualquer coisa que Lola quiser, Lola consegue
E carinha, a pequena Lola quer você
Prepare-se para não ter arrependimentos
Curve-se, entregue-se você está completo
Eu sempre consigo tudo o que eu miro
E seu coração e sua alma é o que eu vim pegar
Qualquer coisa que Lola quer, Lola consegue
Tire seu casaco, você não sabe que não pode vencer?
Você não é uma exceção à regra
Eu sou irresistivel, idiota, admita
(admita, você nunca vencerá)
Qualquer coisa que Lola quiser
Lola consegue.
Sara Vaughan - Perdido
Eu ficaria mal e choraria mais umas dezenas se eu não soubesse que a vida é feita de ajustes e reajustes, dói em mim saber que quem sai perdendo nessa pós empreitada verbal somos nós. Eu de um lado e vocês do outro, e cada um com o seu quinhão ruim.
Tenho medo que essa mágoa se torne um cancro, um peido velho num organismo vivo.
Perdi um dos meus por erro de interpretação, por má fé quem sabe, falta do que fazer. Mas se existe uma conotação entre eu e os outros, a mais visivel e rísivel é a de fuga, a de escape. Eu sou como uma leitura de feras que lê o texto do espetáculo com entonações notórias, respeitando os pontos e as virgulas, mas com o corpo inerte, impávido, sem nenhum movimento teatral nem de gabolice, porque de teatral em mim só existem as palavras, eu ainda não estou pronto para empreitada física.
Para os meus amigos, Perdido.
Para os meus amigos perdidos.
E como diria o meu amigo Guilherme: O que se perder se perdeu!
Adeus nõninos.
Odeio despedidas!
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Vestindo a roupa da raposa
Eu já perdi alguns amigos por conta das coisas que eu escrevo, eu não sei... Penso que eu sou honesto demais, e as pessoas parecem não estar preparadas para isso.
É o caso do meu cunhado que só gosta de mim de longe, tão protegido no seu bunker de palmeiras, suco de laranja-lima natural e paredes forradas de papel parede.
Eu sou franco e anônimo como Adão acordando depois de um sono justo.
Alguns confundem honestidade com empáfia, e por isso me chamam de poço fundo.
O poeta - mor quer ver o cambulião mas não quer me ver, porque ele leu toda a estória que eu contei no blog, achou um ultraje, uma falsidade sem tamanho, ele que sempre recomendou minha escrita para outros, ele que nunca publicou nada de ofensivo sobre mim, e etc.
Mas sabe porque ele nunca publicou nada de ofensivo sobre minha pessoa? Simplesmente porque eu nunca dei lugar pra ele fazer isso, porque ele não tem do que falar mal de mim.
Ele e o asshole do seu amigo fez por onde, é claro que me faço uma indagação prévia, me pergunto: Porque zombo? Porque gosto de me refogar nesse molho caricare e gárgulesco?
E quando estou cônscio de que não é por inveja, nem recalque e sim porque a pessoa em questão é um grande babaca que merece ser tirado um sarro, aahhh, eu pego pra Cristo sem piedade, porque o riso liberta do preconceito rígido, e também porque (assim como o meu persona no teatro) eu gosto de ler algumas coisas divertidas quando estou aborrecido. Ora, eu faço troça da minha própria desgraça, porque eu iria poupar os outros?
Enfim, fazer o quê? A sinceridade assim como a ambição ainda não ganharam a patente de virtude.
Ou ganharam e ninguém percebe, ou percebem mas com medo?
Diseuse tupiniquim morre pela boca, um dia eu aprendo de uma vez que com a verdade não se brinca, muito menos com a verdade dos outros.
Mas bem, eu não estou aqui para monopolizar a verdade, eu nem quero_ porque ao contrario do que muitos pensam_ a verdade pesa uma tonelada.
*****
O meu persona no teatro é um verdadeiro malandro, eu estou adorando fazê-lo. Apesar dos ensaios não andar muito bem das pernas, mas enquanto isso estou estudando meu personagem que é um verdadeiro pícaro, e não um pseudo - espertalhão como muitos que existem por aí.
Vou vestir a roupa da raposa, serei meio animal, meio coyote enquanto os outros personagens são seres humanos, o meu criado será um coelho. Partindo desse principio já mostra muito bem que as pessoas gostam mesmo de ser engabeladas, que se você souber vender, elas compram sem hesitar a sua lábia e a sua atitude. Elas querem mesmo é ser engabeladas, é isso aí!
É o que os malandros geralmente fazem, se dão bem e se divertem às custas do mundo.
Não foi a toa que esse personagem foi dado para mim, é claro que por eu ser trickster de nascença ajudou bastante, sempre fui trickster, mas só mais tarde que eu vim me dar conta disso.
E para ilustrar: Roubarei a astúcia do Arlequim de Neil Gaiman com a linguagem figurativa de um macaco trapaceiro, que consegue enganar muito sabiamente o leão e os antílopes, me inspirarei nas miguelagens maldosas do enganador norse, que é Lóki. Nas corajosas atuações de Prometeu, de Hermes e de Mercurio, nos ardis que Exu tem para com suas vítimas, na mitologia Iorubá.
E depois desse escrupuloso laboratório, construirei MAIS UM arquétipo da resistência que é a figura do Malandro e seus truques pelo mundo.
*****
A peça estréia em novembro, mas não tem data marcada ainda.
Eu colo o cartaz aqui. No problems.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Shakes handes, se divirta, asshole!
Só queria conversar um pouco, flertar com a negra fabulosa e nada mais. Não tenho amigos aqui.
Mas ele me condena, me subjuga a vida inteira por uma ou duas merdas que fiz.
Eu sou eu e minhas consequências, sou só um ser humano de carne e osso, com defeitos_ que é exatamente o que faz eu estar no mesmo barco que todo mundo.
Ele disse que eu sou um garoto mau, que se eu fosse pelo menos acessível... ah, que se foda. Quer saber?
Não preciso fazer teste para entrar em grupinho de ninguém, tenho meu próprio elenco de amigos, e pra mim está de bom tamanho.
Antes de sair o acéfalo lançou essa: "Eu gosto de você, mas gosto de você de longe. Pessoalmente você causa muito estrago, é um fiasco "estrabólico"."
Oh, que coisa... Eu sei como funciona.
É sempre mais fácil manter a gentileza com alguém quando esse alguém está em outro hemisfério, a falsidade fica mais convincente.
Ah... Eu não sei como fazer isso. Não sei mesmo.
domingo, 20 de setembro de 2009
Louis Prima - Medley
Por falar em mixórdia, Medley pra hoje ainda.
Agora eu vou lá voltar para churrascada e para as trêtas de familia todo mundo em água.
Bem, eu posso conversar com você e até sorrir enquanto Victor e Léo está berrando no som de duas caixas, contanto que eu esteja com um fone no ouvido.
Salve meu mp3 que me conserva da poluíção sonora e faz da minha vida mixórdia!
E para o domingão Just Gigolo!
L . P., since 57.
sábado, 19 de setembro de 2009
Pra não ser de todo triste - Billy Joel
Minha mãe está deprimida, eu já falei pra ela que o sofrimento existe para nos motivar a ir parar em algum lugar, a tomar um rumo. Ela não sabe porque sofre, só está se sentindo infeliz. Mandei ela fazer uma varredura nesse sentimento pra ver em que ponto chega, pra ver o que é preciso colocar em quarentena ou simplesmente jogar fora como o que não presta, o que não edifica.
Quero mesmo é examinar, esquadrinhar e dissecar toda minha mágoa, até perder toda graça. Pois é lei da física que o fato de observar muda o objeto sendo observado. Certo?
Forget your troubles and dance, forget your sorrows and dance, not dance for dance.
Viciado nela
O dia começa bem e você não quer viver
Porque você não pode acreditar
Porque você sabe os seus truques.
O Iggy Pop é o meu ídalo maior. Adoro essa Iguana.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Tudo culpa da nostalgia
Acordei assim hoje, passional latino americano com humor benigno para o amor.
para todos In the mood for love, porque o amor de hoje é a musica dos anos passados, pelo menos pra mim.
Nat King Cole - Nature boy
E para completar o "medley do piano", outro cara que não fica atrás nesse quesito. Inclusive Route 66 é dele. Mas de qualquer forma, eu preferi na versão do Troup.
Agora a tradução de Nature boy, feita pelo meu inglês primário e por ajuda do bussola. Porque merece.
Havia um menino ...
Um menino muito estranho encantado
Dizem que ele vagava muito longe, muito longe
Sobre a terra e o mar
Um pouco tímido e com olhos tristes
Mas muito sábio ele era
E então no dia
Um dia mágico que ele passou no meu caminho
E quando falamos de muitas coisas
Tolos e reis
Isso ele me disse:
A maior coisa que você jamais vai aprender
É simplesmente amar e ser amado em troca ...
Foi o que me disseram um dia, alguém do além - túmulo.
Bobby Troup e sua trupe - Route 66
O Bobby Troup toca piano como se estivesse fazendo qualquer coisa simples e entediante. Fodão.
Amanhã é dia...
Ou não, ainda vou pensar. É muito dificil pedir desculpas porque nunca se sabe como as pessoas vão te receber dessa vez, você nunca sabe se será preciso engrossar novamente para não passar recibo. Até outro dia tinhamos combinado nossas ofensas, mas eu não acredito em ofensas garantidas.
Não me venha com balas de festim, porque a minha munição é pesada e a minha mira ainda continua muito boa.
No teatro dei uma de cavalo do cão achando que tinha Deus no corpo.
Sair porta a fora como um adolescente revoltado, deixando às minhas costas toda marcação de cena, e batir a porta com força para não dizerem por aí que não fazem mais rebeldes como antigamente.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
O pivô, o protagonista, o antagonista e o coadjuvante.
Okay, preciso me livrar também desse blé que é o esqueminha orkutiano e suas pessoas, preciso me encontrar com gente de verdade, sábado agora vai ter Retrofoguetes no parque da cidade, e é por isso que eu estou guardando o meu caquético punhado de dinheiro no caixa simbolicamente forte, porque eu vou de Retro no domingo. No próximo domingo, vou de Cólera.
Eis que hoje de manhã abro meu email e tem uma mensagem assim:
"VÁ PRO INFERNO. NÃO SABIA QUE VOCÊ ERA HOMOFÓBICO. SEU NAZISTA DE MERDA!"
Eu explico.
Quem mandou foi um poeta, (sempre poetas, ô raça!) ele é meio doente, ele gosta das coisas que eu escrevo pra ele, outro dia descobri uma comunidade qualquer de literatura e o que tinha lá? Todos os scraps que eu mandei pra ele, prostados e postados. Eu tomei um susto, mas depois ri um monte.
Ele é amigo de todos os meus amigos... inclusive, ele não conhece nenhum. Isso é só pra fazer parte dos meus. Esse cara é de São Paulo, tem um livro publicado e tudo, um livro de poesia e prosa poética sobre os clarões amazônicos, sabe lá o quê Deus, que apesar de agnóstico, é entendedor da coisa toda.
Tudo começou quando eu pedi um livro do Albert Camus pra ele, e falamos sobre o Camus, eu disse que achava o Camus genial, que ele escreve tudo o que vivencia, que ele não precisava mentir, que o Camus transcedia a mentira. Que eu gostava do Camus porque parecia que ele tinha descoberto o gosto da merda. E esse cara disse que gosta da minha ingenuidade, que a literatura é pura mentira. Certo, ele não deixa de ter razão.
A verdade é fato, é unica, a verdade vem pronta e não tem enfeites. Já a mentira é inventada, modelada, na mentira há a criatividade pulsante de quem a cria, qualquer mentira é válida porque a verdade é uma só, e como eu já escrevi aqui, por mais que a verdade seja insubstituivel, ela as vezes é apenas irrelevante, e é por isso que existe a mentira. Cada coisa tem o seu oposto, e a mentira é uma arte!
Uma mentira só se torna real quando você passa a acreditar profundamente nela. Mas tudo na vida vem a tona, é nisso que devemos nos preocupar agora.
Esse cara citou uns caras e me perguntou se eu gostava deles, os caras citados foram: Bergman, Beckett e Kafka. Eu só gostava do Bergman, Beckett nunca li, e o Kafka como escritor é um excelente desenhista!
Um amigo dele, outro poeta com textos em jornais de Jundiái, que não tem nada melhor pra fazer na internet e por isso ficava acompanhando nosso diálogo literato no scrapulário do poeta - mor, como se fosse uma novela das oito em sua fase terminal, me achou Grande!
eis aqui o que ele escreveu sobre mim:
"Nossa B., adorei seu amigo crítico literário que pede a morte dos críticos ["Dom", ele tem um "dom" acima do normal]. Ele mostra-se realmente um grande conhecedor da obra de Kafka, cujos dotes literários expandiram-se ao desenho. Estou impressionado com tamanha sapiência. Peço-lhe que pegue o endereço e dados curriculares, pois pretendo mencionar esse gênio da Crítica da Arte em minhas aulas de estética. Abraços fraternos. "
Ri bem alto. Gênio da crítica da arte? Alguém explica pro coadjuvante a piada? Alô cuzão! Eu estava ironizando o Kafka mané, não gosto do Kafka, de nada do que ele escreveu.
Well, well... Mas depois o ego intumesceu por alguns minutos e eu me beijei. aháha!
Do Camus partimos para escória brasileira, o protagonista citou alguns contistas que ele adora, acha digno e muito pertinentes:
Dalton Trevisan
Caio Fernando de Abreu
Marcelino Freire
Nelson de Oliveira
Edilson Pantoja
Eu escrevi pra ele que tinha um grande preconceito com a literatira brasileira, quem me conhece sabe bem disso, eu tenho alguns preconceitos ue, eu sou humano. Não finjo, não é meu forte fingir pra agradar. Disse que exceto o Dalton Trevisan_ que só O Vampiro de Curitiba o salva, os restos citados nunca li, e tirando o Caio F., nunca tinha ouvido falar.
A briga toda começou com o Caio F.
Só porque eu disse que não gosto dele, e não gosto mais ainda dos leitores dele, que a maioria são gays chatos e emos cults, podem reparar.
O publico alvo da Ana Carolina não são as lésbicas? O publico alvo do Bukowski não são esses garotos imberbes que estão começando a beber e se acham os putões da area? Tem pra todo mundo, tem pra todos os gostos. Eu traço as pessoas dessa forma superficial, tem as Clarices juventude existencial e tem tipos Caio F.; bixas admoestadas. Que é extamente o tipo que o Caio F. mais representa, esses que tem o coração partido mas que estão sempre lá se humilhando de novo.
Mandei ele procurar um tipo e se encaixar, e c´est la vie. Isso depois que ele me mandou o email ofensivo, é claro.
E pra piorar tudo, eu ainda contei uma história de um traveco que estava apresentando um stand up com paródias de musicas tipo Maria Bethania, Gal, Elis e etc, era aniversário desse travesti, e dentre todos os presentes dele tinha um que se destacou mais, era um despacho com tudo que contêm num ebó de macumba: velas vermelhas, cigarrilhas, galinha preta, champanhe, fios de cabelo, e... e... e... um livro do Caio Fernando de Abreu.
Ou seja, não podia faltar.
O protagonista detonou no orkut, o antagonista respondeu o email dizendo que já esteve e saiu do inferno zilhões de vezes, mas que parece que ele com essa cabecinha púdica tipica de poetinhas, continua por lá.
O coadjuvante sentiu as dores como um gêmeo siamês, e partiu pro ataque em defesa do amigo protagonista.
Insinuou que eu fazia parte do nucleo pobre da novela e que só queria me destacar com toda minha "revolta transformadora" baseada em meia duzia de livros, sendo três de auto - ajuda, e os outros três lidos só por resenha na internet. Disse que eu era um insulto a inteligência do B. (o poeta - mor) e que quando ele entendeu a piada do Kafka riu muito, sozinho é claro. E que já isso mostrava muito o nível do sujeitinho que sou eu.
Eu ri muito alto e na companhia dos meus, quando outrora ele me chamou de gênio da arte.
"Eu fui você ontem, meu chapa. Transcedi... acontece."
Se bem que pensando melhor, um idiota travestido de intelectualoide com um mix de Mano Brown não é nada mal, hem?
Melhor do que ser baba ovo do Caio Fernando de Abreu, que nem sabe que esses poetas existem.
E o que mostra bem o nível desse sujeitinho vulgar que eu sou... está bem, está bem, eu respondo. É não ter medo de dizer o que penso, doa a quem eu lascar, de dizer o que eu acho, o que eu bem quero, mesmo depois de ser considerado um "gênio" por causa de um equívoco, deveria ter andado na linha para não perder essa patente né?
A resposta é não.
Minha escrita é a sangue.
Não se apaga.
E no mais, para disvirtuar toda a coisa: Rest in peace pro cara do Ghost!
domingo, 13 de setembro de 2009
Mas, que nada.
Eu quase cair com um assopro, mas respirei bem fundo e segurei meus sentidos_ que eu percebia, me escapava. Volvi o rosto e dei três passos cambaleantes pro lado. O caboclo me segurou, eu tentava fugir dali daquela roda infernal e ele fazia cerco impedindo minha fuga.
Enxugou o suor da sua testa nas minhas mãos, passou as minhas mãos no meu rosto, gritou agudo e uníssono no meu ouvido, deu pra ficar meio zureta, mas eu ainda estava ali. O caboclo apontou a ponta da sua lança prata em minha têmpora, suou pra me virar no santo e ficou no vácuo.
Ganhei uma cadeira cativa ao seu lado, bebi vinho do melhor na cumbuca, sambei miudinho lá na frente, eu disse meu nome três vezes, é que o caboclo esquecia, eu entendo, isso é coisa de quem bebe . Comi da comida de Exu, aliás, Exu come-se muito bem. Tremia, não por medo, mas pela sensação estranha que ainda restava em mim, eles perceberam, e os caras do atabaque puxaram uma musica em iorubá que falava do medo, e os atabaques acompanharam sincronizados. Muito engraçadinhos.
"Ei, você aí!" O caboclo dono da festa, posto ao meu lado, gritou para outro caboclo da festa, o seu cavalo era uma mulata. "O que é que você faz? Você canta, dança,, bebe, faz o quê?"
E o caboclo da mulata rosnou, mastigou algumas palavras desânimadas que não deu pra ninguém entender... "Eu faço..."
"Pois eu só bebo." interrompeu o caboclo dona da festa. "E bebo um barril. Fica aí sofrendo otário... Eu já nasci bêbo seu moço. Como é mesmo sua graça?"
Mais tarde, quando Pena Branca, caboclo de Oxalá se despediu de todos porque iria chover, e começaram a cantar "Ô vai pingar gota de ouro, ô vai pingar...". Me comunicaram que ele gostaria de conversar comigo em off, eu tirei os sapatos para entrar no quarto, porque a energia vem do chão.
Que ele era vento e que me conhecia muito bem, que eu amava o belo porque era filho da beleza, e que o meu pai era a prosperidade.
Ou seja, eu sou filho do êxito.
Fiquei a pensar, até agora estou pensando um par de coisas...
O que faz mal não é o que você põe para dentro, e sim o que sai de sua boca. As palavras tem poder e uma vez proferidas, o vento leva pra longe.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Mart´nália - Entretanto
"É só ciume, doença que contrair porque te amo demaixxx, mas também é loucura e loucura tem cura e ciume também, e paixão é o que me faz bem."
Pra mim samba é isso,
e somente isso.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Errei a pista
Estou no centro do ócio, sem trabalho, sem sexo, sem sarros, sem carinhos nem malícias, só a mesmice, por enquanto só Jesus na causa. Estou me tornando habitué de sites da boca do lixo, e isso não é legal pra pele, provoca espinhas porra!
O boteco que eu trampava? Os milicos fecharam, aquilo lá já estava passando dos limites, fez bem as autoridades. Os patrões, mãe e filho abriram umas coisinhas aqui e outra acolá. Czar se mudou com medo de ser assassinado, hoje está com um pequenote restaurante perto de sua nova casa, e a mãe dele e ex sócia está com um médio restaurante no Derba, contando com o auxilio da sua fiel escudeira Chuchu, a chupa culhão que parece gato aos pés do patrão. Bem faz ela que ganha seu trocado, pior sou eu que estou desempregado, quem vai pagar minha franquia pro show 80 age esse sábado? Quem vai pagar minha passagem e as brejas pra eu ver as bucetas dourando na praia?
Depois de eu ter passado por uma série de empregos de lojas de nome esdruxulos, do tipo: Dinossauros Presentes, Kafka Baby, Ginsberg e os bons fluidos e um motel chamado Vaca Mecânica, agora a falta do que fazer cada vez mais presente.
Não tenho o que dizer porque não presencio mais nada, a minha fonte segura, o meu material, todo mundo sabe, são as pessoas comuns, o mix do vivido com o imaginado. As pessoas que habitam lugares comuns são os esqueleto do problema, e eu vou dando a carne, a verve e o sangue da imaginação para elas tão pálidas e sem vida.
Agora quem está pálido e sem vida sou eu, bem o caboclo Marujo disse pra mim com desdém: "Vida sem vida"
As pessoas são minhas musas, é no sofrimento que me sinto mais inspirado, oh por favor me faça sofrer, a inspiração anda de mãos dadas com a dor, e a felicidade_ por mais que ela seja alvejada, é boboca, é bossa nova, barquinho, laguinho e o caralho A4.
Não quero escrever sobre isso, eu não sou o Vinicius de Moraes.
Que caiam os malogros! Que caiam a orgia! As boas brigas, os bons combates e o sarro do sexo! Os amores tóxicos, as entregas paracrônicas e as paixões venéreas! O profundo do beijo e os poeminhas boboquinhas de depois; intuito de futuras fodas.
Minha garota disse: Quando eu voltar pra você então, aí que acabou sua inspiração.
E eu respondi: Não irei fazer poemas sobre você, farei poemas sobre nós dois. É diferente.
Muito desse pesar não culpo a ninguém a não ser a mim mesmo, eu sou preguiçoso, e não é porque eu sou baiano, não trabalhe sua massa encefálica fálida com esse paradigma babaca de que baiano é preguiçoso. A preguiça é humana, indepente de estado, sexo, credo ou raça.
Você vai procurar emprego e se bate com uns obstáculos no caminho (Bares+amigos) aí você pára, e toma uma e toma duas e toma quase uma caixa inteira. Perde a consulta de emprego, chega atrasado no teatro e ainda bêbado, esquece seu texto em casa, esquece suas falas... O que te resta senão improvisar? A vida é assim. A vida é dura
Pra quem é mole.
*****
Em novembro eu estreio numa peça velha e maravilhosa do Nicolai Gogol, como personagem principal graças a minha graça e ao talento de rato ator pornô nos hardcores da vida.
A peça se chama O Inspetor Geral, e é um grande deboche a politicagem atual. O diretor ta puto com os meus atrasos e com meus porres, e como ele não confia totalmente em mim a ponto de se jogar de olhos fechados esperando que eu o segure, ele dividiu minhas falas com outro ator que irá fazer o mesmo papel que eu. Eu vou ficar com o lado don juanesco do dito cujo... O que será ótimo, vou beijar na boca, enquanto o coringa com calo na garganta vai gastar saliva.
O espetáculo é excelente, o meu personagem é um pícaro literato, com certa debilidade pela santissima trindade pecadilha: Comida, mulher e cigarros. Bem eu.
Acontece que eu não faço ideia de que merda vai dar esse espetáculo, se vem de um cú sem prega e limpo ou de um cú da Miriam, baseado no fato de que temos 3 meses de ensaio pela frente, 3 meses de ensaio uma virgula, os ensaios são dois dias na semana, isso dar 17 ensaios antes da estréia, fora os feriados que andam assolando esse mês, e tudo ou mais. Vamos ver... vamos ver, eu ainda me garanto, se querem saber. Como além de toda bebedeira e demência e porra - louquisse eu posso me garantir? Sei lá, Freud não explica tudo? Consulta ele.
Eu disse que iria pintar o meu cabelo de amarelo ovo, não disse? Mudei de ideia, vou passar a zero dos lados e deixar um moicano bem estilo do De Niro no Taxi Driver. Vou dar a ideia cheque pro diretor, vamos ver se ele pesca.
E todos estão convidados, mas não pra ficar na minha casa que já vai está cheia, tente o hotel Uberlandia. Levem os tomates e os ovos, se pans, depois da peça a gente faz uma goroba e mata a larica.
*****
Das coisas que eu ando ouvindo por aqui:
"Uma briga feia de casal. Ele jogou um cigarro acesso na cara dela..."
"E o que ela fez??"
"Jogou um cinzeiro entupido de cigarros apagados na cara dele!"
"E depois?"
"Eles fizeram um amor bem gosto."
Love hurts,
um adendo : o cigarro e o cinzeiro eram os unicos objetos de cena.
Outra, de um poeta numa conversa comigo, como eu não tinha nada melhor pra fazer, eu perguntei:
"Que recital é esse que você conta os dias no nick do msn, como o maldito Conde de Monte Cristo faz crucifixos na parede?"
"É um recital, ue."
"E quem está organizando?"
"Eu ue. Quem mais seria?"
"É... Quem hoje dia faz recital? Isso é tão anacrônico... Quem são os convivas?"
"Eu ue. Só eu. Na verdade, será no dia do meu aniversário, eu tiro essa data para compor, escrever poesias, vou me trancar no quarto e escrever e recitar pra mim mesmo, well... ano passado foi no quarto, esse ano talvez seja na cozinha, não sei, ainda vou decidir. É astrologia, sabe? Quando você faz aniversário tudo se alinha, tudo entra em um bom senso e se ajusta, é bom para a literatura. Não sabia disso?"
"Não... Eu não me ligo em astrologia, eu sou da macumba."
"É mesmo? Eu acho o candomblé uma seita, doutrina, religião, sei lá o quê, uma coisa muito bárbara, eu sou católico apostólico romano."
"O que você acha barbaro no candomblé?"
"Sei lá; aquela coisa de sacrificar os bichos, beber o sangue, oferecer pro diabo. rsrsrs"
"É mesmo? Quer saber o que eu acho bárbaro? "
"O quê?"
"Queimar pessoas vivas. Mas vem cá, voltando ao seu bendito recital... Depois você desse pra tomar umas cervejas com os amigos, para cortar o bolo e apagar as velinhas, né?"
"Não dá. É um ritual. O meu tema esse ano é "Paixões e Traições"
"Hum."
"Por que "hum"?
"Posso ser muito sincero com você?"
"Mas é claro, fique a vontade."
"Eu acho isso uma tremenda babaquisse, não é nem babaca, é boboca. A inspiração não é premeditada, ela vem e vai como as estações do ano, talvez não na frequência das estações, no caso da Clarice Lispector foi, ela ficou anos sem escrever, o Raduan Nassar só escreveu um livro depois de velho, e foi o unico livro dele, excelente livro por sinal. Mas isso não é um ritual, quantas obras primas foi composta em mesas de bar? Centenas. Você tem que viver aquilo contado, amar a natureza daquilo que você ama, amar a essência, respirar as paixões e as traições da rua, não baseado em culturas fragmentadas de parágrafos de livros que você leu, ou aquela sintonia que você busca na faculdade da memória, isso cheira a mofo. Não queira me convencer que a inspiração entra pela janela do seu quarto hermetico com olor de peido, ou te faz companhia na cozinha com o cheiro do ensopadinho da criada..."
"Você está me desmotivando."
"I´am sorry"
"Seu filho da puta! Vá pra puta que pariu você e suas convicções! Está perto do meu aniversário, e você só acendeu o pavio de estrago!! Seu cretino!"
"Eu sei que está perto do seu aniversário, faltam 7 dias."
Então senhores, diz aí: tô ou não tô mal de material?
*****
09/09/09... e eu nem acordei as 9 hrs pra fazer um cocozinho.
Dessa vez quem explica é Jung.