sábado, 21 de julho de 2007

Doces tristes ou Dueto.


Olha como são adoráveis os ignorantes! Se não fosse eles, eu não estaria pensando até agora!

Oh! Leva-me embora, estou morrendo...

Perdão. Mas não quero acompanhar a tua tristeza até em casa. Lembra da Isadora Duncan? dance como ela, tu que dançou "O super fantástico amigo" porque bem cabia em você. Espero um copo de nectar, enquanto de vez em vez a tua cara alerta minha culpa, porque eu sou contagioso e a minha melancolia é pegajosa.

Preciso lhe falar mais e mais e mais. Está na garganta, se abro a boca, sai. Posso sorrir, mas não rir. Só depois, depois serei qualquer coisa que couber.

E o que fazer com a odiosa verdade de que todos nós somos qualquer coisa que couber?
E se abrires a boca sairá flores? Já que a primavera nasce dos dentes...
Iremos a um canto reservado e você me contará mais um segredo, não se espezinhe por dentro, não vale a pena, nada disso é real. É tudo uma ficção contada por algum desocupado. Se esquece que eu ainda tenho um Strait flush na manga esquerda? O prazo da minha boa vontade dura um curto tempo de um cigarro. Compre uma carteira para mim e me tenha ao seu lado e do lado das pessoas que me insultam em segredo.


Você colocou flores em minha boca. A primavera dos dentes está chegando fértil. Já tenho néctar... Algo sublime.

Não vê o esmero na atitude de quem gosta de você? Tire os olhos do umbigo, eles querem te rebocar!

Que moralidade é essa?

Parece que estamos virando piada, ou alguma canção boba e mal cantada. Não quero pensar mais por hoje. As pessoas sorridentes viraram um fardo em minha vida. É um tédio viçoso, visto a olho nu, uma espécie de virus, uma margem entre eu e o que é plástico. Porque tudo é plástico, mas eu sou um plástico com alcool no sangue. Tu, que ta pegando o "Quê" de mim, e o T do tédio, tudo é aproveitável, todo luxo é um lixo bem tratado. O teu mim ta bem eu, não poupamos pessoa, nem lugar. Eu que tô cagando disfarçadamente para a vontade do próximo, é sim. Sou egoísta e ruim! E invejoso tambem. Tô assumindo os meus defeitos ultimamente, é uma forma de me deixar limpo, porque a verdade limpa qualquer corpo encardido, purifica, e o bônus que eu recebo é um tanto de sinceridade e um pouco de curiosidade e espanto das pessoas para comigo. Oquei?
Escolha o seu melhor disfarce e conheça o mundo plástico, não difere muito da gente não. É como comida. Industria ainda quente sobre a mesa.


Você sabe que eu sou doce e triste... Enfim. Quem foi tocado pela Nouveauté páginas atrás?

Aviso aos navegantes:
Está encerrada a expedição linguística pelo meus escritos. Até dar bons textos... Até dar... Mas, como já disse, sou egoísta e tenho um ego. O sorriso não foi criado para exibir só o canto da boca. Vagalhões de mudez...
Porque as pessoas não ousam em tudo que faz?
Ouse.
Abra a boca.


Meu corpo não é tão real.
Eu ando.
Eu ando.
Eu ando por outros mundos.
Meus desejos não são simples.

Eu ensinei mais uma pessoa a falar, Alan que é mais fria que a seda, formou sua mão em conchas e me contou no ouvido. Eu ouvi o mar revolto:
"Eu falo pouco e a minha voz ta rouca... Dom, eu não sei gritar."
E pra ele eu disse, no seu ouvido, com mãos em conhas, como num segredo:
"Foi a coisa mais angustiante que eu ouvi, e que alguem já me contou."
Bebida é solvente e as pessoas se tornam mais interessante, é só a visão que muda, mas os outros amanhã continuarão todos iguais, eu me distorço.
Nem tudo que a gente escreve é tudo aquilo que a gente quer dizer, é tudo culpa da poesia!
Porque se escrevessemos tudo aquilo que sentimos, tudo sairia muito desarmônico.
Largue mão da poesia.




(*Dueto. Rick e eu. Sobre alan e a seda.)

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