quinta-feira, 19 de julho de 2007

Devaneio n°3


Eu lembro que desde mais adolescente, quando eu nem pensava em maconha, eu sempre era o maconheiro das peças teatrais da escola. Já fui uma boa influência.
Lembro que já plagiei o Frei Betto, como no dia em que eu não tinha amigos e nada para fazer. Gravava as novelas em fitas VHS, mais tarde, quando o dia já se fazia noite, e quando todos estavam dormindo, mais sozinho eu ficava. Na escassez da sala, o video engolia a fita. Eu, desde criança anotava a fala das pessoas, e isso é legal de lembrar.
Eu era jovem e ainda não tinha criatividade bastante para escrever o que eu pensava, mas era chato só escrever o que eu queria ouvir, hoje eu só escrevo o que eu quero falar. E o que eu fiz?
Resolvi misturar as novelas; O casal da novela das 8 conhecia o casal das 6, o vilão das 5 se unia com a vilã das 7.
Faltou fumo na Coréia, com Tarcisio Meira.
Bah, mas isso são slides da mente, porque enquanto toda mão queima no fogo da vaidade, os meus dentes defloram, minha mãe já me viu beijando a parede. Mas eu não era maluco, eu só era só.
Estudava no Padre Mackenzie, todos os dias eu viajava na kombi bad trip, era muita gente que eu não conhecia, eu não falava, eu era mudo.
Eu não posso ir comprar cigarros, eu estou escrevendo, não vê? Chega de nhenhenhem, eu quero Brigitte Bardot, eu quero B.B, eu quero beber, eu quero bebê.
Já mudei a vida da Cinderela, mudei o rumo das Fábulas. A Branca de neve fode em cada sete dias, com sete gigantões dominicanos.
Reputa zero.
1x0 para o Brasil.
Itaú a zero para o Brasil.
agente vê.
Já fiz peça vigiando Nelson Rodrigues, o que será que ele fazia quando ninguem lhe via?
Gabo estrelou uma peça que eu não assistir, e ele tem rusgas por isso. Na peça, a mãe do personagem de Gabo chamava ele de Clemilda Assassina! Coitado.
O mágico de Oz, que assistia a peça, ficou com muita raiva e subiu no palco gritando:
"Não chama Gabo de assassino!"
Foi um rebú!
Gabo separava a briga...
"Ô mestre, isso é teatro, é de mentirinha pô..."
"De mentirinha são nossas viagens Gabo, essafreaking strong,chamada de Mary Janes te acusa de assassino! Você não é! Eu sei que não é!"

Quando é você todo mundo ama, o mundo inteiro dirige o mesmo carro, o bairro inteiro fala de você, Casas Bahia; aqui é o seu lar. Vivo, todo mundo quer. Oi, quem ama bloqueia.
As cortinas se fecham com pressa, acaba o primeiro ato. A plateia aplaude!
Bravo! Bravo! Bravo! Estupendo!
Maldito espetáculo.

2 comentários:

Anônimo disse...

continuo gostando.

aqui faz um frio dos infernos, e o céu visto da minha janela é preto-acidente-de-avião. ainda.

beijo

Anônimo disse...

=(
UM DIA ELE VOLTA AO AZUL-DIAS- IGUAIS, PODE TER CERTEZA.

BEIJO.