terça-feira, 8 de maio de 2007

A Saga de Maria Depressiva em busca do seu espirito de porco.


Maria Depressiva era toda dadivosa. Meninota loira cheia de sardinhas em volta do nariz, colada naquele vestido vermelho, roubado da loja Feminis, exibia com opulência suas coxas grossas, seios pequenos durinhos, mamilos rosados, chumbinhos aromáticos. Não usava calcinhas.

Me disse no primeiro encontro.

-Eu tenho alergia à calcinha.
-Alergia?
-É. Eu fico todo me coçando, minha xana fica empolada... Você já viu uma buceta empolada?
-Nunca.
-Nem queira ver meu amigo...

Ainda me lembro da vez em que dormia-mos num quarto de hotel mais vagabundo do que nossas almas. Dormia já exaurido de tanto sexo da noite passada, entre baratas e goteiras, gritos algozes de putas sendo espancadas por seus cafetões na rua Augusta.

-Deve ser chato ter dono.

Ainda roncava, e nem percebi quando o meu pau fora posto pra fora do short, a não ser quando batia um vento encanado de uma vidraça quebrada fazendo assim arrepiar os meus pentelhos, logo, o choque térmico. A mão fina e quente afagava o meu mole pau, como se estivesse pegando uma massa, as idéias se organizavam em fila indiana, meus olhos tão remelentos e preguiçosos abriam-se miúdos, a boca seca, a língua com gosto ruim... Despedia-me da letargia, enquanto via meu caralho crescer e se tornar vivo e retumbante na boca de Maria Deprê, era como a chamava carinhosamente, ela me olhava com olhos sucintos, nua por completo, corpo de Vênus, Boticcele lesado.

Os gemidos caíram bem, sentia meu pau inundado em saliva e lembrei de São Paulo, não, não. A buceta de Maria inundada era mais triste.

Ó buceta triste, como estás? Não vai me convidar para entrar?
Gozos remanescentes de boca aberta e gemido alto.
Maria limpa a boca esporreada com o lençol sujo.

-Desculpa. É que eu estava com insônia.

Quando Maria ficava ansiosa fumava os filtros e as baganas, desfilava nua e descalça pelo quarto exibindo sua pele branca como cera, seios pequenos como já havia dito, cabelos loiros e cumpridos onde ela deixava cair na testa uma franja que a fazia ficar mais menina ainda, sardas, cintura fina, esguia, enormes e opulentas pernas escondidas por meias calças 7/8 cor púrpura até o joelho. Seus pêlos pubianos eram ruivos e tinha um aspecto hiponga, seu dedo indicador vivia lá dentro, é mania, me disse uma vez.

-Mamãe falava que fazendo isso eu nunca mais sentiria aquelas dores que toda menina sente quando derrama sangue. Depois eu descobrir que era tudo mentira, mamãe me masturbava com prazer. Gozei em seus dedos, uma ou duas vezes.

Quando não fodiamos, nem fumávamos um baseado, nem saiamos para pichações e concertos de poesia, Maria ficava nua em cima da cama de casal, janela aberta, o sol entrava clariando intensamente seu corpo, e sua pele branca e o seu cabelo cor de fogo se misturava com o sol e virava uma única luz.

Perna cruzada para cima, de bruços, mordiscava a canetinha bic azul enquanto decidia o que botar em suas fantásticas e intermináveis siglas criativas.
Depois de foder, seu passatempo preferido.

C aso
A rrombe
A rrume
R egras
A morosas e
L ibidinosas causadoras de
H orriveis
O verdoses

-Toma. Sua vez.

A sigla é B. U. C. E. T. A. S.

B ela ... U nião ... C aralho ... E ntra... Toda ... A... S aliente.

-Hum, deixa eu ver. Faltou o A.

-É. Eu sei. Deixa eu pensar...

-Não pensa, o seu mal é pensar demais. Desarruma e faz.

-Certo.

Não direi aqui minhas inúmeras tentativas para uma sigla perto do obvio, até porque nem lembro mais. Mas ainda me recordo dessa porque ainda guardo esse papel no bolso da minha calça surrada como um prêmio de consolação.

B elaU niãoC aralhoE jaculadoT rásA mor eS orte
O sorte ficou por conta dela.

-Vou andar bicho...
-Ué. Pra onde você vai?
-Vou procurar o meu espírito de porco que anda perdido por aí.
-Ahnh Maria, ultimamente você anda tão esquesita. Vem cá vem, suspende essa saia, deixa eu te foder.
-Não.
-Então deixa eu te chupar, vem...
-Ta. Mas só uma chupadinha. Eu preciso mesmo procurar o meu espírito de porco.

Eu iria falar para ela que ela estava lendo muito o livro dos vampiros de Sistinas, mas me faltaram palavras quando ela suspendeu sua saia indiana amarela escura amostrando-me sua coxa e sua cona, sua buceta raspada...
-Gostou? Fiz hoje de manhã.
Apenas disse; linda.
Sua buça era rosada e tinha um aspecto triste, eu sei que vocês leitores que me lêem em casa esparramado no sofá, no ônibus, na escola, ou na privada cagando, devem me achar um insano, ou no mínimo um imbecil.
Pensam, buceta é buceta.
Não, não é. Pelo menos não a da Maria.
Era uma buceta que me olhava e me dizia tímida;
-Se não for pedir muito, passe a língua antes de comer. É que eu era estupidamente frigida até os dezesseis anos.
Uma buceta jovem velho banguela que me ler com os olhos miúpes, daquelas que nunca mais verá, há não ser a tua neta ainda impúbere que de vez em vez, quando consegue andar, espia pela fechadura do banheiro.
Uma buceta triste faz jus aos olhos da dona.

3 comentários:

Anônimo disse...

E ae meu amigo tudo bem? kra kda dia tu da um novo ar a esse blog. kraka e esse texto? puts muito maneiro.

Adorei kkkk e o final? kkk muito bom

Anônimo disse...

olá! eu sou amigo do ricardo (da faculdade de letras). morei aí na região de cruz das almas e já lia os textos de ricardo, quando encontrei o seu blog.
você escreve muuuuuito beeem ! há tempos não vejo ninguém escrever assim como você!
Leio TODOS os textos que você coloca aqui, e os do ricardo também!
O ricardo escreve muitíssimo bem, e você é simplesmente extraordinário!!!

Ah sim...
Meu nome é Franco
Um fã alucinado pelos seus textos.
Ficou faltando os meus parabens, porque tudo que você escreve é digno de um gênio

Anônimo disse...

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OBRIGADO FRANCO. UM ABRAÇÃO!
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