terça-feira, 8 de maio de 2007

O fabuloso destino de Mariline Fiore.


Ela chegara nua e limpida, era longa e esbelta, dona de uma face branca como papel. Sua alma era um corvo sujo que sobrevoava a entrada do céu, todo azul puro, os anjos na esquina, não a notaram, era apenas mais uma militante.
De longe, de muito longe, ela sentia e via ao mesmo tempo, em versão juntas, a presença do homem taciturno e mal humorado.
E pensava: E agora?
Perguntava aos pés que flutuavam, ninguem sabia a resposta, nem ela mesmo sabia porque estava ali, morrera derrepente, sem aviso prévio, 1o mg de lexotan roubado. Sua alma voava a procura de carniça, aqui é o céu corvo, algodão doce, se quiser...
É desse formato que me olha rabujento quem me fez um bolo?
-E se eu acreditasse em você? Você teria que me possuir, não é mesmo? Não posso ser livre? É nessa condição então? Tenho que acreditar que o senhor escreve o meu destino? Por que não se aproxima? Porque sempre tão distante? Introspectivo?
Tudo era muito neblinado, uma luz ôpaca, um rosto que não havia face, a não ser olhos, sempre tão duros e amáveis...
Mas meu Deus, como pode?
Mas meu Deus, como pôde?
Meu Deus?
Meu?
Havia duas opções de encará-lo face a face, talves duas maneiras de ver, e encarar a situação, e descobrirei mais tarde, que na verdade, são minhas respostas.
O livre arbítrio. As duas maneiras eram simples:
Longe eu fico de você, e me sinto grande.
Ou me imagino perto de ti, e me sinto pequena.
A distancia que tu me destes, o amor em teoria ensinados na escola, "difundia´se" com a com uma imensidão de duvidas. Perto de ti, pareço uma menina, um passarinho em tua palma, que tu senhor, decide se liberta ou prende em tua gaiola.
Mas de toda forma, um senhor irônico, estupido e maleável.
Caíra.
Como um anjo renegado, como a palavra que foi dita na hora errada, como a bebida bebida antes do brinde, caíra e acordou sentindo-se pesada, fechada, batendo em madeira. numa mesa estragada.
Agora Marilini Fiore era uma mão pesada, de um homem furioso, que amassava papéis escritos e jogava-os na cesta do lixo.
Suas ultimas palavras no papel que fora arremessado junto com as outras sortes rabiscadas e posta no lixo, foram:
"Deus é tudo que não se pode tocar com as mãos..."

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