terça-feira, 29 de setembro de 2009

A geleia tropical reunida



Ficar embriagado no avião é mesmo uma merda né Bethanea? Ó, fica assim não, todo mundo erra.


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PS: Tenho revisitado os discos do Devotos do ódio.
Vão por mim, baixem isso, ta faltando é hardcore:

http://rapidshare.com/files/282401995/D_-_Ago_t_Val.rar

O primeirão cd dos caras, muito difudê.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sarah Vaughan - Whatever Lola Wants



Essa música é um tesão e o clipe é simples e original, no mais: excelente!

A tradução, aqui:


Qualquer coisa que Lola quiser, Lola consegue
E carinha, a pequena Lola quer você
Prepare-se para não ter arrependimentos
Curve-se, entregue-se você está completo

Eu sempre consigo tudo o que eu miro
E seu coração e sua alma é o que eu vim pegar
Qualquer coisa que Lola quer, Lola consegue
Tire seu casaco, você não sabe que não pode vencer?
Você não é uma exceção à regra
Eu sou irresistivel, idiota, admita
(admita, você nunca vencerá)

Qualquer coisa que Lola quiser

Lola consegue.

Sara Vaughan - My funny Valentine







Visceral!!!

Sara Vaughan - Perdido



Eu ficaria mal e choraria mais umas dezenas se eu não soubesse que a vida é feita de ajustes e reajustes, dói em mim saber que quem sai perdendo nessa pós empreitada verbal somos nós. Eu de um lado e vocês do outro, e cada um com o seu quinhão ruim.

Tenho medo que essa mágoa se torne um cancro, um peido velho num organismo vivo.

Perdi um dos meus por erro de interpretação, por má fé quem sabe, falta do que fazer. Mas se existe uma conotação entre eu e os outros, a mais visivel e rísivel é a de fuga, a de escape. Eu sou como uma leitura de feras que lê o texto do espetáculo com entonações notórias, respeitando os pontos e as virgulas, mas com o corpo inerte, impávido, sem nenhum movimento teatral nem de gabolice, porque de teatral em mim só existem as palavras, eu ainda não estou pronto para empreitada física.

Para os meus amigos, Perdido.
Para os meus amigos perdidos.
E como diria o meu amigo Guilherme: O que se perder se perdeu!

Adeus nõninos.

Odeio despedidas!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vestindo a roupa da raposa



Eu já perdi alguns amigos por conta das coisas que eu escrevo, eu não sei... Penso que eu sou honesto demais, e as pessoas parecem não estar preparadas para isso.
É o caso do meu cunhado que só gosta de mim de longe, tão protegido no seu bunker de palmeiras, suco de laranja-lima natural e paredes forradas de papel parede.
Eu sou franco e anônimo como Adão acordando depois de um sono justo.
Alguns confundem honestidade com empáfia, e por isso me chamam de poço fundo.
O poeta - mor quer ver o cambulião mas não quer me ver, porque ele leu toda a estória que eu contei no blog, achou um ultraje, uma falsidade sem tamanho, ele que sempre recomendou minha escrita para outros, ele que nunca publicou nada de ofensivo sobre mim, e etc.
Mas sabe porque ele nunca publicou nada de ofensivo sobre minha pessoa? Simplesmente porque eu nunca dei lugar pra ele fazer isso, porque ele não tem do que falar mal de mim.

Ele e o asshole do seu amigo fez por onde, é claro que me faço uma indagação prévia, me pergunto: Porque zombo? Porque gosto de me refogar nesse molho caricare e gárgulesco?
E quando estou cônscio de que não é por inveja, nem recalque e sim porque a pessoa em questão é um grande babaca que merece ser tirado um sarro, aahhh, eu pego pra Cristo sem piedade, porque o riso liberta do preconceito rígido, e também porque (assim como o meu persona no teatro) eu gosto de ler algumas coisas divertidas quando estou aborrecido. Ora, eu faço troça da minha própria desgraça, porque eu iria poupar os outros?

Enfim, fazer o quê? A sinceridade assim como a ambição ainda não ganharam a patente de virtude.
Ou ganharam e ninguém percebe, ou percebem mas com medo?
Diseuse tupiniquim morre pela boca, um dia eu aprendo de uma vez que com a verdade não se brinca, muito menos com a verdade dos outros.
Mas bem, eu não estou aqui para monopolizar a verdade, eu nem quero_ porque ao contrario do que muitos pensam_ a verdade pesa uma tonelada.


*****

O meu persona no teatro é um verdadeiro malandro, eu estou adorando fazê-lo. Apesar dos ensaios não andar muito bem das pernas, mas enquanto isso estou estudando meu personagem que é um verdadeiro pícaro, e não um pseudo - espertalhão como muitos que existem por aí.
Vou vestir a roupa da raposa, serei meio animal, meio coyote enquanto os outros personagens são seres humanos, o meu criado será um coelho. Partindo desse principio já mostra muito bem que as pessoas gostam mesmo de ser engabeladas, que se você souber vender, elas compram sem hesitar a sua lábia e a sua atitude. Elas querem mesmo é ser engabeladas, é isso aí!
É o que os malandros geralmente fazem, se dão bem e se divertem às custas do mundo.
Não foi a toa que esse personagem foi dado para mim, é claro que por eu ser trickster de nascença ajudou bastante, sempre fui trickster, mas só mais tarde que eu vim me dar conta disso.

E para ilustrar: Roubarei a astúcia do Arlequim de Neil Gaiman com a linguagem figurativa de um macaco trapaceiro, que consegue enganar muito sabiamente o leão e os antílopes, me inspirarei nas miguelagens maldosas do enganador norse, que é Lóki. Nas corajosas atuações de Prometeu, de Hermes e de Mercurio, nos ardis que Exu tem para com suas vítimas, na mitologia Iorubá.

E depois desse escrupuloso laboratório, construirei MAIS UM arquétipo da resistência que é a figura do Malandro e seus truques pelo mundo.

*****

A peça estréia em novembro, mas não tem data marcada ainda.
Eu colo o cartaz aqui. No problems.

Respeito

Um dos principios básicos do ser humano.
Poucos sabem, mas é.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Shakes handes, se divirta, asshole!

Jerry Lewis em seu personagem mais idiota
O meu cunhado saiu para se divertir, e levou consigo uma negra fabulosa, e mais uma trupe de amigos pelintras. Ele foi pra pizzaria, mas disse apenas que iria dar uma volta. Omitiu, temeu dividir a pizza comigo, o otário. Mas veja bem, eu já jantei.
Só queria conversar um pouco, flertar com a negra fabulosa e nada mais. Não tenho amigos aqui.
Mas ele me condena, me subjuga a vida inteira por uma ou duas merdas que fiz.
Eu sou eu e minhas consequências, sou só um ser humano de carne e osso, com defeitos_ que é exatamente o que faz eu estar no mesmo barco que todo mundo.
Já fiz muita merda nessa vida, e não vou parar tão cedo de fazer, a gente nunca pára de fazer merda, o que varia é a intensidade.
Ele disse que eu sou um garoto mau, que se eu fosse pelo menos acessível... ah, que se foda. Quer saber?
Não preciso fazer teste para entrar em grupinho de ninguém, tenho meu próprio elenco de amigos, e pra mim está de bom tamanho.

Antes de sair o acéfalo lançou essa: "Eu gosto de você, mas gosto de você de longe. Pessoalmente você causa muito estrago, é um fiasco "estrabólico"."

Oh, que coisa... Eu sei como funciona.
É sempre mais fácil manter a gentileza com alguém quando esse alguém está em outro hemisfério, a falsidade fica mais convincente.
Ah... Eu não sei como fazer isso. Não sei mesmo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Louis Prima - Medley



Por falar em mixórdia, Medley pra hoje ainda.
Agora eu vou lá voltar para churrascada e para as trêtas de familia todo mundo em água.
Bem, eu posso conversar com você e até sorrir enquanto Victor e Léo está berrando no som de duas caixas, contanto que eu esteja com um fone no ouvido.
Salve meu mp3 que me conserva da poluíção sonora e faz da minha vida mixórdia!
E para o domingão Just Gigolo!


L . P., since 57.

sábado, 19 de setembro de 2009

Pra não ser de todo triste - Billy Joel

Afinal, ninguém tem culpa de nada do que se passa comigo e ao meu redor.
Minha mãe está deprimida, eu já falei pra ela que o sofrimento existe para nos motivar a ir parar em algum lugar, a tomar um rumo. Ela não sabe porque sofre, só está se sentindo infeliz. Mandei ela fazer uma varredura nesse sentimento pra ver em que ponto chega, pra ver o que é preciso colocar em quarentena ou simplesmente jogar fora como o que não presta, o que não edifica.

Quero mesmo é examinar, esquadrinhar e dissecar toda minha mágoa, até perder toda graça. Pois é lei da física que o fato de observar muda o objeto sendo observado. Certo?
Forget your troubles and dance, forget your sorrows and dance, not dance for dance.









"Uma boa noite e um bom final de semana pra quem tem grana."

Viciado nela



O dia começa bem e você não quer viver
Porque você não pode acreditar
Porque você sabe os seus truques.





O Iggy Pop é o meu ídalo maior. Adoro essa Iguana.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tudo culpa da nostalgia



Acordei assim hoje, passional latino americano com humor benigno para o amor.
para todos In the mood for love, porque o amor de hoje é a musica dos anos passados, pelo menos pra mim.

Nat King Cole - Nature boy



E para completar o "medley do piano", outro cara que não fica atrás nesse quesito. Inclusive Route 66 é dele. Mas de qualquer forma, eu preferi na versão do Troup.
Agora a tradução de Nature boy, feita pelo meu inglês primário e por ajuda do bussola. Porque merece.


Havia um menino ...

Um menino muito estranho encantado
Dizem que ele vagava muito longe, muito longe
Sobre a terra e o mar
Um pouco tímido e com olhos tristes
Mas muito sábio ele era
E então no dia
Um dia mágico que ele passou no meu caminho
E quando falamos de muitas coisas
Tolos e reis
Isso ele me disse:

A maior coisa que você jamais vai aprender
É simplesmente amar e ser amado em troca ...




Foi o que me disseram um dia, alguém do além - túmulo.

Bobby Troup e sua trupe - Route 66



O Bobby Troup toca piano como se estivesse fazendo qualquer coisa simples e entediante. Fodão.

Não tenho lágrimas



Do meu namesake, Dom Salvador (no piano, é claro) por Bossa Nova do Brasil.

Amanhã é dia...

De pedir desculpas.
Ou não, ainda vou pensar. É muito dificil pedir desculpas porque nunca se sabe como as pessoas vão te receber dessa vez, você nunca sabe se será preciso engrossar novamente para não passar recibo. Até outro dia tinhamos combinado nossas ofensas, mas eu não acredito em ofensas garantidas.
Não me venha com balas de festim, porque a minha munição é pesada e a minha mira ainda continua muito boa.


No teatro dei uma de cavalo do cão achando que tinha Deus no corpo.
Sair porta a fora como um adolescente revoltado, deixando às minhas costas toda marcação de cena, e batir a porta com força para não dizerem por aí que não fazem mais rebeldes como antigamente.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O pivô, o protagonista, o antagonista e o coadjuvante.

Eu queria ter o poder do Sarney!





Eu preciso fazer muitas coisas; estudar para o vestibular é uma delas. Eu estou completamente perdido nesse turbilhão de coisa alguma. Não sei o que fazer da minha vida, vai que por um súbito lance de sorte eu passo no vestibular, aí se denserrola mais uma etápa do dilema: que curso cursar? Sei lá. Vai saber. Eu tenho vontade de fazer artes plásticas, mas tenho medo de perder no teste de aptidão, não sou autodidata, muito menos um didata treinado, o livro é apenas uma ferramenta de ensino, estudar com auxilio de um livro que não abre a boca para responder as perguntas mais imbecis é forçar o seu intelecto no escuro, numa parte tranquila longe do alvoroço. "O livro é uma labareda numa terra onde não há ninguém." E tem ainda as pessoas do curso que são super descoladas, ai meu Deus, será que eu aguento? ... Mas isso é o de menos. O demais é que só quero saber de ler livros, e os livros que eu leio infelismente não caem no vestibular, eu tô lendo agora um ótimo do Anthony Burgess, e não é o Laranja Mecânica. Digamos que é um ainda melhor, antigo. O Laranja Mecânica nem cogitava nascer ainda para garantir a estabilidade da familia Burgess.
Okay, preciso me livrar também desse blé que é o esqueminha orkutiano e suas pessoas, preciso me encontrar com gente de verdade, sábado agora vai ter Retrofoguetes no parque da cidade, e é por isso que eu estou guardando o meu caquético punhado de dinheiro no caixa simbolicamente forte, porque eu vou de Retro no domingo. No próximo domingo, vou de Cólera.

Eis que hoje de manhã abro meu email e tem uma mensagem assim:

"VÁ PRO INFERNO. NÃO SABIA QUE VOCÊ ERA HOMOFÓBICO. SEU NAZISTA DE MERDA!"

Eu explico.
Quem mandou foi um poeta, (sempre poetas, ô raça!) ele é meio doente, ele gosta das coisas que eu escrevo pra ele, outro dia descobri uma comunidade qualquer de literatura e o que tinha lá? Todos os scraps que eu mandei pra ele, prostados e postados. Eu tomei um susto, mas depois ri um monte.
Ele é amigo de todos os meus amigos... inclusive, ele não conhece nenhum. Isso é só pra fazer parte dos meus. Esse cara é de São Paulo, tem um livro publicado e tudo, um livro de poesia e prosa poética sobre os clarões amazônicos, sabe lá o quê Deus, que apesar de agnóstico, é entendedor da coisa toda.
Tudo começou quando eu pedi um livro do Albert Camus pra ele, e falamos sobre o Camus, eu disse que achava o Camus genial, que ele escreve tudo o que vivencia, que ele não precisava mentir, que o Camus transcedia a mentira. Que eu gostava do Camus porque parecia que ele tinha descoberto o gosto da merda. E esse cara disse que gosta da minha ingenuidade, que a literatura é pura mentira. Certo, ele não deixa de ter razão.

A verdade é fato, é unica, a verdade vem pronta e não tem enfeites. Já a mentira é inventada, modelada, na mentira há a criatividade pulsante de quem a cria, qualquer mentira é válida porque a verdade é uma só, e como eu já escrevi aqui, por mais que a verdade seja insubstituivel, ela as vezes é apenas irrelevante, e é por isso que existe a mentira. Cada coisa tem o seu oposto, e a mentira é uma arte!
Uma mentira só se torna real quando você passa a acreditar profundamente nela. Mas tudo na vida vem a tona, é nisso que devemos nos preocupar agora.
Esse cara citou uns caras e me perguntou se eu gostava deles, os caras citados foram: Bergman, Beckett e Kafka. Eu só gostava do Bergman, Beckett nunca li, e o Kafka como escritor é um excelente desenhista!
Um amigo dele, outro poeta com textos em jornais de Jundiái, que não tem nada melhor pra fazer na internet e por isso ficava acompanhando nosso diálogo literato no scrapulário do poeta - mor, como se fosse uma novela das oito em sua fase terminal, me achou Grande!
eis aqui o que ele escreveu sobre mim:

"Nossa B., adorei seu amigo crítico literário que pede a morte dos críticos ["Dom", ele tem um "dom" acima do normal]. Ele mostra-se realmente um grande conhecedor da obra de Kafka, cujos dotes literários expandiram-se ao desenho. Estou impressionado com tamanha sapiência. Peço-lhe que pegue o endereço e dados curriculares, pois pretendo mencionar esse gênio da Crítica da Arte em minhas aulas de estética. Abraços fraternos. "

Ri bem alto. Gênio da crítica da arte? Alguém explica pro coadjuvante a piada? Alô cuzão! Eu estava ironizando o Kafka mané, não gosto do Kafka, de nada do que ele escreveu.
Well, well... Mas depois o ego intumesceu por alguns minutos e eu me beijei. aháha!

Do Camus partimos para escória brasileira, o protagonista citou alguns contistas que ele adora, acha digno e muito pertinentes:

Dalton Trevisan
Caio Fernando de Abreu
Marcelino Freire
Nelson de Oliveira
Edilson Pantoja

Eu escrevi pra ele que tinha um grande preconceito com a literatira brasileira, quem me conhece sabe bem disso, eu tenho alguns preconceitos ue, eu sou humano. Não finjo, não é meu forte fingir pra agradar. Disse que exceto o Dalton Trevisan_ que só O Vampiro de Curitiba o salva, os restos citados nunca li, e tirando o Caio F., nunca tinha ouvido falar.
A briga toda começou com o Caio F.
Só porque eu disse que não gosto dele, e não gosto mais ainda dos leitores dele, que a maioria são gays chatos e emos cults, podem reparar.
O publico alvo da Ana Carolina não são as lésbicas? O publico alvo do Bukowski não são esses garotos imberbes que estão começando a beber e se acham os putões da area? Tem pra todo mundo, tem pra todos os gostos. Eu traço as pessoas dessa forma superficial, tem as Clarices juventude existencial e tem tipos Caio F.; bixas admoestadas. Que é extamente o tipo que o Caio F. mais representa, esses que tem o coração partido mas que estão sempre lá se humilhando de novo.
Mandei ele procurar um tipo e se encaixar, e c´est la vie. Isso depois que ele me mandou o email ofensivo, é claro.
E pra piorar tudo, eu ainda contei uma história de um traveco que estava apresentando um stand up com paródias de musicas tipo Maria Bethania, Gal, Elis e etc, era aniversário desse travesti, e dentre todos os presentes dele tinha um que se destacou mais, era um despacho com tudo que contêm num ebó de macumba: velas vermelhas, cigarrilhas, galinha preta, champanhe, fios de cabelo, e... e... e... um livro do Caio Fernando de Abreu.
Ou seja, não podia faltar.

O protagonista detonou no orkut, o antagonista respondeu o email dizendo que já esteve e saiu do inferno zilhões de vezes, mas que parece que ele com essa cabecinha púdica tipica de poetinhas, continua por lá.
O coadjuvante sentiu as dores como um gêmeo siamês, e partiu pro ataque em defesa do amigo protagonista.
Insinuou que eu fazia parte do nucleo pobre da novela e que só queria me destacar com toda minha "revolta transformadora" baseada em meia duzia de livros, sendo três de auto - ajuda, e os outros três lidos só por resenha na internet. Disse que eu era um insulto a inteligência do B. (o poeta - mor) e que quando ele entendeu a piada do Kafka riu muito, sozinho é claro. E que já isso mostrava muito o nível do sujeitinho que sou eu.

Eu ri muito alto e na companhia dos meus, quando outrora ele me chamou de gênio da arte.

Ora vejam só como são as coisas... Antes de eu quebrar o decoro dos plêiades eu era um gênio crítico da arte, agora eu não passo de um idiota travestido de intelectualóide misturado com Mano Brown. (palavras do coadjuvante entrão) O coadjuvante queria saber quem eu era, e eu disse pra ele quem eu era, ou melhor, quem eu fui:

"Eu fui você ontem, meu chapa. Transcedi... acontece."

Se bem que pensando melhor, um idiota travestido de intelectualoide com um mix de Mano Brown não é nada mal, hem?
Melhor do que ser baba ovo do Caio Fernando de Abreu, que nem sabe que esses poetas existem.
E o que mostra bem o nível desse sujeitinho vulgar que eu sou... está bem, está bem, eu respondo. É não ter medo de dizer o que penso, doa a quem eu lascar, de dizer o que eu acho, o que eu bem quero, mesmo depois de ser considerado um "gênio" por causa de um equívoco, deveria ter andado na linha para não perder essa patente né?
A resposta é não.
Minha escrita é a sangue.
Não se apaga.








E no mais, para disvirtuar toda a coisa: Rest in peace pro cara do Ghost!

domingo, 13 de setembro de 2009

Mas, que nada.


Quem engana a sí mesmo consegue enganar o mundo.
Eu quase cair com um assopro, mas respirei bem fundo e segurei meus sentidos_ que eu percebia, me escapava. Volvi o rosto e dei três passos cambaleantes pro lado. O caboclo me segurou, eu tentava fugir dali daquela roda infernal e ele fazia cerco impedindo minha fuga.
Enxugou o suor da sua testa nas minhas mãos, passou as minhas mãos no meu rosto, gritou agudo e uníssono no meu ouvido, deu pra ficar meio zureta, mas eu ainda estava ali. O caboclo apontou a ponta da sua lança prata em minha têmpora, suou pra me virar no santo e ficou no vácuo.
Ele desistiu. Eu resisti, eu ainda estava ali presente.
Ganhei uma cadeira cativa ao seu lado, bebi vinho do melhor na cumbuca, sambei miudinho lá na frente, eu disse meu nome três vezes, é que o caboclo esquecia, eu entendo, isso é coisa de quem bebe . Comi da comida de Exu, aliás, Exu come-se muito bem. Tremia, não por medo, mas pela sensação estranha que ainda restava em mim, eles perceberam, e os caras do atabaque puxaram uma musica em iorubá que falava do medo, e os atabaques acompanharam sincronizados. Muito engraçadinhos.

"Ei, você aí!" O caboclo dono da festa, posto ao meu lado, gritou para outro caboclo da festa, o seu cavalo era uma mulata. "O que é que você faz? Você canta, dança,, bebe, faz o quê?"

E o caboclo da mulata rosnou, mastigou algumas palavras desânimadas que não deu pra ninguém entender... "Eu faço..."

"Pois eu só bebo." interrompeu o caboclo dona da festa. "E bebo um barril. Fica aí sofrendo otário... Eu já nasci bêbo seu moço. Como é mesmo sua graça?"


Mais tarde, quando Pena Branca, caboclo de Oxalá se despediu de todos porque iria chover, e começaram a cantar "Ô vai pingar gota de ouro, ô vai pingar...". Me comunicaram que ele gostaria de conversar comigo em off, eu tirei os sapatos para entrar no quarto, porque a energia vem do chão.
Me ajoelhei, ele tomou minhas mãos nas suas e me disse que não tinha pressa, que mirava sua caça pelo espelho e lançava sua flecha sem olhar pro alvo, e veja bem, ele só usava uma flecha.
Que ele era vento e que me conhecia muito bem, que eu amava o belo porque era filho da beleza, e que o meu pai era a prosperidade.
Ou seja, eu sou filho do êxito.
Que o Deus da arte resplandecia em mim claramente, que eu era bom, que eu tinha um coração bom, falou de amores: disse que eu amava de forma errada, mas totalmente intensa, que o meu coração pedia uma coisa, e a razão obrigava outra, e que isso me fazia sofrer.
"Ame, ame com verdade. Ame verdadeiramente. Se houver mentira nesse jogo, não vale apena amar. Se você sofre é por causa de suas duvidas, e os seus anseios e suas frustações são frutos da sua imaginação, é você que cria e alimenta, como uma mãe educa um filho. O que é o medo? apenas algo que criamos para boicotar nossa coragem. Seu moço, uma parte de você é só medo, então... Você nunca será feliz desse jeito. Mas eu vou abrir seus caminhos seu moço, porque eu já passei por tudo que você ja passou bem antes dos seus ancestrais nascerem. Deus é tudo, Deus é o ar, Deus é a água, Deus é o fogo, Deus é essa cadeira, Deus é você."
"Deus é amor, e tudo é amor." Eu disse. Ele fechou os olhos e grunhiu tremendo só um lado do ombro.
"Você tem um coração de ouro. Você vale ouro, mas poucos sabem disso. Sabe seu moço, o seu destino já está traçado, mas você só vai vim quando escutar o seu coração, na hora certa, você não irá mais sair. Eu nunca perdi uma caça, e você é filho de caçador... Eu converso com a minha caça, para que elas se entreguem a mim, porque eu não gosto de machucar ninguém."
"Pelo amor ou pela dor? É isso que você quer dizer?"
"Mas é assim que é em tudo na vida."
E tralalá, e caixa de fósforo.
Fiquei a pensar, até agora estou pensando um par de coisas...
Fiz sexo, e ainda guardo o gosto da deliciosa comida de Exu no paladar, que nem os beijos de paixão tiraram.
O que faz mal não é o que você põe para dentro, e sim o que sai de sua boca. As palavras tem poder e uma vez proferidas, o vento leva pra longe.
Advinha quem é o vento?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mart´nália - Entretanto



"É só ciume, doença que contrair porque te amo demaixxx, mas também é loucura e loucura tem cura e ciume também, e paixão é o que me faz bem."

Pra mim samba é isso,

e somente isso.

Tom Waits

Mó braba.

Eu não queria malogro?




Infernal esse clipe do Teenage Jesus and the Jerks.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Os dois lados da moeda

Eu hoje



Eu no futuro próximo



Errei a pista

Por enquanto nada, nada de nada. Só essa sinfônia degradante e nada criativa, e os cigarros do meu padrasto que eu vou liquidando sem intervalos, eu sei que irei me arrepender aos trinta... ah, que se foda, chegando lá eu me viro, eu não sou nem pretendo ser quadrado.
Estou no centro do ócio, sem trabalho, sem sexo, sem sarros, sem carinhos nem malícias, só a mesmice, por enquanto só Jesus na causa. Estou me tornando habitué de sites da boca do lixo, e isso não é legal pra pele, provoca espinhas porra!
O boteco que eu trampava? Os milicos fecharam, aquilo lá já estava passando dos limites, fez bem as autoridades. Os patrões, mãe e filho abriram umas coisinhas aqui e outra acolá. Czar se mudou com medo de ser assassinado, hoje está com um pequenote restaurante perto de sua nova casa, e a mãe dele e ex sócia está com um médio restaurante no Derba, contando com o auxilio da sua fiel escudeira Chuchu, a chupa culhão que parece gato aos pés do patrão. Bem faz ela que ganha seu trocado, pior sou eu que estou desempregado, quem vai pagar minha franquia pro show 80 age esse sábado? Quem vai pagar minha passagem e as brejas pra eu ver as bucetas dourando na praia?
Depois de eu ter passado por uma série de empregos de lojas de nome esdruxulos, do tipo: Dinossauros Presentes, Kafka Baby, Ginsberg e os bons fluidos e um motel chamado Vaca Mecânica, agora a falta do que fazer cada vez mais presente.
Não tenho o que dizer porque não presencio mais nada, a minha fonte segura, o meu material, todo mundo sabe, são as pessoas comuns, o mix do vivido com o imaginado. As pessoas que habitam lugares comuns são os esqueleto do problema, e eu vou dando a carne, a verve e o sangue da imaginação para elas tão pálidas e sem vida.
Agora quem está pálido e sem vida sou eu, bem o caboclo Marujo disse pra mim com desdém: "Vida sem vida"
As pessoas são minhas musas, é no sofrimento que me sinto mais inspirado, oh por favor me faça sofrer, a inspiração anda de mãos dadas com a dor, e a felicidade_ por mais que ela seja alvejada, é boboca, é bossa nova, barquinho, laguinho e o caralho A4.
Não quero escrever sobre isso, eu não sou o Vinicius de Moraes.
Que caiam os malogros! Que caiam a orgia! As boas brigas, os bons combates e o sarro do sexo! Os amores tóxicos, as entregas paracrônicas e as paixões venéreas! O profundo do beijo e os poeminhas boboquinhas de depois; intuito de futuras fodas.
Minha garota disse: Quando eu voltar pra você então, aí que acabou sua inspiração.
E eu respondi: Não irei fazer poemas sobre você, farei poemas sobre nós dois. É diferente.
Muito desse pesar não culpo a ninguém a não ser a mim mesmo, eu sou preguiçoso, e não é porque eu sou baiano, não trabalhe sua massa encefálica fálida com esse paradigma babaca de que baiano é preguiçoso. A preguiça é humana, indepente de estado, sexo, credo ou raça.
Você vai procurar emprego e se bate com uns obstáculos no caminho (Bares+amigos) aí você pára, e toma uma e toma duas e toma quase uma caixa inteira. Perde a consulta de emprego, chega atrasado no teatro e ainda bêbado, esquece seu texto em casa, esquece suas falas... O que te resta senão improvisar? A vida é assim. A vida é dura
Pra quem é mole.

*****

Em novembro eu estreio numa peça velha e maravilhosa do Nicolai Gogol, como personagem principal graças a minha graça e ao talento de rato ator pornô nos hardcores da vida.
A peça se chama O Inspetor Geral, e é um grande deboche a politicagem atual. O diretor ta puto com os meus atrasos e com meus porres, e como ele não confia totalmente em mim a ponto de se jogar de olhos fechados esperando que eu o segure, ele dividiu minhas falas com outro ator que irá fazer o mesmo papel que eu. Eu vou ficar com o lado don juanesco do dito cujo... O que será ótimo, vou beijar na boca, enquanto o coringa com calo na garganta vai gastar saliva.
O espetáculo é excelente, o meu personagem é um pícaro literato, com certa debilidade pela santissima trindade pecadilha: Comida, mulher e cigarros. Bem eu.
Acontece que eu não faço ideia de que merda vai dar esse espetáculo, se vem de um cú sem prega e limpo ou de um cú da Miriam, baseado no fato de que temos 3 meses de ensaio pela frente, 3 meses de ensaio uma virgula, os ensaios são dois dias na semana, isso dar 17 ensaios antes da estréia, fora os feriados que andam assolando esse mês, e tudo ou mais. Vamos ver... vamos ver, eu ainda me garanto, se querem saber. Como além de toda bebedeira e demência e porra - louquisse eu posso me garantir? Sei lá, Freud não explica tudo? Consulta ele.
Eu disse que iria pintar o meu cabelo de amarelo ovo, não disse? Mudei de ideia, vou passar a zero dos lados e deixar um moicano bem estilo do De Niro no Taxi Driver. Vou dar a ideia cheque pro diretor, vamos ver se ele pesca.
E todos estão convidados, mas não pra ficar na minha casa que já vai está cheia, tente o hotel Uberlandia. Levem os tomates e os ovos, se pans, depois da peça a gente faz uma goroba e mata a larica.

*****

Das coisas que eu ando ouvindo por aqui:

"Uma briga feia de casal. Ele jogou um cigarro acesso na cara dela..."
"E o que ela fez??"
"Jogou um cinzeiro entupido de cigarros apagados na cara dele!"
"E depois?"
"Eles fizeram um amor bem gosto."

Love hurts,
um adendo : o cigarro e o cinzeiro eram os unicos objetos de cena.

Outra, de um poeta numa conversa comigo, como eu não tinha nada melhor pra fazer, eu perguntei:

"Que recital é esse que você conta os dias no nick do msn, como o maldito Conde de Monte Cristo faz crucifixos na parede?"

"É um recital, ue."

"E quem está organizando?"

"Eu ue. Quem mais seria?"

"É... Quem hoje dia faz recital? Isso é tão anacrônico... Quem são os convivas?"

"Eu ue. Só eu. Na verdade, será no dia do meu aniversário, eu tiro essa data para compor, escrever poesias, vou me trancar no quarto e escrever e recitar pra mim mesmo, well... ano passado foi no quarto, esse ano talvez seja na cozinha, não sei, ainda vou decidir. É astrologia, sabe? Quando você faz aniversário tudo se alinha, tudo entra em um bom senso e se ajusta, é bom para a literatura. Não sabia disso?"

"Não... Eu não me ligo em astrologia, eu sou da macumba."

"É mesmo? Eu acho o candomblé uma seita, doutrina, religião, sei lá o quê, uma coisa muito bárbara, eu sou católico apostólico romano."

"O que você acha barbaro no candomblé?"

"Sei lá; aquela coisa de sacrificar os bichos, beber o sangue, oferecer pro diabo. rsrsrs"

"É mesmo? Quer saber o que eu acho bárbaro? "

"O quê?"

"Queimar pessoas vivas. Mas vem cá, voltando ao seu bendito recital... Depois você desse pra tomar umas cervejas com os amigos, para cortar o bolo e apagar as velinhas, né?"

"Não dá. É um ritual. O meu tema esse ano é "Paixões e Traições"

"Hum."

"Por que "hum"?

"Posso ser muito sincero com você?"

"Mas é claro, fique a vontade."

"Eu acho isso uma tremenda babaquisse, não é nem babaca, é boboca. A inspiração não é premeditada, ela vem e vai como as estações do ano, talvez não na frequência das estações, no caso da Clarice Lispector foi, ela ficou anos sem escrever, o Raduan Nassar só escreveu um livro depois de velho, e foi o unico livro dele, excelente livro por sinal. Mas isso não é um ritual, quantas obras primas foi composta em mesas de bar? Centenas. Você tem que viver aquilo contado, amar a natureza daquilo que você ama, amar a essência, respirar as paixões e as traições da rua, não baseado em culturas fragmentadas de parágrafos de livros que você leu, ou aquela sintonia que você busca na faculdade da memória, isso cheira a mofo. Não queira me convencer que a inspiração entra pela janela do seu quarto hermetico com olor de peido, ou te faz companhia na cozinha com o cheiro do ensopadinho da criada..."

"Você está me desmotivando."

"I´am sorry"

"Seu filho da puta! Vá pra puta que pariu você e suas convicções! Está perto do meu aniversário, e você só acendeu o pavio de estrago!! Seu cretino!"

"Eu sei que está perto do seu aniversário, faltam 7 dias."

Então senhores, diz aí: tô ou não tô mal de material?

*****


09/09/09... e eu nem acordei as 9 hrs pra fazer um cocozinho.


Dessa vez quem explica é Jung.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

domingo, 6 de setembro de 2009

Tentando ler



E eu não consigo sair do inferno.

sábado, 5 de setembro de 2009

Perfume Siamês

"Eu não perdi a mania, ainda durmo fumando, ainda queimo o colchão.
Claro que lembro do dia em que quase morri e ninguém me acordava..."



Esse Emilio Santiago é bem eu.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Crepúsculo

Foto de Rick Van Pelt


Do meu portão.

Alguém aí sabe interpretar sonho?

São 5: 14 da manhã e eu ainda estou acordado, angariando algumas rugas e uma porção de olheiras, tenho 19 anos e já tenho 3 RUGAS na cara, duas de um lado e uma do outro. Fora o enchimento das bolsas debaixo dos meus olhos e tudo mais, o Antônio Fagundes perde.
Acontece que a chuva do crepúsculo ninando no telhado me convidou para domir, e eu só fui acordar às 20 hrs, porque eu sonhei com a Juliette Lewis cantarolando Born Bad no meu ouvido, e essa música agora, desde que eu acordei se repete em minha cabeça como um mantra du mal. Talvez eu bata ela contra a parede.
Nunca vi nada mais babaca do que ser garoto - placar de carneirinhos, eles que se fodam. Eu só queria dormir, não precisa sonhar não, apenas dormir, sem sonhar. Vou visitar os sites pornôs da boca do lixo, dizem que punheta dá sono. Veremos.

Não fiquem com Deus, fiquem com Juliete Lewis e essa música que não sai dessa minha cabeça dura de Malory Knox.



Born bad is such a sin
I guess i'm born naturally born... born bad.