domingo, 17 de maio de 2009

Quem quer ir pro céu?

Indébito com o meu senhorio, ousei falar-lhe, embora ousaria da mesma forma, pois tenho eu, um belo focinho de madeira escupida.

"Alô, senhorio! O que faz aí parado feito uma coluna do templo, tão só ao sol? Não me diga que meditando uma fúria?"

"Olha aqui, procura abrigo porque eu já aluguei a casa. Odeio visita também, prefiro ser... visita. Vai vomitar na casa de quem esse ano, posso saber? E o all star imundo? Quem vai lavar?"

"Shit! Eu adoro o seu banheiro."

"Estou fora esse ano, meu bem. Vou sair com uma amiga."

"Mas aonde é que eu vou dormir?"

"No canil de Berenice, lógico! Com aquele cheirinho peculiar... entre pulgas, carrapatos, uma esquizofrênica e um viado. Ah, já ia me esquecendo da irmã pomba - suja. Aaahh, mas que familia feliz! Com hóspede tôxicomo ainda por cima!"

"Meu Deus do céu, Satangôs! Não se movimente muito, está um cheiro insuportável de seu veneno! Você acha que vai pro céu desse jeito?"

"Meu bem, nunca vou pro céu... Lá não tem Derby. E o que eu iria fazer lá? Ora vejam só! Se bem que melhor que defunto, só sendo obsessor... É claro... Melhor obsessor! Imagina eu invisivel? Vou vagar por aqui mesmo, camarada. O limbo é bem mais interessante."


p s : O melhor é que esse senhorio existe, e o pior é que ele é meu.

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