quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Linda Scott

Ou a sétima trombeta do Apocalipse.



Você abre uma porta seguido pelo som abafado de Linda Scott numa vitrola, dar de vista para uma sala espaçosa e vazia, não há ninguem ali, e provavelmente não há ninguem em toda casa, mas há a musica, e ela toca e toca e toca, cada vez mais aguda e dançante, e você sobe as escadas de onde ta vindo a musica, atravessa o corredor e dar de frente a uma porta cerrada, num quarto todo hermetico, avança para porta e abre devagar sem deixar escapar ruidos, a musica abafada vai tomando espaço e ficando mais alta,mais alta, e de inicio ninguem se vê, dar uma girada de corpo em volta do quarto e percebe um corpo de uma mulher com um fio preto enrolado no seu pescoço pedente no teto perto da janela, seus dedos escalavrados quase tocam o chão, como se tentasse ficar na ponta dos pés, e a sua pele é roxa e é fria.
a musica se acaba, e depois se repete...

assim sucessivamente.

é esse o imaginário que a canção de Linda Scott me remete,

a uma cena de suicidio.
fazer o quê se a minha cabeça anda cheia de porcas miserias?

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