quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Em outro estado

Estive no meio de uma gladiação de palavras amargas,
sem bunker, sem escudo. Ao menos eu não chorei.
Só choro só, ou apenas para impressionar o coração alheio.
Não queria te impressionar.
Com a palavra, você. Eu com a ação, eu não poderia ser diferente...
Mas é só uma estratagema que eu arranjei de revidar a pior,
ah, você sabe. Você me conhece muito bem.

Aqui não consta a felicidade. Aqui a tristeza se aninha.
É que me sinto temporariamente infeliz, só que a conta gotas,
como uma torneira que não pára de pingar e encher.
A felicidade... essa egoísta.
No estado em que estou, só ela me serve.
Porque no estado em que estou, eu não sirvo pra ninguém.

Acredito que exista muitas pessoas felizes de verdade,
eu já uma fui um deles.
Anestesiamos a partida com abstrações e só agora eu sinto a dor,
e me dano na noite a procura do escuro pra me desabar.

Eu não me esqueço e me agarro aos teus vestígios,
como um náufrago se agarra a uma tábua.
E o tempo vai escoando sem dar lugar a nada de novo.

Volta para o que é teu de direito, traz a alegria de volta,
me faz sentir um céu livre das nuvens
um céu limpo cheio de estrelas.
Volta pra mim e o lobo se deitará com o cordeiro
e a paz reinará entre as nações.

Quem sabe com você a dor doesse menos?