quarta-feira, 26 de março de 2008

É lagrima.

Foto: Diane Arbus

Vem com o impulso do ódio, do desejo malfadado, com a raiva.
É precipitada, solitária e autoritária.
Ela vem com a dor, se aloja nas pálpebras, e fica ali, esperando o momento certo de escorrer.
E quando ela cai geralmente no cantinho quando se esta deitado.
Ela cai leve, peregrina, escolhendo caminho, desenhando marca sob face, carvão sob tela, tinta sob aquarela. Te pega de surpresa.
E quando cai em si, percebe-se chorando sem mais nem porque,

emoção em um olho só.
É uma lágrima canastrona, vem com o ódio, mas não se mistura, espera a alma do ser não ser mais e escorre.
Talvez seja desse modo que ela consegue atenção, é única, é leve, é lágrima.

Um comentário:

Guilherme N. M. Muzulon disse...

Ótimo, camarada. É incrível ser assim, não é, cara? Pessoas mágicas podem se colocar onde ninguém mais se põe, isso é o máximo, é fabuloso!


abraço, cara.