quarta-feira, 25 de abril de 2007

O comunista anacrônico.


Defendendo tudo que é bom e corajoso, ele desfilava numa passarela de calçada sem cicerones , calça surrada, aspecto imundo, mente fresca, ideias para dar, nunca para emprestar, jamais para vender.

Por isso que quem vende ideias não presta.

Ele defendia um ideal, ele tentava se salvar, ele tentava salvar os outros. Esquecia dele e lembrava dos outros, lembrava dos outros e esquecia dele. Não era mutuo nem mutável, era um dom complicado de se dar, a bondade encrostada numa alma ruim, uma ânsia de vômito ao ver gordura no prato mal lavado, o catarro mal escarrado dar dó, porque foi uma saída frustada.

Gritava: Viva o Comunismo!

Mas ninguem repetia viva!

Nada. Era o fiasco. Comida fria.

Era só ele! As calçadas, talves sapatos e calça surrada se estavam lá tambem eu não sei, só sei que não gritavam junto.

Os deuses preparam uma avenida sem confetes, e ele passou como uma caravana.

Mas lá não havia cães.

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