quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quando erámos bons

Eu penso em você, mas penso sempre nas coisas boas. Mas aí me vem que pensar somente nas coisas boas não é o bastante, enquanto você mastiga ave-maria, eu trituro com os dentes certos veneninhos, certas magoas que corroi e me esvazia.
Não lhe culpo, o que nos faltou foi oportunidade, o momento mais auspicioso do eu te aguardo, não posso cobrar de você o seu melhor, fui eu que quis investir nessa paixão insana, não precisa me lembrar a toda hora.
É que eu só findo uma batalha quando saio vencedor ou quando estou mortalmente ferido. Nem por mais, nem por menos. Ao menos, valeu o tentar.
Quantas vezes eu disse pra mim chega! Já deu. Quantas vezes eu cantarolava para você: Meu pop star, tenha calma, tenha fé no amor...
Nos conhecemos a dois anos, e dentre de dois anos nos encontramos 4 vezes, sempre no tira-e-coloca-aliança, brigas e reconciliações, essa merda total... o nosso adeus já não tem mais moral nenhuma, moral de cu é rôla.
Você pôs os pés em terreno solicitado, mas faltou você me monopolizar. Ao invés disso, ao invés de fazer de mim seu arado, fez o mesmo estrago que fizeram nas estradas de Tordesilhas.
Catei os recortes de verdades pelo chão e fiz um quebra-cabeça, a imagem que eu vi ali foi como está vendo um filme de guerra quando a câmera dá uma panorâmica no campo sangrento de batalha e a luz do sol começa a surgir, a fumaça desanuviando... e então você pode ver a destruição, os corpos caídos, e toda a dor existente e morta.
Foi o que eu vi quando eu resolvir enxergar que você não vale a pena.

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