quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O Bolso.

Um instante.
Devo dizer que era uma estante cheia de bugigangas, troféus e corações. E eu tava ali. No meio daquele caos de desilusões e amores partidos, alguns estavam bem conservados como eu, veteranos de guerra. Outros cheiravam a novo. Um cheiro que a enjôo fácil, e que a mim nada lembrava. Alguns tinham durex, outros cola super bond, alguns corações eram tão destroçados que mais parecia um mosaico de sentimentos.
O estrago foi grande. Não me sinto bem aqui, vou fugir... Mas se eu pular eu morro, se eu morrer estrago, e viro um mosaico, porque o meu amor é de vidro.
E vidro quando não racha, quebra.
Um dia, derrepente...
-Posso te pôr no meu bolso esquerdo?
-Como?
-Ôhhhhhhhh_ (Os outros corações)
-É... Pra quê?
-Pra quando eu me sentir só eu quiser conversar.
-Tá... (Meio desconfiado) Mas só se for no bolso da camisa.
-Ahhh, mas minhas camisas não tem bolso!
-Faça um! Aí fica mais perto do coração. (Falando baixinho para os outros corações não ouvir)
-Não precisa disso seu bobo! Quer ver você mudar de ideia? No bolso de minha calça geralmente tem algumas balas e moedas de dez centavos.
-Balas!
-Doces!
-Vou levar elas pra cima.
-Ta bom então. Você venceu. Eu construo um bolso pra você.
-Rsrsr. Mais perto do coração e mais longe do caralho!
(Chopin e Mozart)

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