quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Agridoce.


A fotografia conversa com a moldura ao observar atento da noite que não dorme. Ao som de Led Zeppelin, Charlin Chaplin e o seu eterno olhar pretoebranco sobre a vida.

-E a exposição bicho? Ficou morna?

-Ficou... Mas eu ainda quero. Só não sei de onde eu tiro dinheiro. Ah! Tem um site maravilhoso de fotografia, o Marlborough New York... Muito bom mesmo.

-É engraçado meu paradoxo... Não sei, mas eu gosto de fotografia simples, com luz viva e fraca, que toque a alma, que embeleze os olhos de manteiga. Mas tambem gosto muito da escrita marginal, aquele texto que choque, que abra a boca exibindo alguns dentes de horror! Que balance a alma tépida do leitor! E esfrie a ponta do seu pé à sua espinha dorsal!

-Humm

-Errrrrr

-Você gosta de doces?

-Sim.

-Gosta de absinto?

-Sim.

-As duas coisas entram pela sua boca, mas ativam areas diferentes dentro de você, e você gosta das duas.

-Entendo...

-...

-É o equilibrio né? O yin e yang.

-Um pouco menos simples que isso... Mas não deixa de ser.

-Um agridoce?

-Somos partículas agridoces de um nucleo falso-moralista moldura.

-Eu não. Eu sou apenas uma moldura.

-Depois disso, eu vou sair de você e me rasgar.

-Afinal, você é apenas foto.

(Eu e Rick no auge do nonsense.)

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