terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A tròis - A lua, o sol e o mar.


É cada vez mais lugar-comum falar da instabilidade do tempo, mas é impossivel não falar o quanto está quente esse ano, um calor impraticável que te esbofeteia a cara, o sol ta quase carbonizando. O que acontece hein? Fire in the sky?
Só a praia expulsa o calor que como um demônio ver em você um recipiente para torturas. E foi o que eu fiz ontem, me dei por completo a futilidade de abandonar os estudos e ir para praia, é a futilidade que nos salva, sempre.
Era 4 horas da tarde quando cheguei à praia de Arembepe sozinho, com Camus e o meu bichinho de estimação Nicolai Gogol. Eu prometo escrever aqui (antes da estréia) uma análise minha sobre a minha peça, O Inspetor geral.
O sol não estava mais quente, era uma segunda feira agradável e ao sol, pouquissimas pessoas na praia, apenas os nativos.
As ondas estavam preguiçosissimas, assim como eu. Mal tinha onda, a maré estava baixa, assim como eu. Nos identificamos de imediato. Eu e a praia.
O incrivel é que quando abri o livro do Albert Camus no capitulo em que eu estava, ele narrava exatamente um passeio que o personagem fez em uma praia nos arredores de Argel. A praia do livro era uma cópia da praia onde eu estava, exceto as flores em volta da areia e da mocinha que fazia companhia ao personagem... Mas os rochedos cercando o mar calmo do livro era igual ao da minha realidade.
Os rochedos de Arembepe ficavam no meio do mar e servia como uma fronteira com a linha do horizonte, as pinaúmas, moradoras dos rochedos ficavam escondidas, que bicho esquisito esse.
Haviam casas a beira-mar de gente humilde, olha como Deus é legal! Tem até mesmo uma escola pública em frente a praia.

O sol estava caindo lentamente por entre os coqueirais que balançavam felizes com a sinfonia do vento, a praia toda era um sinal muito óbvio de continuidade, é começar a andar pela praia e de repente se dar conta que está em outra cidade, outro estágio com outras pessoas... e você ainda continua o mesmo... mas o seu coração é outro.
O céu estava limpo, sem nuvens. Só o azul e apenas um rastro de fumaça do foguete que seguia a toda prova ao infinito. Apenas um rastro de uma viagem à lua cheia no céu, que na presença confirmada do sol ao lado oposto, era apenas um espectro.
22 barcos estavam ancorados na beira do mar, dava para brincar de esconde-esconde entre uma nadada e outra. Subi em um deles e fiquei olhando admirando o céu por um longo tempo, até que dormir. E sonhei com a india linda que estava no mesmo ônibus que eu na vinda para Arembepe. Ela falava de um chinês todo tatuado de um filme, por quem ela queria ser morta, ela contava que o namorado dela havia a traído com uma nipônica e que ela queria dar o troco de forma igual... Mas - ela perguntava no meu sonho - "E se na hora do vamos ver o pau do japa for pequeno? Eu não tenho um troço?"
Não dormi nada a noite passada e vou dando esses cochilos espasmódicos em qualquer lugar, em qualquer situação, e abraço o sono, e penso meio mundo de coisas quando estou dormindo, e quando eu acordo tudo fica muito confuso. É estranho, tão estranho que eu não sei explicar, aliás, eu detesto dar explicações.
Mais tarde fui para o teatro ensaiar para o espetáculo. Estamos criando uma nova modalidade no teatro. O teatro B.
As evidências apontam: Baixo orçamento, texto duvidoso, atores sem inspirações nem transpirações em pleno over-acting, atrizes que não topam beijar em cena e diretores-pessoas físicas a esmo com ideias desalinhadas.
Nem mesmo o Teatro do Absurdo é assim. Nem vou falar dessas pessoas, nem do diretor que me parece que não conhece nem um pouco do texto, não tô afim de me chatear. Só quero dizer que eu vou até o fim, mas numa roubada pictures dessa não me meto nunca mais.
Exatamente como a roubada do amigo-secreto que prometi participar do curso de Dpt. Pessoal. Vejam bem, eu só participo dessa merda toda porque, confesso, eu gosto de ganhar presentes, e anuncio deslavadamente o que quero ganhar desde já.
Desse forma separo os livros de auto-ajuda que servem como calço da minha estante de livros e presenteio os outros.

Matronas faladeiras, apenas 3 homens no curso, sendo um deles bixa. Na segunda feira foi o ultimo dia do curso, e as mulheres quiseram confraternizar, e trouxeram refrigerantes suficiente para uma overdose abestalhada e muitos salgadinhos diversos. Pasteis, coxinhas, pão sem manteiga e sucrilhos.. puta que pariu gente, SUCRILHOS KCT! sucrilhos para quem nem desconfia, é aquela merenda que as donas de casa fazem para enganar a fome porque é simples e barato de fazer. Eu odeio SUCRILHOS! e la tinha sucrilhos doces e sucrilhos salgados às pampas.
Eu iria levar um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, só não levei porque faltou água e não tinha uma panela limpa aqui em casa, enfim... levei refrigerante. Fazer o quê?
Não podia levar álcool, mas na sala do curso tinha um barzinho com todo tipo de bebidas, porque era uma sala que funcionava também para reuniões de empresário megalomâniacos. Todo dia eu bebia escondido, e no dia da confraternização enchi a cara de Sakê e roubei um Brandy pra mim.
Agora, se me permitem fazer o que faço de melhor, vou traçar o perfil de algumas pessoas do curso com toda lucidez humana pós-cannabis.
A professora do curso é orkutiana total, uma coroa adolescente, escreveu na louça o endereço do orkut, do msn, da casa dela e o numero de contato para uma ideia firmeza. Vou ligar para professora e dizer o quê?
"Ei proof., o curso foi manêro."
Tinha uma senhora sem noção lá que vivia me pedindo um kg de tomate, um kg de pepino... Ela dizia que um escândalo na hora da morte era digno, fazia bem a saúde, aquilo era os soluços do coração e o que sai junto com os escândalos eram as gases. há há há!
Tinha uma mina que depois que minha prima comentou comigo que ela tinha maior cara de boqueteira... bem, eu não consigo mais olha-la sem imaginar um vigoroso felatio naquela boca murcha de velha. Essa mina trabalha como atendente no bar da mãe dela, e advinhem como é o nome do bar?
Bar Buraco Quente.
Essa mina vive acompanhada com mais duas amigas: uma gordinha simpática e uma outra que vive falando em piroca e biscoitinhos piraquê, essa então fala muito alto e cospe quando fala, ela disse uma vez que quando ver uma pessoa querida na rua protagoniza um maior auê ; pula, grita, beija, faz o cocker spaniel, e finalizou com essa frase que eu uso no meu msn: E DAÍ? EU SOU FELIZ!!!

Ta certa, é isso que importa, ser feliz. Mas um pouquinho de critério é sempre bom. Por ex.: o povo desse curso sempre distorce qualquer assunto que entra na roda, o tipo "ah, comigo aconteceu isso!" ... "já comigo aconteceu assim..." - sobre uma coisa que não tem nada a ver com o inicio da história. Eu comentei na hora do intervalo sobre os escândalos do DEM/PFL, e que a minha peça é mazzomenos sobre essa lavagem de roupa podre da politica, e o povo parece que só ouviu a palavra escândalo, e tome-lhe a falar de escandalo ao ver gente que não via a muito tempo, e tome-lhe a falar de escândalos fratulentos na hora da morte.

É foda, realmente isso é difudê.
Tinha uma pernambucana novinha com um sotaque carregado que passou mal na aula e pronto, descobriu que estava grávida de não sabia quem.
Tinha uma mulata arretada, meu n° e meu alvo durante dias, mas... bem, iriamos para a praia depois da confraternização, mas ela desistiu porque houve um compromisso que apareceu de forma insólita. Mas olha, minha prima me disse que a viu entupindo a bolsa de salgadinhos e de sucrilhos para comer na praia... SUCRILHOS, KCTA!!
Eu yoyomango Brandy, ela yoyomanga sucrilhos.
Tinha uma outra mina bonitinha até, casada, foi meu alvo durante dias, mas... a roça gritava na cara dela, logo se via que era da roça e ela nem precisava abrir a boca. Essa garota no dia da confraternização tirava fotos toscas, segurando a garrafa pet de uma pepsi de 2,5 litros. como uma garota propaganda, e se embrenhava entre as sambaias da sala para tirar fotos.
Sem dizer das fotos clássicas... 15 meninas fazendo tremzinho e exibindo o dedo "paz e amor" moda-cult das orkutianas da baixada que escrevem em cor rosa e purpurina. E ainda queriam que EU entrasse no meio.
Obrigado, não.

No dia do combinado para os preparativos da comemoração eu quebrei o ar condicionado e eu acho que o calor fez todo mundo delirar. Toda hora uma idéia genial, sei lá... penso eu que de repente vão querer alugar uma casa para passarmos juntos o natal, o ano novo e o carnaval. E olha que só foi uma semana de curso.

Fui embora antes do chororô.

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Uns amigos meu tem problemas amorosos, todo mundo tem, eu mesmo sou um exú quando amo. Mas um exú raro, desses que nãi ficam de bobeira em qualquer esquina. Ame e dê vexame é o meu lema.
O namorado da Bianca se expulsou dela por incompatibilidade de gênios, é assim que as coisas funcionam, procuramos no outro a novidade, alguém que seja a balança, por isso o ditado "Os opostos se atraem.". Mas chega um momento que não dar mais e o que sobra de tanto amor é apenas o vazio e a redução de estômago psicologica, depois a gente ri disso tudo. Essa é a melhor parte.
Mas a Binaca por hora está triste, e o engraçado é que a saúde da Bianca quase não existe desde terça feira.
O Claudio se apaixonou mais uma vez - um viva pra ele! - só que ele se apaixonou por uma menina cristã temente a Deus again (o ultimo relacionamento dele o deixou em cacos), e Claudio é ateu convicto e dos mais grossos. Ele diz que é perseguição irônica, eu digo pra ele que no fundo no fundo é puro feitiche. É a cara dele medir forças com Deus.

Aline vive uma vida de sexo sem compromisso porque é apaixonada por eunucos que não fodem nem saem de cima. Amanhã - Aline me conta - vai fazer um almoço em sua casa, vai preparar o bote. Mas hoje tudo o que resta pra Aline são iguarias de solteiro: Cream cracker com pasta de atum e maionese.

A situação do desejo... Eu gosto! Posso até não alcançar o objeto desejado, mas só o processo todo ja me agrada.
Eu acho que eu escrevo bem sobre amores que deram certo, mas ultimamente eu não estou podendo escrever por conta de experiência de causa.

O Guilherme Muzulon me acusa de gigante adormecido, ele quer um conto meu ainda esse mês. E eu... ah, eu quero é ir pra Matchu Pichu!

Um comentário:

Bípede Falante disse...

Veja só como você é...despeja realidade feito um tsunami e de repente diz: você ainda continua o mesmo ... mas o seu coração é outro. Ou então, se expulsa de alguém. Assim, você nos fisga!