segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eu confesso

Tenho ética e etiqueta. Até mesmo um canalha tem suas éticas.
Hay de ser canalha, pero sin perder la ternura jamas.
Eu não gosto de tanta cerimônia, deixo para o dono da casa.
TÃO cerimonioso que se contentou em ser o coringa do menage hardcore, TÃO cerimonioso que se masturbou por DEBAIXO do cobertor.
Aos perdedores... abacaxi. Aos vencedores... bacalhau! é muito saboroso!
Pequena criança, grandes problemas.
Peguei o fim da fila pra ficha da vida esplêndida, que se foda! Eu acho que todo mundo - sem restrições - tem um quê de fracasso, todo mundo tem um pé no abismo.

Por ex.: tem gente que não ama e tem gente que não é amado.

Poema punk rockabilly

Eu sou teu lado louco babe
Invocado mas sem se manifestar
Eu sou teu lado louco babe
E esse lado ninguém vai despachar.
Bons tempos de mofo e chá com açucar...

domingo, 29 de novembro de 2009

Puta vidinha mor


Tem dias que falta o interesse e hoje é um dia de supressão, o mundo pode acabar com prévia, eu não vou correr. Estou sem vontade para fazer absolutamente NADA que requer esforço físico, pelo menos por hora.
Só ficar deitado fumando e ouvindo os pálidos do Television.
Desligue o telefone e se prepare para assistir o dia cair e anoitecer entre a vidraça da sua janela, note o quarto se adaptando ao brêu noturno, enxergue no escuro, e quando a musica acabar escute seu coração batendo por nada. Encontre o leitmotiv ideal para levantar e querer preparar aquele café e volte para seu posto cativo em frente ao desfile do tempo.
É isso que eu quero fazer essa noite: ABRIR ALAS PARA O TEMPO.
E tirar um tempo desse tempo especialmente para me lembrar da cor dos seus olhos. Tão azuis que era como se carregasse o firmamento no olhar.








Eu fecho os meus olhos e o que vejo? Eu vejo o céu olhando pra mim.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Glauber Rocha e os Zé Povinhos

Tudo cheira a Glauber Rocha, o youtube mesmo é Glauber Rocha total. O Glauber tinha uma máxima: "Câmera na mão e idéia na cabeça."
Para provar a teoria certeira achei esse curta metragem de um cara muito foda lá de Salvador. Ronaldo Braga é o nome do homem, professor de teatro, diretor, ator, artista plástico e outras cousitas más.









***************************************************

Mas, convenhamos, câmera na mão de zé povinho são as trombetas anunciando o juízo final...
vocês são da mesma opnião?








































É por isso que sou eu contra a inclusão digital.
Este mundo é mesmo uma lástima. Feliz apocalipse pra vocês também.














quinta-feira, 19 de novembro de 2009

The Drones - Jezebel



lobotomia às cegas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Acho que matei um cara...


Talvez ele não tenha morrido, senão a policia ja teria batido aqui em casa. Com certeza ele deve está em sua bela casa se convalescendo, cascavel eriçada na moita. O que difere a cascavel da cobra d´agua é apenas uma dose a mais de veneno.

Eu explico contando a história, vejam se eu não tive razão.

Meu tio que é serralheiro tinha um serviço para fazer numa casa em um bairro chamado Inocop, consertaria uma porta, e eu levei todo o equipamento nescessário para o ajuste de uma porta de chapa.

Defitivamente trabalhar com ferro e solda não é para mim, faço somente pelo dinheiro. Fico divagando com as ferramentas da oficina do meu tio, acho a serralheria um lugar perfeito para uma tortura sádica, e as torturas que eu imagino enquanto finjo trabalhar faria o Calígula chorar.

Geralmente vou mal vestido para o trampo, com camiseta de politicagem, eu estava com uma das antigas do PT que ganhei do meu amigo Lulista, não estava com a minha melhor aparência, confesso, todo sujo de graxa e zarcão. Acabamos o serviço e na saída um obreiro chama meu tio para fazer um orçamento na obra, e eu mais afastado fico sentado na calçado ouvindo rock no mp3, de frente para uma escola abandonada caindo aos pedaços.
Passa um homem na outra calçada, um homem de seus 37 anos, bem vestido com um pedaço de mármore na mão segurando com a ponto dos dedos, e eu pensando: "Coitado, deve ta se cagando todo.."

Depois, questão de alguns minutos, esse mesmo homem volta e atravessa a calçada já me interrogando.


"Você mora nesse bairro é?"


"Não."


"Ta sozinho aqui?"


"Não."


"Ta com quem?"


"Eu tô com meu tio."


"O que é que tem nesse saco?"


"Não é da sua conta."


"Como é que é?"


"Você é surdo? Não é da sua conta, não lhe diz respeito, não é de sua alçada."


"Mas você é muito ousado! Você sabe quem eu sou, seu moleque?"


"Não. Quem você pensa que é?"


"Eu sou da cívil. e eu quero ver o que é que tem nesse saco, quer que eu chame a viatura?"


"Pode chamar. Faça isso, chame a viatura!"


A essa altura o meu tio já havia se aproximado e explicava que estava comigo e que estavamos trabalhando, mas o homem estava puto da vida não sei com o quê, explicou aos berros que estava acontecendo uns arrombamentos no bairro e que ele era da cívil e que tinha todo o direito de saber o que tinha dentro do saco que eu estava na mão, e que eu era um insolente.


"Mas meu senhor, ele é meu sobrinho, o que tem dentro do saco é ferramentas, eu sou serralheiro, estavamos trabalhando naquela casa."

O meu tio, que tem ternura na veia pra dar e vender (quando sóbrio), complacente e benevolente explicava tudo e chegou até a apontar a casa. Mas o cara urrava tanto que suas veias do pescoço inchavam, o verborragico vomitava ultrajes e me xingava de viado pra baixo, e eu pensava: falar merda tudo bem, até mesmo papagaio... mas se tocar em mim o bicho vai pegar!


"Eu não quero saber de nada não meu irmão! Esse filho da puta me desrespeitou! Desrespeitou uma autoridade! Esse vagabundo sem educação!"


"Vagabundo? Eu estava justamente trabalhando, meu senhor! E sem educação aqui é você, eu só respeito quem me respeita, seu mané! Eu sabia lá que você era da cívil? E daí que vc é da cívil? Foda-se, meu pai também é, e daí? A rua é publica e a calçada é dos cães!..."


"Rafa, cala a boca... deixa quieto..." _ Mas o meu sangue já havia esquentado, e eu não estava nem um pouco afim de parecer com aqueles personas humilhados do Dostoievski, não dessa vez.


"Porra nenhuma tio, eu conheço meus direitos e o nome desse espetaculo é abuso de poder..."


"Cala a boca seu viado, seu corninho! Cale essa boca pra eu não arrebentar sua cara! fale aí mais alguma coisa, fale aí pra ver se eu não lhe quebro todo na porrada!"


Nesse momento ele estava muito próximo de mim, tão próximo que eu sentia ele arfando na minha cara, como um touro na arena. E eu inerte estava, imóvel fiquei. De certo modo me sentia preparado para empreitada física.


Meu tio mirou um pedaço de ripa no chão, disse cautelosamente:


"Olha, ele é de menor viu... ele tem 17 anos."


"E daí? Ele poderia ter 10, eu arrembentava ele e não iria dar em nada!"


"17 o caralho, eu tenho 19! Você pode me bater, aí a gente vê no que vai dar."


E ele me acertou um soco bem dado que eu cheguei a cair para trás me escorando na parede imunda da escola deteriorizada, sabe desenho animado que os passarinhos sobrevoam sua cabeça? Foi igual.
Mas foi só o tempo de voltar a sí, levantar do chão e ver o estrupicio comendo no centro, duas figuras bélicas se esmurrando. Meu tio e o valentão.
Sabe de uma coisa? Eu não sou desse tipo... eu não troco socos, não sou nenhum Muhamed Ali, ora porra! nenhum fera do street fighter. Eu apelo logo pra covardia.
Do mesmo modo que meu tio perdeu a ternura e a benevolência, ele perdeu o equilibrio e caiu, e o malvadão civil pau no frasco subiu em cima dele e esmurrou, isso tudo me constrageu a acertar uma martelada na região da cara dele (como um taco de beisebol), não sei bem onde, foi tudo muito efêmero como todas as brigas são. Só sei que ele se estrebuchou no chão.
E quando meu tio e eu partimos na velocidade da fuga, ele já sangrava e muito. E quando a filha dele chorava aos prantos "Acode aqui, acode aqui!" eu já estava há meia duzia de distancia do ocorrido.


Agora vivo apavorado toda vez que batem no portão aqui de casa. E se eu for preso?
*****


Por falar em morte...

A minha vizinha se matou na semana passada, enforcada. Alguns minutos antes do filho chegar do trabalho. Quando o filho chegou encontrou a mãe pendura no telhado toda roxa, e a avó dele no quarto falando sem parar, sabe-se lá desde que horas. A avó dele é maluca, e ela fala o tempo inteiro sem parar, por isso sempre entopem ela de ansioliticos para dormir e aquetar o faixo.

Mas a vizinha não se matou por causa da velha, ela tinha uma auto - imagem distante da realidade, não suportava o fato de morar numa casinha dos fundos. E também porque devia aos potes, só a um cigano ela devia 15 mil reais. E todos sabem que ciganos são os piores agiotas e credores que existe. Esses matam como quem bebe água.


Advinha pra quem a vizinha pediu a escada emprestado?
Oh meu deus, hoje eu choro tanto quanto a Helena da novela...

sábado, 14 de novembro de 2009

O alvo, o diálogo e o coro


Quem saca crime e castigo naturalmente também saca esforço e recompensa, certo?


Fiz uns bicos como ajudante de serralheiro. Não faço muita coisa, fico no auxilio, o serralheiro vai pedindo sem olhar pra você: chave 13... eletrodo... chave 11... troca o disco... liga a maquina de solda... liga a lixadeira... talhadeira... drena... martelo... pinta ali... recolhe as ferramentas... etc...


Recolhe as ferramentas, eu confesso, é a frase que eu mais gosto de escutar, porque quer dizer que o expediente acabou de acabar.


Hoje pintei a bandeira de um portão, levei 3 horas para dar primeira e segunda mão porque a bandeira era gigante, o todo dobro do tempo no banho para tirar todo aquele zarcão e o cheiro de solvente que desconfio, penetra até a alma.


Aí ganho uma grana razoável e vou esquadrinhar diversão, dilacerar alguns corazones_ enquanto o meu se mantêm intacto, enquanto o meu é o que eu tenho de maior e de mais solitário na vida_ dar um salto mortal no mar morto pra ver se dar onda. Ausente de tudo, a vida não tem me convidado para viver, não estou no tal momento em que todo mundo está, pelo contrário, estou sob o signo da monotonia. então... fale com a secretária.
Viajei até a provincia para prestigiar a primeira exposição de fotos de um grande amigo meu, fotos que faria o Sebastião Salgado se condoer.
Fiquei bêbado, pra variar.

E no bar reencontrei um cara gordo de aparência sebosa que é um asco quando está chapado, mas naquele dia ele estava terrivelmente sóbrio, enjoado com seus modos cívicos fajutos, bem vestido de bermuda sport e camiseta de tecido caro. Mesmo com todo esse truque de forte aparato e ainda todo papo frosô de que "oh sim.. a primavera realmente existe, mas não no Brasil, a primavera existe na Europa..."_ ele não conseguia esconder a verdadeira linhagem da qual ele precede, pelo menos não para os meus olhos.

Detesto gabolice, veja bem, repare que quem mais se gaba é quem nada tem, gabolice inventada é o fim dos tempos, um cú cagando na chuva. Detesto certas pessoas, mas sempre me cruzo com elas. Ontem entre umas e outras cervejas, 3 caras falando dos seus cifrões...: "Eu com 19 anos ja era gerente de não sei onde, aos 20 tinha minha pequena fortuna no banco."

e quieto eu fico concatenando myself com expressão Buster keaton na cara, mas na minha cabeça vou eliminando um por um: "Sei... o velho golpe do seguro desemprego, passa uns meses na empresa e pede demissão, não é por isso que você está desempregado agora? As empresas não mais lhe querem! e outra, quero a grana que você me pediu emprestado para pagar o seu curso de dpt. pessoal, tio patinhas."

seguinte!


O mais bêbado, esse mudava toda a expressão falando, como se estivesse relatando um filme de ação: "Reggae pra mim só com MUITA grana, 2 mil só pra gastar em bebida, putas e comida, eu boto pra fuder!"


de mim para comigo mesmo: "Infeliz de quem é triste... não consegue esconder a armagura de ter sido deixado para trás, a sua mulher o trocou por Alan Kardec, o morto-vivo. Beba, meu filho, bebamos à sua desgraça!"

seguinte!


O meu primo, ex cunhado do mais bêbedo: "Eu também já curtir altos reggaes, saca aquele filme Levando a vida adoidado? Perde pra mim, aquilo lá é fichinha... Muito dinheiro viu... Ô bons tempos..."


"Tem que ser esperto, mas você não sabe conservar, leva quem te usa a falência e fica a ver navios ao pular do barco, o que restou disso tudo? Algumas roupas de marca... hoje desempregado e caroneiro das chinfras dos amigos que realmente tem dinheiro. Tamanduá bandeira, pinguço e tio patinhas, eu não tenho nada financeiramente falando, mas sei de algumas coisas. Vocês rigorosamente não sabem de nada!"


Depois de tudo isso, abri a boca, tomei um gole da cerveja e pensei alto: "Embuste e cerveja quente, a noite ta uma merda!"
Cuspi a cerveja e arrotei com desprezo. Eu tenho desprezo ilimitado, desprezo para toda vida.


"A história é a seguinte: um nazista e um judeu. O nazista perguntou para o judeu: Você me despreza? e o judeu respondeu: Se eu pensasse em você, com certeza desprezaria."


O seboso de modos cívicos contava essa história no bar a luz de velas onde estavamos, a luz de velas por causa do apagão, mas eu estava mesmo foi achando hilário uma mulher com um casaco de lã de ovelha negra, que falava sobre um acidente que houve com ela: O carro perdeu o controle e desceu anarquicamente a ribanceira, e ela gritava: "Socorro, meu Deus! Eu não quero morrer!", Entenderam? Ela é a dona do famoso jargão do programa Na mira. ha ha ha! Isso implica uma chateação, ela dizia, esperava ser colocada em mármore no centro de um largo, afinal, o jargão ta na boca do povão. Impressionante como as pessoas são embusteiras quando bebem. Aqui, ali, em todo lugar.
O seboso é casado com uma mulher da high society, mas estava com o amante, um playboy que depena ele sem dó nem piedade; um rapaz jovem, bonito, de olhos esverdeados e a boca rosada de chupador de pica.



não a do seboso,é claro, esse ainda teria muito que penar... isso faz parte do clichê dos michês.


Esse seboso, vamos chama-lo de J. para facilitar a explicação (vamos chama-lo de J. até porque eu não sei o nome dele, sei, mas esqueci. enfim.)


J. estava de olho no garçom metido a engraçadinho da pizzaria cafona em que estavamos, eu estava de boaça na minha mesa falando com a garrafa e com uma mina que também era amiga dele... mas nosso dinheiro estava acabando, então...


O garçom vendia os cigarros dele a unidade por 50 centavos, porque na pizzaria não vendia, e onde vendia era extremamente longe, e porque era Carlton também. A maioria das pessoas sairam desprevinidas e estavam loucas para fumar, e só ele e EU tinha cigarros. O espertalhão tentou lucrar, mas eu quebrei a banca dele destribuindo cigarros pra galera que pedia encarecidamente, mas só para os que encarecidamente pediam.


Ele usava uma calça jeens justa que apertava a bunda grande e avolumava a coisa toda e uma camiseta branca escrita na frente GG e com uma seta apontada para o zíper da calça... Ridiculo.


Ornellas é o dono da pizzaria cafona, quando tudo estava calmo e as pessoas sussurravam notinhas de amor e melancolia ele subia no palco e entoava canções no karaokê,dependia do clima para as musicas, se ele sacava um casal in love, justamente cantava Feeling num inglês primário.


Quando Ornellas abandonava o palco, reversava com alguns poetas. Espera aí, um, dois, três poetas hoje, mas o que é que está acontecendo aqui? Abriram a porta do inferno?
O garçom disse que hoje teria um concurso musical de karaokê e os poetas eram as atrações dos intervalos, alguns fazia stand up, o primeiro ator contou que estava no elevador e soltou um peido, e o pobre que estava também no elevador perguntou: "Rapaz, respeite minha esposa, você não segura não?" e ele respondeu: "Eu não. Você segura?" e o cara disse: "Eu seguro sim." e o moleque encerrou com um peido: "Então segura mais essa". O povo ria de cuspir no chão e babar na mesa. Animado com a animação coletiva subiu mais outro no palco e ficou contando piadas longas, de bichas, de português, de louras, mas ninguém ria, ao contrario, o povo conversava e bebia. Eu só gosto de piadas de humor negro, fora isso nem começe. Finalmente o cara se retirou do palco e o palco ficou vazio por um bom tempo... até o garçom tomar partido do picadeiro, acho que faz parte do trabalho dele chamar atenção, vai saber.

Ele tinha escrito uma poesia uma vez bêbado e tinha decorado para hoje, mas o garçom era meio débil e ficava escorado no banquinho com a boca para o norte e o microfone para o sul, e ainda por cima falando baixo, e o povo gritava: fala mais alto!
Mas esse garçom está mesmo um porre, o que ele ta falando aí? Sobre uma mulher... mmm... buceta... não sei não, eu só ouvi "talvez ela seja uma cadela..." (?!)

Puta, que merda... Bukowski meu amigo, don´t try.


Eu tomei a iniciativo de fuga. "Ok. Vamos dar o fora daqui. Qualquer coisa é melhor do que isso, detesto poesia, poesias sobre vulvas? a não ser que o poeta tenha uma."

E eu, antes dos aplausos, tinha bebido o suficiente para sacanear publicamente um desconhecido: "Ô garça, você vestiu sua camiseta ao contrario rapaz! Essa parte da frente fica atrás!"


E todo mundo riu, e choveu aplausos naquela noite cafona.






terça-feira, 10 de novembro de 2009

Chico Cesar - A primeira vista



Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausencia esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei

Quando chegou carta abri
Quando ouvi Salif Keita dancei
Quando o olho brilhou entendi
Quando criei asas voei.

terça-feira, 3 de novembro de 2009