sábado, 17 de outubro de 2009

Não se redima

Maggie Taylor



Já tem um tempo que eu não escrevo aqui, um mês me parece. Cabecita de vaca atolada pelo medo da queda.
O tempo nos faz ficar rígidos consigo mesmo e eu sou implacável comigo.
Auto-disciplina é uma coisa que só aprende levando tapa na cara, e eu tô aprendendo com os bons e com os maus, e contudo com os que estam além de todo maniqueísmo demodê.
Crise criativa, todo artista passa por esse inferno. Mas uma temporada no inferno pode até ser bem produtiva, é bom está mais uma vez no inferno e rever os companheiros, do inferno eu tenho entrada e saída franca, mas acreditem, há repetentes que não sobrevivem ao inferno e como castigo ainda continuam por lá.
Uma das coisas que eu aprendi nessa temporada Ultra Street Magic Dreamers ( uma vez ou outra pulando as cancelas dos desenganos e chegando do outro lado) é que ser blasé não passa de preguiça, que a estrada da perdição é ostracismo, que a perfeição nada mais é que apenas um truque e que a unica verdade é a morte.
Eu vou sair dessa rapidinho e ainda vou voltar por cima, de cara limpa e na primeira classe do alto da barca,
de asas novas, porque a minha asa esquerda está quebrada, eu estou falando da minha asa esquerda (vulgo; costela), uma dor exorbitante que me assola, e mais ainda as catarradas de sangue velho pela sarjeta, a insônia e o meu ouvido esquerdo que está parcialmente surdo, tudo isso está anexado no pacote do inferno, aquela bagagem pesada que você tem que carregar com a mão.
A asa da dor... Isso foi quando Deus me chutou do céu.
Isso é o extremo paralelo que se encontra entre o lirismo e a realidade.
Asa e costela, lirismo e realidade.
talvez tudo que eu sou, ou seja.
Ou seja, aonde acaba o lirismo e começa a realidade?
E o vice - versa?
Por hora fico assim, okay? sniper total niilista e o caralho A4, observando tudo e a todos como quem observa a linha do horizonte da mediocridade, entretanto gostando do que vê porque nina os olhos.

2 comentários:

Bípede Falante disse...

Ninar os olhos em meio a brutalidade pode ser a peça que faltava no quebra-cabeças alquebrado.

Bípede Falante disse...

Você sabe como é difícil fazer com que cada blog levante de sua cadeira para visitar um outro. Então, vou levar o seu post lá para o meu, porque ele é imperdível, e os meus amigos não me perdoariam se eu o deixasse escondido. Talvez, até me perdoassem. Sei lá. Eu, ultimamente, acerto contas é comigo.