quinta-feira, 30 de abril de 2009

Noir no ar




Eu comprei um livro do Dashiell Hammett de 1933, chamado Mulher no escuro - Um romance perigoso.
Prefácios, thrillers, conversa fiada, etc, tudo auto-promoção. O livro tinha mais ou menos a mesma história do livro que eu estou escrevendo, pelo menos o comecinho dele, por isso que comprei. E também porque dizia aqui que o Dashiell Hammett é o pai do gênero noir, e eu adoro o gênero noir, mas detesto Sidney Sheldon. Dá pra entender?
O livro do Hammett - que também é o autor da novela O Falcão maltês - tem uma narração simples e diálogos desempolgantes, como se as pessoas já nascessem fartas de tudo, é um livro que não paira ameaça nem coisa alguma, e o final é tão forçado quanto um sorriso de alguém que se estabaca na rua.
Escreveu uma vez Raymond Chandler: "O estilo de Hammett no que tem de pior poderia ser considerado tão formal como uma página de Mário, o Epicurista; no que tem de melhor poderia dizer qualquer coisa que quissesse."
Grande Raymond Chandler! Esse cara nunca me decepciona, aliás, ele sim é um escritor considerado por mim pai do gênero noir, e não o pé no saco do Dashiell Hammett.

Até o Guilherme Muzzulon é melhor que o Dashiell Hammett, se eu fosse vocês eu lia o blog do Guilherme, como eu disse: noir no ar total.

http://vomitonovento.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Olinda Style



Vamos ver, senhores.

A maneira correta de agir e as pessoas que me rodeiam


Estou fadado a me chatear a conta gota e tomar resoluções em doses homeopáticas, só por causa da minha falta de tato imbecil. Do passei ao sol ao passeio a sombra, aí se vê a prudência adquirida ao longa da vida.
É o mais certo, sem duvida. Comprar uns becs, um vdka geladinho e dar paz ao rosto. Eu adoro ler em qualquer lugar, mas procuro ler escondido porque tenho um certo receio idiota das pessoas me acharem pedante, metido a intelectual, um bufão que não sabe nada da realidade. As pessoas que me rodeiam são assim ingnorantonas, elas pensam assim. Mas porque esse tipo de gente me rodeia? Ficar em casa seria o essencial, eu sei. Mas as vezes tenho gana de ver pessoas interlocutores, de sair, de ser mediocre só um pouquinho, uma coisa é está sozinho e outra completamente diferente é se sentir sozinho. Vou visita-los e fico como um biombo no meio da sala ouvindo sem me declarar, totalmente superficial, dar para acreditar que eu me presto a um papel desse? A verdade é que eu e nem eles (os ignorantões) fazemos questão de ser da mesma escória.
Os meus amigos de verdade estão longe demais, aí eu me viro como posso com as pessoas dessa cidade tão poluida e provinciana metida a industrial que é Camaçari.
Estou um pouco amargo esses dias, desse ser culpa dos escritores russos. Fazer o quê? Ler bastante e depois assistir novela só para balancear um pouco a tolice toda. Ah, faça-me uma tequila... Outro dia me peguei assistindo a novela das oito, e tinha lá aquele ator que só faz papel de problemático babando e balbuciando as asneiras do Cazuza: "A sua picina ta cheia de rato, a sua pisina ta cheia de rato." que ridiculo, me deu vontade de vomitar.
Olha, que tal se a Gloria Perez lesse um livro chamada Eu nunca lhe prometi um jardim de rosas da Hannah Green? Só para se inspirar um pouco mais. Fikdik.
O bom seria se eu tivesse uma tevê a cabo, e pudesse assistir os filmes escrotos do Alfred Hithicok e a viadagem do Genne Kelly, melhor ainda, o bom seria eu ter uma empregada neguinha e bem gostosa, que me desse um tiquinho enquanto ela lava o banheiro. Ah, que saudade da empregada...
Não vou ficar mais remediando desgraças, quer vim venha com tudo, ora porra. Estarei no mesmo lugar.
Agora mudando um pouco de assunto, no entanto pairando no mesmo tema: Estou escrevendo um livro com o meu nobre amigo Guilherme Muzullon que está lá no Rio de Janeiro, já tinhamos composto uma grande coisa, o livro tava tomando formas e estava muito bom. Aí veio o infortunio: ele perdeu tudo que tinha escrito e o meu pc deu pau no dia seguinte, morreu a placa mãe, já tem meses no conserto e o rapaz disse que pode recuperar meus arquivos sim. Assim espero, mas vou ter que esperar o dinheiro entrar para resgatar meu computador... Càtso, eu gostava tanto da familia incestuosa... do capítulo que a Doroteia vende sua pobre alma ao odioso cérbero, o museu da arte pós-moderna narrada pelo Guilherme, fazendo os personagens e os leitores entrarem em um vacuo delirante, e toda sacanagem impressa. Bom, há muito tempo parei de reclamar da vida, não fico esperando, achando que a vida me deve alguma coisa, a vida não me deve nada.
Enquanto isso vamos começar tudo de novo, o Guilherme tem uma confiança incrível, já eu sou desacreditado... indiciplinado, etc. (Até parece que o Renato Russo não aprendeu, indiciplina que é liberdade)
Sobre o assunto, o Guilherme me disse pelo msn uma coisa verossímel sobre a nossa sempiterna composição literária. A Beleza de Gil não é um livro que tenha necessariamente um fim, aquela história de encerrar uma obra... É como se o Gil fosse criado apenas para estarmos sempre lá, escrevendo, escrevendo...
Eu também acho.

Clássicos de bolso

"Nem me viu!" (voz do meu primo, quando voltamos da sessão de chá)

"Você não tem jeito não." (Marcelo e seu bordão para comigo)

"Você é podre, Dom!" (meu amigo aspirante a artista plástico, Juca Lordello)

"Tu Rafael, tu desgraçado, tu veio despachado do inferno só pra me atormentar!" (Czar, meu antigo patrão resmungão)

"VOCÊ É MINHA VERGONHA!" (ha ha ha! essa eu ouvi ontem da minha ex-namorada.)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Melhor calar

Para não dizer que não falei das flores: No inicio tudo são flores, o ôba-ôba, a paixão trem expresso a todo vapor fazendo um rombo em seu peito. Sou caçador e quero me divertir, e para aquilo a que me entrego é somente a meu favor. Em todo caso, eu prevaleço no final das contas pobre de mim.
Santo Deus! E se eu fosse fazer uma soma num raio de dez metros em roda de toda desilusão? Tanto faz figura rídicula ou a um bonachão. Se entregar é viver e viver é bom e eu gosto, depois é que você vê o que é realmente bom, e como terá que se adaptar a uma série de culpas e ressentimentos. A vida não é fácil, e um dia após o outro é ainda pior.
E se posso exprimir-me dessa maneira, tomarei-me como exemplo: Quase enlouqueci porque amei sem amarras, sinto uma ligação intensa e tudo acaba, fico involuntariamente em processo stand by até o tempo me afortunar novamente. Sobre os afortunados dois dedos de prosa:
No que diz respeito a minha praticidade ser feliz é se dar bem, e eu bem sei que uma felicidade que me garanta as bodas de ouro da Gloria Menezes seria um pedido demasiadamente luxuoso. Não importa quando acabe, se um dia ou três semanas, até porque eu não acredito na felicidade, acredito em dias alegres, acredito na alegria. Felicidade parece ser sempre eterna, alegria é repentina, do mesmo jeito que vai, ela vem, assim como a tristeza e os devaneios. Sempre foi assim.
Eu quero mais é ter oportunidade para me gabar e ser feliz hoje, que é melhor que para sempre.

Ato falho

Fui chamado para uma entrevista de trabalho, eu estava de ressaca e de muito mau humor, e que droga; era de manhã cedo a entrevista. Mas, mesmo assim eu fui e fiquei esperando ser chamado. A mulher que atendia os interessados era muito jeitosinha e divertida, fiquei um bom tempo de prosa com ela e me sentir extremamente a vontade. Mas caguei a entrevista, ela nos deu uma prova para ser respondida com muita sinceridade e eu caçoei das perguntas, eram perguntas pessoais, do tipo: O que gosta de fazer? Sair pra beber. Pretende se casar? Não. Casar engorda. Se bem que eu tô precisando... engordar, é claro. Acredita em Deus? e eu respondi: Acredito que Deus é amor, acredito no amor.
E sobre a pergunta Você tem alguma religião? Na qual eu respondi: Sou da macumba.
Meu Deus! Minha mãe só faltou me matar quando eu contei às gargalhadas, moleque insolente... Ora porra, respondi com sinceridade e clareza as perguntas. Perguntas pessoais; respostas pessoais. Não é assim que tem que ser? Mas não é assim que é. Tem que mentir pra se organizar, vida e mentira são sinônimos já dizia o Dostoiévski.
E outra, eu pensei; deve ser muito chato a função de ler entrevistas de emprego. Das duas, uma: ou o cara vai se divertir com minhas respostas sem noção ou vai me odiar profundamente, me achar um moleque demente e porra louca, se ele for religioso então. Sei lá o que se passas na cabeçinha das pessoas. Ao menos irei ser reparado no meio do rebanho de ovelhas branquinhas que só querem impressionar, com certeza. Mas agora me vem a pergunta: será que eu também não quis impressionar? Não, não, escrevia o que vinha na minha cabeça de carneiro, sem pensar em beneficios. Tão certo assim,.
Pior fez o Guilherme, ele me contou que na entrevista de trabalho dele, ele deu em cima da entrevistadora, perguntou se agora que eles estavam a sós, que tal aproveitar esse ambiente térmico? A mulher deu um fora nele e mandou ele se retirar da sala, e ele, por sua vez, perguntou se ela estava sem calcinha. É isso que dá fumar uns brow e tomar tequila para encarar as entrevistas de trabalho.
Ora, e não é com a sinceridade que se consegue a verdadeira vitória?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

E o tempo levou


Um lindo rabinho

E tente não parecer muito alegre quando ela sentar na sua cara!

Na traaaaavee!


Eu nunca apostei em jogo de bicho, quer dizer, eu nunca apostei em jogo de bicho em pról de mim mesmo. Fazia jogo para vizinhos, amigos e familiares. Eu tenho um tio que é viciado em fazer jogos de bicho, ele adora e é um hobby pra ele.
Outro dia eu tive um sonho bem estranho, eu sonhei que um leão enfurecido fugia da jaula e corria atrás de mim e de uma outra pessoa que estava comigo, quando um bicho feroz desse corre pra te atacar, vai correr pra quê? Para tentar fugir? Ora, ele é muito mais sagaz que você. Mas, por outro lado... Vai ficar parado pra quê? Pra trocar uma ideia firmeza com o felino e quem sabe ele te poupar de ser comida?
Só sei que no sonho eu corri, mas depois parei de correr, e o leão parou também e ficou me espreitando.. me espreitrando como um gato espreita um rato!
Já viram um gato matar um rato? gato é um bicho cínico e o rato é um bicho esperto, quando o rato tem a má sorte de cair nas garras de um gato já foi. O gato não mata o rato de imediato, ele brinca com ele como se fosse um novelo de lã até o pobre morrer de exaustão, e você acha que ele come o rato? não come não, deixa lá no canto. Mas que preconceito barato esse que o gato caça o rato, não?
O leão ficou numas de jogo do siso comigo, aguardando meu próximo passo. Bem, aí eu acordei. Mas me deu uma raiva... detesto acordar no meio de um sonho.
Eu tenho uma tática que é batata, sempre dar certo. É o seguinte; quando vocês tiverem num sonho gostoso e de repente acordarem, vocês repitam 3 vezes em voz alta: Eu me recordo, eu me recordo, eu me recordo. E volta a dormir.
Não sei porque eu sonhei com leões, não sou muito de sonhar com animais. Ah, talvez seja porque eu assitir uma reportagem em que a Renata Ceribelli estava sendo atacada por leões e por pouco não perdeu a vida. Talvez tenha sido isso que me impressionou. Assim como você vai a um cortejo fúnebre e dar uma espiada no sorriso debochado do defunto, esteja certo; esse mesmo sorriso irá lhe visitar mais tarde, em sonhos. Mas como eu não sou de sonhar com animais eu fiquei escasquetado e resolvir jogar no bicho, apostei algumas merrecas que eu tinha sobrando no grupo do leão. E, mais tarde peguei no sono olhando o quadro da pantera nebulosa que tenho no meu quarto.
Hoje pela manhã, quando fui ver o resultado do jogo, advinha o que é que deu? Tigre na cabeça!
E quando eu estava fazendo o jogo eu ainda pensei: "Porra, será que o bicho do meu sonho não era tigre? eu não tô muito certo não... Bom. Vai leão mesmo, só não pode dar tigre."
E o bicheiro:
"Pois deu tigre, meu garoto! Aí ó no quadro, deu tigre e carneiro! Ha ha ha, até tem nexo, o tigre correndo atrás do carneiro!"
Se eu soubesse interpretar sonhos como a Neidinha, eu até poderia chegar a conclusão de que eu seria o carneiro. Ah, como era boa nossa empregada...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A noite pede One more cup of coffee



O instrumental da musica Kamikase da Rô Rô é muito parecida com a versão do White Stripes. E eu canto Kamikase no ritmo de One more cup... sem esquecer o refrão inglês. E o melhor, dar mesmo um bom mesclado. Nossa, uma musica e um album de 10 anos atrás... sensacional!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Charles Bronson vs. Muggers



eu sei brigar porque eu aprendi.

Opus blue

Ding-Dong, Avon chama!
Dois é companhia, três é uma festa!
Sou louco por mulheres, bebidas e brincadeiras de mau gosto. Mas gosto de filmes pornôs, porque sempre acabam com um final feliz.

*****

Eu não sou hiponcondríaco, nem poderia ser, tenho alergia a 90 porcento dos remédios, me deformo, um horror. Mas não, sou de um outro barato, o da esquadrilha da fumaça. No entanto ando viciado no clarint D, tomo até quando não preciso só porque eu respiro como eu nunca respirei antes, incrivel! o bagaço ainda está aqui bem de frente pro meus córneos, a sinusite ali instalada, mas ainda respiro como se fosse um babe brincando com anjos em sonho.

*****

Voltei a trampar no pub, os ares por lá deram uma melhorada por culpa e a propósito do sumiço dos travecos do pedaço. A famigerada Izildinha Pif paf, depois de passar 3 meses em cana por ter roubado a pistola de um milico interessado num calor de boca , foi pega correndo e atirando para o auto, entrou pro buraco e se recolheu por uns tempos, depois de ter sido espancada e quase morta. Izildinha pif paf volta aos poucos e cada vez pior. Eu costumava selecionar o nivel do bar conforme os horários, a primeira leva era tranquila, a segunda leva ainda vai, mas o pior grupo é do horário das sete da manhã. deprimentes.Eu tenho duas história pra contar: A do seu Oswaldo que no tempo de tirar o dinheiro pra pagar a conta, foi roubado por Pif paf, 50 pilas o velhaco perdeu, o ancião babaca fica com cara de cuzão, estático, enquanto sua acompanhante machona toma as dores dele, e parte para briga com o traveco em busca da grana surrupiada. O estrupicio é tanto que do suor se faz fedor, e as duas gladiadoras só entram em um bom senso assim que entram em um acordo burocrático. Metá - metá e o velho que se foda. Fico eu esquadrinhando o semblante do pobre diabo, que humilhante pra ele... os olhos perdidos e cheios de lágrimas, uma cara de miserável conformado, um patife que sabe que é um patife... bom, um coitado.
Da outra vez foi uma cocotinha que cruzou com o mal humor de uma mulher baixo astral, as pessoas são mal humoradas e alguém sempre paga o preço por se cruzar com elas, e tudo isso porque é um grande alívio quando estamos de mau humor e encontramos algo ou alguém a quem possa atribuir a culpa.
A cocotinha retorna do banheiro e a negra nagô dar um soco bem dado na cara da cocota, fazendo-a cair por cima de uma mesa cheia de garrafas e bater a cabeça na porta de um carro estacionado. Eu rir na hora. E rir mais tarde quando a cocotinha levantou do chão e foi cambaleando murcha para o seu promíscuo cantinho e se sentou ali, e os amigos riam dela achando que ela caiu de bêbada, e não que tinha levado uma porrada. Foi tudo em frações de segundo e parece que só eu que vi a coisa toda.
A cocota tomou como consolo ser uma idiotinha a ser uma derrotada. E a hora ia passando e ela ficava ali sentada com a boca partida flertando com os homens, bem tosco. Uma pessoa liquidada.
Liquidado como o homem que esteve no bar a algumas luas atrás (no horário da manhã, a leva ruim do dia) um homem adulto e forte, negão e etc. Coitado, levou uma tremenda surra de um pivete bicho solto que circula por lá, o menino deve ter o quê? 11 anos de idade? Nocauteou o cara, que por sua vez foi se queixar as autoridades. Sabe o que a aconteceu? Esse cara levou mais uma boa surra, dessa vez por atrapalhar o sono das autoridades.
Estude artilharia ou não saia de casa.

After dark


Eu sou igual ao Paulo Cesar Pereio, etilicamente falando, é claro. Como ele, bebo muito e vomito socialmente, sou um bebedo muito fácil de se lidar, não faço sujeiras porque não ponho o veneno pra fora como se deve fazer, e posso passar meses assim. O unico problema sou eu dar o fora, eu detesto ter que ir embora, odeio despedidas. Fico cheio de lukács e mordaz, mas se você me trazer um beczinho ou me abraçar, supostamente ficarei enternecido. Taí uma coisa que eu gosto muito, de beber. Eu e a bebida somos amistosos a maior parte do tempo. I wide the best spirit...
Em tempo, o Pereio me lembra um cão raivoso preso numa coleira.









domingo, 19 de abril de 2009

Ir de copas

me vestirei do novo
um espirito novo porei dentro deles
eis que faço nova todas as coisas!

sábado, 18 de abril de 2009

Coração de pedra, cara de madeira...


O problema todo sou eu ter um coração antiquado e cafona. Eu esqueço como é que se joga e por isso jogo limpo. É justamente esse o erro detectado. Eu sou desse jeito, daqueles que são solitário não por opção mas por total incompetência. Eu sou assim, do tipo infâme intimista protegido pelo acaso, porque eu não tenho cuidado comigo mesmo, e me pego com paúra de ser condenado ao implácavel fracasso, de não dar certo. Mas que tolice a minha! é claro que darei certo. As experiências postas em revistas todo sacro dia em nossas memórias nos impulsiona para tomar as rédeas da verdade, e por assim dizer, saber se cuidar, mesmo quando se é a primeira vez que se toma a tal zelo.
O meu zelo acaba quando apelo um sorriso, quando quero porque amo me sentir bem, e por isso que quero. Chafurdo de forma anarquista no sentimento, seja ele qual for; sublime ou torpe.
A essência duvidosa do coração egoísta para o qual eu me entregava sem nenhum cuidado, estava tão na cara quanto o meu nariz! E eu não via, minto, via sim! Fingia não ver. Eu sabia que provocava fantasia em relação aquilo por pura e solene falta de algo melhor, eu pensava: "ah, mas que vida inssonsa, vamos dar uma agitada nisso aí." E saía com as mulheres mais loucas, mas chega uma hora que o coração fica cansado e você quer aposentar, aí me dedicava de morrer, e não apenas essa vez, mas outros tantos outonos, e como eu sofria uma dor pungente e sincera, era bem verdade. No ato era verdade, mas no fundo eu sabia que aquilo tudo era mero capricho, que não tinha nada haver comigo e que se eu quissesse sairia dessa rapidinho, mas então porque diabos eu me mutilava inutilmente a todo instante? Por capricho.
Veja bem, uma vez que não seja a primeira vez que você vê o fim do mundo, uma vez que você conhece bem esse filme apocalíptico e apoteótico, mas você sempre se surpreende, assim como eu me surpreendir. A essência é sempre a mesma, o mesmo fundamento original, um contratipo vagabundo de um auto sofrer. Dor não, dor de verdade eu sinto no meu joelho bichado, chateação eu diria. Taí a palavra certa, chateação! O pior é que eu não consigo me chatear sem me concentrar no que realmente me chateia, por isso que tenho bolsas nos olhos, porque não consigo me concentrar, já foi dito aqui que involuntariamente abstraio todo o tormento, eles fogem de mim como um bando de veadinhos fogem de uma pantera nebulosa, uma vez que eu tenho como regra remoer tudo que foi feito do meu dia, cada ação, cada palavra dita, cada canalhice minha, e aquele lodo total. Por isso eu não durmo enquanto não repasso todas as palavras nos minimos detalhes, e por aí vou me danando madrugada à fora.
O pior não é nada, o pior é não fazer absolutamente coisa alguma, passar por essas experiências interpretanto o tolo ressentido, o anão desconfiado. Aquele que perde, que sai de banda, eu sou aquele que sempre se retira para que os outros possam rir a vontade, pois os outros não são como eu, que quando quer rir, dar risada na cara da pessoa que pegar para Cristo, sem o menor escrúpulo, algo bem sem noção, na linha da wo-man Felicia Jollygoodfellow em Priscila, ha ha ha. Há um certo tipo de prazer camuflado nisso tudo, uma satisfação sordidazinha, como se sofrer sozinho fosse mais seguro que ser feliz a dois.
Fui humilhado e não culpo ninguém por isso, sou loser e tenho um coração cafonão, me entupiram de mimos e eu fiquei mal acostumdado, sabe como são essas coisas. A primeira etápa eu confio e vou bem lá no fundo como um chanepan, um Charles Bronson gastando todos os seus cartuchos até fazer parte do grupo e finalmente, se infiltrar. Uma vez infiltrado eu semeio sementes que correm grandes riscos de virar veneninhos no porvir, nunca se sabe. A terceira e derradeira etápa é quando o final chega implacável e eu não sei me localizar num canto discreto da história, fico como no centro de uma cidade em borbadeio, alvo certeiro, fratura exposta.
O que me dar mais raiva é não me vingar quando é de justiça ser vingativo, acho mais cômodo entregar tudo na bandeira de tempo, porque acredito piamente na incorrupitível lei do retorno. Eu até penso em me vingar por pura maldade, mas de repente sou esmagado por indagações de bondade, maldito corpo santo. Não me falta coragem para virar a mesa, como já virei literalmente uma vez depois de ter tomado um banho de cerveja da minha cabrunquinha, ela me disse que se eu me comportasse mal mais uma vez, ela iria jogar essa cerveja no meu focinho tão adorável. E o que eu fiz? Ora, fui um vexame, um péssimo garoto, só para provocar! eu gosto de ver as pessoas perdendo a cabeça, eu me ligo nisso. Ela tacou a cerveja gelada na minha cara e eu levantei virando a mesa, sou muito performático, ha ha ha, a gentleman to the extreme smell, mas que cretina, eu beberia a cerveja e jogaria o copo! Fui embora na chuva. Um clássico. Mas deixemos isso pra lá.
Não é bem covardia, nem acomodação, é que eu passei por uma febre de vacilações e não posso mais errar, agora uso e abuso, muito tardiamente, da cautela. Não posso errar, é inadimissível. Vocês devem está fazendo troça com suas possantes goelas, me achando uma piada, devem ta até me chamando de junkie de chumbo. Mas ora, quer arte mais belicosa que lidar com o coração? O nosso profeta Jeremias já havia registrado séculos atrás num ataque de romantismo, que o coração é enganoso e extremamente corrupto. Quem há de saber o que quer o coração?
O anel dela não coube no meu dedo, então, sem dramas. não lamento nada. Dedico todo meu amor ao meu bel prazer. Não é por você, é por mim, entende? Aí está o deleite e a satisfação camuflada. No fundo eu sei que sou egoísta, e que só penso no meu eu sádico e epicurista. Faço pilhéria dos meus sufocos, aí está um jeito de defumar o ambiente, porque de outro modo solidificaria todo meu rancor a troco de nada, a troco de... sei lá, vamos usar a imaginação e fazer da minha maldade uma decomposição quimica, olha, seria uma droga barra pesada, seria uma cocaína capaz de fazer você querer engolir sua própria boca, só de fissura.
Vou sair de combate, mas como urubú ficarei pairando leve sobre a carniça, amando e odiando mortalmente, descuidado e sem grandes reflexões, vou pairar sobre o assunto quase que inexistente, cagando potes por ser embuste. Me cegando e vendo o que é bom.
É essa a razão do meu apreço pelos cavalos, eles são mais fortes do que eu, no entanto se curvam a minha vontade.
Outros diriam: Tadinho... Com o trauma que sofreu, está pronto para ir para Winesburg, Ohio.

Mas não, eu irei ficar na coxia. E vou ver só no que vai dar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Paz ao rosto

"É impossível anular fatos consumados; mas, para as necessidades da prática, a conspiração do silêncio é quase tão eficaz como a anulação. Não mencionadas, as coisas que são podem passar como se não fossem."

Aldous Huxley.



disse tudo. genial.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Como já dizia Djavan



"Quem não tem pra quem se dar o dia é igual a noite."

é.

Go!

Não amo você, Cabrunquinha, há quem sinta falta da minha marra e do meu cheiro, e não é você. Você não é a mulher ideal, sou apaixonado por sua naturalidade, eu queria ser assim. Sei lá, a felicidade das pessoas despreocupadas me fascina, é mais real do que a minha. eu queria ser assim, respirar só porque o ar é grátis.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Quantos nãos fazem um sim?


Ah, mas é claro que eu também estou no bagajeiro dessa crise econômica que assola o mundo. eu estou no mesmo barco dos demais e estou com sede de dinheiro, estou com gana de grana. Você fala a língua do desespero? Quando você experimenta a sensação do dinheiro, não quer mais voltar a ser duro. Ante ontem dormir o sono daqueles que tem o seu trabalho cumprido, fora algumas chateações irremediáveis e a certeza que no seu trabalho você nada mais é do que uma piada ambulante. Fora isso, tudo certo. Bati minha meta na empresa de perfumes falsificados, conseguir vender 20 perfumes e batir o sino rumo a liderança. 200 reais em mãos num só dia, subir no palco, dei meu depoimento sincero e o meu treinador ficou orgulhoso de mim, ora vejam só: $$$!


Na hora de prestar conta e recarregar a sacola de produtos ninguém me cobrou nada, e quieto e feliz eu fiquei com as minhas duzentas pilas quietinhas e felizes no meu bolso. Mal pude conter minha excitação! Nem prestei atenção na reunião de auto-estima só pensando nos livros e discos que iria comprar com a grana, na noite maravilhosa que iria dar a Talita F. Jones no Jazz Session, comendo camarão e arrotando dry martine - pra ela - pra mim, uma vigança de rasputin com bastante alcool. Ah, abandonar a carcaça do jovem crente e suas roupas emprestadas por uma pessoa gorda, e o vislumbre da elegância moderna do Djavan personificada em mim. Tudo isso povoou a minha mente na hora de reunião de auto - estima, que nem prestei atenção.

O dia correu e eu comi um pedregulho, um sanduiche com todo tipo de queijo com as mesmas calorias de um prato de feijão, me coubei em um terno social e saí na rua correndo pra pegar buzu, estava abordando as pessoas no estacionamento de um supermercado quando meu telefone toca e é a mulher do escritório da empresa me cobrando as duzentas pilas, havia esquecido de me cobrar - ela disse - mande o dinheiro pelo seu supervisor - ela disse em seguida.
Chega eu fiquei triste, mas que merda.
O meu supervisor riu da minha cara e tomou posse do dinheiro, ele roubou dez reais da grana e disse que eu tinha perdido,eu acho que ele roubou. Ok, não vamos discutir, toma aqui dez,tudo certo agora? Yeah.
O meu dia não foi um furo, foi um grande fiasco, ta?
Noutro dia, eu estava indo pegar a minha carta de demissão por ter deixado a propabilidade se propagar. Na cartilha diz que de dez não que você escuta, um será sim.
Mas ninguém me disse sim, por dois dias. No ônibus - que é o unico lugar que eu me sinto uma pessoa igual as outras tantas dali, sem inoportunos nem encomodados, uma maravila - eu tive as mesmas sensações que um escravo teve um dia antes da abolição.

Fui demitido e me senti aliviado, não levava jeito para a coisa. Sabe o que é você dar boa tarde sorrindo pra mais de 200 pessoas em 5 horas de trabalho? O meu trabalho se resume basicamente em oferecer um sorriso à la carte, sempre. Sinto muito Patch Adams, mas isso deprime! Não rendi bons cifrões, e um vendedor que não produz é um peso morto.

Você tem que bolar uma espécie de joguinho simpático para envolver o cliente, uma piada aqui, uma gracinha acolá. Por exemplo, eu tinha um colega de trabalho que usava essa: "Olá, meu nome é Tarcísio. Não sou o Tarcísio Meira, mas sou mais famoso do que ele, e mais cheiroso também." ou usava essa: "Olá, eu sou coelhinho da páscoa!" . Nunca vi ninguém achar graça das gracinhas dele, também pudera, quem iria rir de um gracejo tão cretino? Eu. Eu riria por ser cretino, eu riria da cara dele. Até já pensei em dar um toque amigo, e dizer que um palhaço de picadeiro é mais engraçado que aquele treco todo, que não funciona. Mas, esquece. Eu me divirto o vendo pagar mico, afinal alguém nesse trabalho tem que se divertir.

Sorrir e falar com mais de 200 pessoas é dose pra leão, ´por isso que daqui pra frente eu vou rir só com o canto da boca, que nem a Monalisa.


E ainda o meu supervisor vem me dizer que o Tarcísio é um cara mais esforçado do que eu. Aham, Deus ta vendo.

domingo, 5 de abril de 2009

How soon is now?



Anotei mil vezes em mente as experiências e as derrocadas repetidas de minha vida, só para me lembrar sempre que já vi o armagedom algumas vezes e que tudo passou como sempre passa. Ou, em suma: Seguir adiante. Estava numa fase lisérgica total. E hoje, nesse domingo cinza, eu tô me sentindo uma canção dos Smiths.
Eu envelheceço e renasço a cada dia, como um dia par e um dia ímpar. É bem desse jeito mesmo...
Tá, confesso que hoje eu não estou com o humor "Suzana Vieira na saída do cursinho". Mas também não estou pra lá de todo mal. Desce algumas biritas que eu fico legal.
Reah!

p. s Les Marques, me paga uma bebida? Alô Carlos Franco, sabe que você tem o mesmo nome de um pintor madrileño sensacional? Me manda um email que a gente marca um reggae. rafael.neon@hotmail.com

Com a vez: Camilla Lopes


.Vou roubar uma pergunta da Clarice Lispector: "Como vai você, profundamente falando?"
C.L: De bolso furado. Profundamente falando.
.Quem a convenceu de que tinha talento?
C.L: Eu tenho talento para o bem e para o mal. Desde que me conheço por gente me convenci disso.
.Você acredita realmente que tem talento?
C.L: Piamente.
.Você já sentiu vontade de esganar um crítico?
C.L: Não.
.Qual tipo de leitor você dispensa?
C.L: Nenhum deles. Cada um intepreta como quer, não tenho poderes sobre a interpretação alheia.
.Você já sentiu vontade de roubar a autoria de algum livro? Qual?
C.L: Counter Pointer Counter. Na tradução, "Contraponto" do Huxley. É absurdo.
.Se Deus existe, o que ele pensa sobre você?
C.L: Se ele existisse, não teria tempo para pensar em mim.
.Qual a sua mania mais irritante?
C.L: A mania de ser irritante.
.Viver ao lado de um escritor é dureza?
C.L: É muito duro, e muito bom.
.Quanto há de neurótico no ato de criar?
C.L: O nescessário.
.Quem é um gênio e um idiota no meio literário?
C.L: Huxley, Camus e Roth são geniais. Os idiotas estão próximos demais, prefiro deixar que eles continuem tomando Rivotril.
.Qual a diferença entre prosa e poesia?
C.L: Ah, pergunte a um profissional.
.E entre escritores e poetas?
C.L: Escritores são poetas. E vice versa.
.Ser acadêmico pesa na hora de escrever um livro?
C.L: Acho que não.
.O que é um bom livro?
C.L: Aquele que nunca mais sai de você.
.Você já abandonou um livro no meio?
C.L: Vários.
.Que tipo de personagem a atraia na literatura?
C.L: Os que ficam pra sempre comigo.
.Lembra qual foi o primeiro livro que você leu?
C.L: Não mesmo.
.Que livro você transformaria em filme?
C.L: Mamãe não voltou do supermercado, de Mario Bortolloto. E o Contraponto, de Aldols Huxley.
.Qual foi a maior recompensa que escrever lhe deu?
C.L: O alivio.
.Você é muito crítica com que escreve?
C.L: Sim, por isso eu nunca publiquei nada.
.Você tem um blog, o que pensa sobre a literatura blogueira?
C.L: Nunca pensei nisso. Mas acho que não diferencia em nada. Literatura é literatura.
.Dá para imaginar parâmetros para um cânon dos blogs?
C.L: Alguém pode imaginar isso por mim? Eu realmente não estou afim de pensar "nos parâmetros para um cânon dos blogs"
.Qual o problema do Almodóvar e da Elisa Lucinda, hein?
C.L: Hoje eu gosto do Almodóvar. A minha familia é Almodovariana: mãe, avó, filha numa mesma casa. Acho que o meu problema com ele vinha quando eu odiava as mulheres. Hoje eu as amo e respeito. Gosto do Almodóvar, portanto. A Elisa Lucinda é um conjunto de clichês bobos.
*****
Ha ha ha. A Camilla Lopes é ótima, a Camilla Lopes é apenas uma mulher que sabe da importância de não se levar a sério. No momento ela ler Gay Talese, para sua atividade jornalística.
Ela tem um blogue que fica aí nas minhas recomendações.
Eu gosto.

Rápida e Rasteira




"Sou uma macrobiótica baiana, sujeita a tentações. Meu negócio é perder a barriga para poder ver meus pêlos pubianos."




"Estou com tanto tesão que tenho até que me controlar. Dou graças a Deus por ter nascido fêmea, senão como é que eu ia fazer para esconde um pau duro dentro das calças? E, além desse tesão sexual, estou com sede de vendagem, uma vontade de fazer dinheiro que eu nunca tive. Meu santinho é um retrato de Ivete Sangalo."




"Quando trepo com um homem, ele tem que ser macho. Não gosto de homem que não seja. E mulher tem que ser fêmea. Não tem que ta coçando o saco que não tem..."




"Depois que eu troquei o whisky pela água, todos os orificios da minha cabeça estão entupidos!"




"Quando a gente olha a melancia, a gente tem certeza que ela só podia dar no chão, mas daí vem a jaca e estraga tudo. Isso só nos mostra o quanto a natureza é fria e cruel!"




"E tava lá a Maria Rita chorando pelo Falcão. Tadinha da Deborah Secco. Por isso que eu sou contra esse negócio de tatuagem!"




"Eu não sei, hoje em dia as pessoas mudam de idéia: eu tô quase ficando hétero! Só falta crescer o quê? O peru?! Ah, não! Meu Deus, Cristo, Deus... Que tolice! Eu não preciso de crescer o peru para ser hétero! Oh, meu Deus! Que felicidade! Porque eu já estava imaginando que operação plástica eu iria dar para o doutor Paulo fazer desta vez. Ele iria ficar enlouquecido!"




"A semana passada eu gravei uma entrevista pr´aquele programa de TV, 'TV Infâmia', e a jornalista perguntou: "Ângela, você está com 57..." - quando eu disse - QUILOS, NÉ, MEU AMOR?! Depois do 55, a gente não tem mais idade, a gente tem é peso."




"A semana passada eu tentei me masturbar. Não consegui! Minha xereca reagiu. Teve uma reação profunda! Fui rejeitada pela minha própria xereca! Alguém aqui já teve isso?"




"Um brinde de água! Se eu soubesse que era tão econômico eu não teria me embriagado tanto à toa."




"Ana Carolina é a versão feminina do Cauby Peixoto, as pessoas se rasgam por ela."




"Não sou uma usuária de homens, como você, Ana."




"Paulo Coelho não faz o caminho de Santiago de Compustela à pé, ele aluga um carro. A Baby Consuela faz à pé, ninguém quer alugar um carro pra ela."




"Foi um tecnico de som que matou o Tim Maia. Não foi droga não..."








Eu sempre achei que esses grandes artistas morressem cedo por alguma razão muito boa; para ficarem eternizados, para não sucumbirem sua arte no porvir, como tantos que hoje estão aí. Mas a Angela Rô Rô não, a Angela Rô Rô sempre foi e será sensacional!






quarta-feira, 1 de abril de 2009

Oportunidade em rede


Então, ontem foi o meu ultimo dia no bar 24 horas. É que eu consegui um emprego em Salvador como representante de uma linha de perfumes importados, com direito a usar terno, gravata e calça social nesse sol de meu Deus. Eu ainda não estou um Vicent Prince porque comecei agora e em cima da hora e minhas roupas são todas emprestadas, fico no máximo parecido com um jovem crente, uma verdadeira testemunha de Geová.
Drakkar noir, Acqua brava, Kenso, J´aime, Hughoes, Anais Anais... só contra-tipo importado. É uma pena eu não ter mais olfato, o jeito vai ser eu ser desonesto e dizer que tudo é uma delicia, se eu quiser manter meu trabalho.
O engraçado é que por mais que eu queira me manter afastado das pessoas, mais eu tenho que me comunicar com elas, trabalhar com o publico não é fácil. Sou do tipo Patropi, lembra o bordão dele? "Você pra mim é problema seu."
E existe pessoas que não dão bola pra você nem para perfume, que estão apressadas, que não tem tempo nem de olhar nos olhos e essa merda total. Quando elas querem se livrar jogam a desculpa clássica do "eu tenho alergia a perfume".
O trabalho não é bem um emprego, como disse o meu instrutor do primeiro dia: "O nome já diz tudo, emprego... empregar, você ta pregado aquilo" Nessa empresa não é bem assim, a empresa se chama Oportunidade em rede. E é bem do que se trata, de uma oportunidade para prosperar. As pessoas são acomodadas a receber o seu salário de fome todo mês e ficam satisfeita, é sempre menos inoportuno trabalhar para os outros. Como um ramister, um rato de laboratório que passa a vida inteira em sua gaiola, comendo cagando e correndo naquela esteira giratória que dá sempre no mesmo lugar... Daí o ramister morre do coração depois de ter andado mil e tantos km e final. Não difere tanto assim de nós seres humanos racionais, entendeu?
Em alguns empregos é nescessário passar por 3 meses de experiência para assinar a carteira, quando não se pede "com experiência". Nesse trampo é experiência de um dia até pegar os macetes aos poucos. Tem um casal de lésbicas que ficou 7 meses na empresa, passou por lider e agora é gerente, e ainda montou uma equipe no Rio de Janeiro, o meu instrutor vai montar uma equipe no Maranhão, e uma outra vai montar uma equipe em Fortaleza.
Tem uma fotografia do todo-poderoso da empresa, um senhor elegante e distinto. No cartaz, ele está com o dedo apontado para o relógio de pulso e com os olhos esbugalhados passando a entender que o tempo é curto e a Sapucaí é grande, no cartaz está escritos em letras garrafais que devemos vender um kit a cada 20 minutos. Corre a boca miuda que ele ganha meio milhão por mês.
Adeus Sensala, Casa Grandre me espera! Um adeus também para essa minha vidinha de ramister pavloviano! Ahh, eu cresci! virei um rato enorme, me filiei a gangues de ratos de rua e agora divago divugando perfumes francês.
*****
Mas as noites do bar vão deixar saudades, as brigas, as garrafas voando, as cabeças quebrando... os furtos das travestis do boulevard. Tem uma traveco que se chama Izildinha Pif-Paf, fiel escudeira da Patativa Pantanal e da Kiki Camburão. Izildinha Pif-Paf vai sempre lá tomar sua dose de cachaça com mel e limão, Izildinha Pif-Paf não fuma cigarro, só fuma crack. Izildinha Pif-Paf é feia, seca e compridona. Os olhos sempre pintados cheios de purpurina, a boca desenhada com um lapis de olho preto em torno, uma tatuagem de um beija-flor com rabo de cadela no braço parecida com uma tatuagem de ex-detento. O cabelo da Izildinha Pif-Paf é um horror, a franja tem ojeriza à sua testa, só para começar...e parar por aí. O mais sensacional é que ela toca o terror na cidade.
O apelido Pif-Paf vem dela ter a habilidade de roubar as pessoas em milésimos de segundos. Eu já vi a Izildinha Pif-Paf espancar e tirar sangue de muito homem, de muito macho mesmo. Quem quiser que se meta com ela.
"Ta pensando que eu sou viadinho é? Eu tiro minha calcinha e ponho uma calça, eu viro homem que nem você! Não me tire como viadinho não, sua desgraça! E vá, seu puto! Vá chamar a policia! Cadeia pra mim é hotel!" um dos seus bordão vociferante, o meu preferido.
Mas eu me dou bem com ela, me dou bem com todo mundo, trato todos como igual. Só tem uma velha porca que vai lá no bar com lenço e bobe no cabelo. Ela me odeia e eu a detesto. A maldita tem dinheiro mas pechincha feito uma condenada, pede sempre uma dose de cachaça pura, bebe, cospe no chão, depois pede agua, lava a dentadura, tira a dentadura, coloca a dentadura novamente. E nunca está satisfeita com o tamanho da dose, aí te xinga de nomes terriveis, te xinga de filho da desgraça, de satanás. Eu não me dou com ela. Já mandei ela tomar no fedorento dela várias vezes, uma vez ela bateu na minha cara, no balcão do bar. E Czar, meu patrão teve que me pagar mais caro do que eu ganhava para eu não arrumar confusão com aquela velha alcólatra, que tem - acredite em mim ou chupe meu saco - 73 anos de idade.
Outro dia eu assistir um noticiário no jornal da noite que dizia mais ou menos assim:
"Uma senhora de 70 anos morreu num bar na noite passada, pessoas de prova disseram que ela estava conversando com um rapaz no balcão, começaram a discutir e o rapaz deu um soco na senhora que caiu dura no chão e nunca mais levantou."
(é claro que a noticia não era tão chula quanto a minha imaginação, como eu disse; era mais ou menos assim, era mais jornalística.)
Eu lembrei da velha suina do bar onde eu trabalhava e pela primeira vez não me arrependir do que não fiz.

Debaixo do carpete

A maldita maquina de musica inventou de travar bem na hora que tu poria em pratica o teu malicioso, indecente e desleal plano de descobrir o verdadeiro desejo sexual do pusilânime Fiat Lux. Será que ele é mãe? Se bem que eu acho que a piquinha sardenta dele ficou pra titia.



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Não sei ao certo se o problema maior é começar ou cair na tentação de ir até o fim. Algumas pessoas simplesmente não conseguem chegar nem no meio por serem descrentes do fim. Uma das coisas que eu aprendir no underground do submundo é o seguinte: Nunca comece, mas se começar devolva cada golpe com mais força que puder, sempre trabalhando a sua visão periférica. Aahh, mas isso a falsa malandragem do teatro ensina muito bem. Em suma; estou muito além de servir de consolo para tudo e para todos, sabe.

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Assim que eu deitei numa lona suja eu lembrei de você Jaquedá, não leve para o mal. É que eu vi estrelas, eu vi o cruzeiro do sul, e a quarta estrela estava afastada das outras. Estava no norte.

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Nunca fui do tipo que esconde a raiva num sorriso amarelo, também não sou uma pessoa vil. Muito pelo contrário, você sempre foi beneficiário em tudo quando eu ainda tinha forças para fazer de mim o teu benfeitor, não falo só de cifrões, falo de carinhos em recíproca também.

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Sou poeta e sou pateta, represento muito bem esses dois requesitos. Portanto estou pronto para encarar mais uma de amor.


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Sua sapataxa do agreste com encosto de viadinho rococó, eu poderia está em casa poupando minhas olheiras, mas não; fiquei esperando a fina flor da bagaceira. Tu me paga! Quero um morrão da grossura do meu cacete. Tenho dito!