quarta-feira, 26 de março de 2008

Humbert Humbert.


Não é que eu ame o Nabokov.
Nem que todos os meus personagens sejam meus alter egos fictcios.
As vezes é...
Mas eu, além de aprender a desenhar comigo mesmo, eu tô aprendendo a colocar meus personagens na postura do Humbert Humbert, ou para ser mais perto, aqui do lado_ onde o vômito mora no vento, e onde o vento faz a curva._ O velho dos velhos, do Guilherme Muzulon.
Meu professor de literatura: Agora vem cá, quem garante que o Vladmir Nabokov não era um cinquentão pedófilo?
Eu: É, e o Steph King um serial killer nas horas vagas, só para se inspirar.

É lagrima.

Foto: Diane Arbus

Vem com o impulso do ódio, do desejo malfadado, com a raiva.
É precipitada, solitária e autoritária.
Ela vem com a dor, se aloja nas pálpebras, e fica ali, esperando o momento certo de escorrer.
E quando ela cai geralmente no cantinho quando se esta deitado.
Ela cai leve, peregrina, escolhendo caminho, desenhando marca sob face, carvão sob tela, tinta sob aquarela. Te pega de surpresa.
E quando cai em si, percebe-se chorando sem mais nem porque,

emoção em um olho só.
É uma lágrima canastrona, vem com o ódio, mas não se mistura, espera a alma do ser não ser mais e escorre.
Talvez seja desse modo que ela consegue atenção, é única, é leve, é lágrima.

Como criar um desfarce, segundo Stanilavisk.

O próprio.

Abaixo é uma forma criativa de como criar um personagem, lógico que o Fernando Pessoa foi muito mais além nessa tecnica, visto a perfeição dos seus heterônimos, uns fazem mais sucesso que ele, Alberto Caeiro, por exemplo. Eu aprecio bem mais.
Essa tecnica de como construir um personagem é do Stanilavisk, e eu aprendi fuçando as apostilas de teatro de João Gabriel, o Gabo.
Eu tinha uns 13 anos, mais ou menos, estava tentando escrever meu primeiro romance, que era um romance policial, todo misterioso, cabuloso, cheio de crimes e lógicas, tipo; meio "Parque Górki" do Martin Cruz Smith, que eu roubei da biblioteca, e que é ótimo. Só que um pouco mais insensato e fantasioso, no caso; o meu livro livre.
Foi depois desse livro do Cruz Smith que eu me apaixonei pela vodca.
E foi escrevendo uma peça teatral para escola que eu resolvir escrever meu primeiro romance, totalmente punhetinha, achei bom demais naquela época para aqueles que seriam para mim amanhã atores terriveis, um fiasco, mediocres de domingos. Eles não mereciam encenar um texto meu. (Não me tomem hoje por prepotente, perdoem a fidelidade da arrogância dos meus treze anos de idade, quando eu já sabia o que era sífilis.)

Então, escrevi um outro bem razoável para eles, e esse eu guardei pra mim a sete chaves.
Mas o tempo foi passando, até que eu cheguei, literalmente falando, no Tempo dos Assassinos, e perceber que você não é tão bom quanto parece não é uma questão de semiotica, eu vi que eu era bem ruim comparado aqueles gênios, e pior, eu tive a certeza que eu era bem ruim como muita gente que eu lia por aí... isso era o pior de tudo.
E eu não queria ser.

PERFIL DOS PERSONAGENS
Passado/Ontem
NOME - Moacir dos Anjos
IDADE – 28 anos
LUGAR ONDE NASCEU – Minas Gerais
CLASSE SOCIAL – Classe Média
FAMILIA – Pai, mãe, e uma irmã.
ONDE MORA HOJE – Rio de Janeiro
ESTUDOU - Numa escola particular, parou de estudar aos 15 anos, no 1° ano, voltando a estudar mais tarde, aos dezessete, e se formando em Relações Publicas na USP.

Presente/Hoje
O QUE FAZ – Trabalha numa Corretora de seguros
O QUE GOSTA – De jogar palavras cruzadas e lê gibi
ALEGRE? TRISTE? – Triste
QUE MEIO SOCIAL FREQUENTA – Sem distinção, o meio que bem lhe couber.
CASADO OU SOLTEIRO? – Solteiro
PROFISÃO – Vende Seguros de vida
COMO SE PENTEIA – Não se penteia, tem um cabelo curto e liso, e uma barba rala, por fazer.
COMO SE COMPORTA – De forma segura e natural, fala o que condiz, e ouve o que convêm, tem poucos amigos, raros da Corretora, não é de se divertir, nem de extravasar, bebe socialmente, não fuma, assiste aos jornais sem muito interesse, é apaixonado pelos filmes de Kubrick, ler o que te parece inusitado, aprende com o que menos importa, algumas vezes tudo acontece e ele não percebe, amanhã já se esqueceu, ler o que procura, e as vezes se decepciona com ele mesmo.

adora o Sheridan Square do Jorge Mautner, e acha Nietczshe uma merda.

COMO ELE FALA E PENSA – Super educado, um gentleman, suas opiniões são meio contraditórias, não gosta de se expressar, nem de se explicar pra ninguém, prefere ficar do lado esquerdo do palco, ao invés do centro. Pensa que as opiniões são como verdades, cada um tem a sua, e que não precisa convencer ninguém de nada. questiona sempre se é crime querer ficar sozinho e não com um monte de gente que só fala bobagem.
QUEM E COMO ATUALMENTE É A SUA FAMILIA – A mãe saiu de casa quando ele tinha 15 anos, o pai suicidou na mesma época, e a irmã foi trabalhar na Grécia, por meios de uns gringos bacanas que prometiam palacios no campo.
COM QUEM MORA – Sozinho, tem como companhia os peixes que ele mantém preso num aquário sujo.
COMO É A SUA CASA – Um apartamento pequeno e bagunçado, sem muito moveis, um tapete sujo, almofadas, e algumas roupas espalhadas pela casa.
SEUS AMIGOS – Alguns do trabalho, ninguém especial.
IDEOLOGIA – Não gosta de poodles nem de ignorantes
RELIGIÃO – Procura acreditar em Deus sempre quando pode.
TEM ALGUMA CARACTERISTICA PARTICULAR – Anti-social apático, e espectador da vida. ele agradece, obrigado.
QUAIS OS FATOS QUE MARCARAM SUA INFANCIA E ADOLESCENCIA - Uma temporada no manicômio, e um flagra com a mãe fodendo com um doente mental.

Futuro/Amanhã
O QUE ELE QUER DA VIDA – Morrer.

Ainda bem que eu acredito em mim.

Não me levem a mal...

Aí um rabisco nada mau para o meu romance... são ideias sem formas ainda... mas é mais ou menos isso aí. bem mais que isso aí, ok?

(No bar)
-Ta. Pára.
-Não vai, olha pra mim... Isso, vira o rosto mais pra esquerda, aí... maravilha, ta linda. Pronto. Viu que não doeu tanto assim?
-Quando você me fode dói mais.
-Eu te amo.
-Ah, certo... Deixa eu ver essa foto, espero que você não tenha pegado o cartaz da Ivete Sangalo vendendo cerveja atrás de mim.
-Não peguei.
-Me deixa ver.
-Droga, por que você nunca acredita em mim?
-Metade das mulheres não acreditam nos homens, meu querido.
-E a outra metade?
-Desconfiam.
-Sei. Mas em mim você pode confiar, pode ter certeza.
-Tudo bem... ah, eu também não me importaria se a Ivete tivesse atrás de mim.
-Eu não estou falando da fotografia caramba!
-Não?
-Não po, eu to falando que te amo, e que eu sei que você não acredita quando eu digo isso.
-E por que eu acreditaria em você?
-Porque eu to sendo sincero, e você sabe disso. Por que eu te amo, e te levei café na cama... Que homem faria isso para uma mulher depois de já come-la? Me diz.
-Talvez o homem que queira come-la de novo.
-Ah não...
-Depende da mulher, meu filho.
-De que tipo de mulher?
-As que ficam. As que trepam muito bem.
-É. Muitas vezes depende do tipo de homem também...
-É mesmo? Qual tipo que fica?
-Os babacas.
-Hum... Prefiro os canalhas, eles estão aí desde Jece Valadão, é que nem carnaval.
-É que nem o Gil, não é?
-É. É sim, é que nem o Gil. Você sabe que você me lembra um pouco ele?
-Em quê?
-Eu não sei bem... Pra falar a verdade é um enigma, eu não sei explicar.
-É por isso que você está comigo, então?
-É claro que não. Quem você pensa que eu sou? Ai... Uma dor no pescoço...
- Eu sei que o Gil é um cara bom em tudo, eu até o admiro sabia? Mas eu tenho uma coisa que ele não tem. Ou melhor, eu tenho uma coisa que ele perdeu. Você. E isso me deixa imensamente honrado.
-Não sei por que da inveja. Você consegue ser melhor do que aquele filho da puta.
-Mais cerveja, chefe?
-Desce mais uma bem gelada aí camarada!
-E então? (Acendendo um cigarro.)
-Você não acredita no amor, né? Você não acredita que duas pessoas podem se amar de uma forma intensa e darem certo.
-É claro que acredito, eu assisto novelas. Meu bem, não existe proporções iguais de amor, sempre tem um que ama mais que o outro. Você devia ter um filho.
-Você não acredita em mim.
-Eu não acredito na sua certeza!
-E por que a gente não daria certo?
-E por que daríamos?
-Eu perguntei primeiro.
-E eu perguntei depois, e daí?
-E daí mocinha, que é por ordem de chegada. Primeira chegada, primeira tacada.
-Nem vou dizer onde você enfia essa tacada.
-Olha...
-Eu não sei se você é achista ou não, mas eu duvido muito das coisas. E acho irresponsável da sua parte se doar inteiramente pra mim.
-E quem disse que eu vou me dar inteiro pra você? As mulheres não iriam gostar nada nada disso.
-Retalha besta, dá uma parte pra cada uma. Elas ficariam felizes.
-Hum... Você vai ficar com o meu pau, aposto.
-Falo morto? Não querido, eu não sou o Jeffrey Dahmer, eu não me excito com partes mortas do corpo, prefiro uma mecha do seu pentelho ruivinho, para guardar de recordação.
-Ei, o que você acha da gente se casar?
-Casar?
-É. Casar, você nunca pensou em casar?
-Pra quê casar? Casamento nunca dar certo, é só um contrato que a gente faz com a rotina.
-Você não tem jeito não...
-Não tenho mesmo!
-Mas mesmo assim eu ainda te amo, e não tem como dar errado...
-É mesmo? Como você tem tanta certeza disso?
-Porque você é um bem que eu não sentia há muito tempo.


(... e por aí vai.)

quarta-feira, 12 de março de 2008

Manifesto.


Limpe o cu com os sentimentos mais nobres.

Ao coração.


(...) Eu que tenho um vasta plantação de amor no meu quintal, não vou perder tempo com uma mangueira que não cresce.
*De um poema que eu perdi.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A peleja com o caboclo Marujo na casa do Cavalo.

* A foto é da Bia, na festa do Coito Interrompido.

O Marujo é o cabloco de um amigo meu, a entidade mais Bukowskiana que eu já conheci, mas ontem ele chegou emputecido por que tomaram a vodka toda dele, que esse meu amigo havia guardado na geladeira.


Advinha quem tomou a porra da vodka?


Ele estava possesso, fumava um cigarro atrás do outro, compulsivamente. E furioso comigo, tanto que atirava as bitucas de cigarro na minha cara, sem antes apaga-los com a lingua, esfregando na lingua, ou na palma da mão.


Eu não tive culpa, não sabia que a vodka era do caboclo Marujo, e foi no embalo do sábado a noite que eu preparei uns drinks com pedaços de manga e vodka, sem saber o que me esperava.


Eu nunca irei esquecer o olhar de furia dele, o olhar duro que por mais que seja de raiva e ódio, carregava uma doçura dos olhos do meu amigo.


Enfim. Minha penitência foi levar para ele uma garrafa de quentão próxima semana, para me redimir.


Não só isso, ta marcado a peleja etílica, ele quer me derrubar achando que sou só pose. Vazio, vida sem vida, como ele mesmo me chamou.


O caboclo só sossegou quando chegaram as 16 cervejas geladas, aí ele se coçou, meteu os pés na mesa, relaxou, brincou ironizando as pessoas, ficou mechendo na buceta das moças, nos seios e da-lhe putaria verbal a noite inteira.
Bebendo no gargalo como um Jesse Valadão com presença de espirito. Minha sorte foi que ele levou toda minha bebedeira junto com ele.



Só ontem veio:

*Um espirito obssessor de um toxicômono: Hunf, cadê o pó, Hunf, uma vontade de cheirar um pó... cadê a cocaína?

(Rogério: Não tenho minha querida, só tenho ansíoliticos, pede nada pra mim não! O drogado da casa aqui é Rafa!)



*A Padilha: Hahahahaha! Eu sinto um gosto de sangue na minha boca... Hahahahaha!



*Oxum: O santo da agua doce.



*O Erê Zezinho: Tsssssssssssssiiiiii, me dá caramelo du pagito? Me dá doce, mel, bolo confeitado. Tsssssssssssssiiiiii...



*A cigana kardecista: linda, linda, serena, um absurdo de gentileza, descrição e requinte. ainda falava castelhano.



*E por fim, o caboclo Marujo: O Jesse Valadão do além.


Amém.

A vida como ela é agora.


Depois de noites e mais noites biritado dormindo na rua, porque era tarde demais para bater na porta da casa de minha tia, e porque meus amigos, enfim, sempre tinham uma desculpa lamentosa e lamentável, e eu não me importava, antigamente eu me sentia mais afim de querer os outros quinhentos da estória.
A calçada do departamento de tributo, lugar burocratico, foi uma das minhas noites de sono abafado e frio, a casinha do papai noel em mês de natal, dando uma volta no vigia e me enfiando lá dentro sem que ele visse, até esperar amanhecer, e logo quando abria a igreja eu iria para lá, e enquanto a missa se desfazia em sermões e amém, estava eu dormindo no banco de trás, naquele quentinho sagrado.
A praça vazia da cidade central, tremia até doer os dentes.
Muitas vezes assistindo os garis varrerem o lixo dos outros. Eles que não participaram do abalo da noite passada, que acordavam cedo _como as galinhas. Para limparem a cena do crime.
Cantando como galinhas, e as vezes tentando voar, sem sucesso.
Hoje eu tenho duas casas disponiveis.
Ainda não toquei no meu livro, apesar de ter ideias fugazes.
Ainda não encontrei minha 'puta'.
Tô lendo Herman Hesse e passando os olhos em Mate-me por favor.
Fui chamado para uma peleja etílica ontem com um caboclo.
Bebi 8 cervejas com uma entidade.
Me amarro na trilha sonora do desenho de Charlie Brown, e do filme de Frida Kahlo.
E acho que se Deus tivesse uma voz, seria a voz elegante do Frank Sinatra.

Bicha.


Millôr Fernandes chegou da Europa e é bicha: Martha Alencar é bicha e o marido dela, o Hugo Carvana bicha; o Sérgio Cabral, por sua "vez, tem vergonha, acha que pai de família não deve confessar isso mas eu sei é bicha; o Paulo Francis, que fica fazendo aquele bico, é bicha; o Chacrinha, nem se fala, é bicha; o Gérson mesmo jogando pra burro, é bicha; o Fortuna é bicha, bicha declarada, o Armando Marques é bicha; a tia da namorada do Denner é bicha; a namorada do Denner é bicha; o Denner é bicha; o Edvaldo Pacote é bicha, a Gal Costa é bicha; a Elis Regina é bicha; o Nelsinho Motta é bicha; os Luiz Carlos Maciel são bichas, os Monteiro de Carvalho são bichas; os Monteiro de Carvalho são bichas, menos um, por falta de tempo, o Ricardo Amaral é bicha; aquêle amigo do Ricardo Amaral é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o meu contrabandista é bicha; ele é bicha; o Flávio Rangel é bicha; o Pedro Álvares Cabral era bicha; o Antônio Houaiss é bicha; o Ulisses é bicha; o Maneco Muller é bicha; o Fernando Fernandes é bicha; o Vinícius de Moraes é bicha; o Carlos Drummond de Andrade, que ainda não me deu aquela entrevista, é bicha; o Sérgio Cavalcanti é bicha; o Jaguar é bicha; os contatos de publicidade, o Ewaldo e o Paulo Augusto, são tremendas bichas; e o chefe dêles, o Grossi, é bicha; o lvon Cury é bicha; o Daniel Mas, sem qualquer apelação, é bicha; como bicha é, também, o Antônio Guerreiro; o José Silveira é bicha; o Manolo é bicha;
o Chico Buarque é bicha; o Caetano Veloso é bicha; o Gilberto Gil é bicha; o Roberto Carlos é bicha; o Erasmo Carlos é bicha; o Zózimo Barroso do Amaral é bicha; o Jaguar é bicha; a Márcia Barroso é bicha; a Scarlet Moon de Chevalier, digo, a Scarlet é bicha, a Moon é bicha e a Chevalier é bicha; meu Deus, como o Paulo José e Dina Sfat são bichas; ah, sim, o Ênio Silveira é bicha; como esquecer que a Danusa é tão bicha como a Leão; bicha, também, pois, a Nara Leão, e o Cacá Diégues, que é marido dela, é bicha; e o Glauber Rocha, como todos os baianos, é bicha; a Rosinha, mulher do Glauber, é uma tremenda biçha; o Antônio Guerreiro é bicha; o Jaquar, que eu ia esquecendo, é bicha; o José Hugo Celidônio é bicha; nunca vi ninguém tão bicha quanto o Rogerio Sganzerla; bicha, mesmo, paravaler, é o lbrahim Sued, que não pode ser mais bicha; Doval é bicha; Jairzinho é uma bicha radical; falando em bicha: como vai você, Henfil; Minas Gerais é um viveiro de bichas; Ziraldo, por exemplo, quem pode negar? É a maior bicha de Caratinga; aliás, se vocês não sabem, esse tal de Caratinga também era bicha; o filho do Jaguar, tão pequenino já é bicha; também, o professor dêle é bicha, sô; ah, Virgem Santa, o João Saldanha é bicha; o César Thedim é bicha e a Tonia Carreiro, para provar o dito, também é bicha, falando nisso, o John Mowinckel é bicha; e o Pedrinho Valente, embora ainda não saiba, é bicha; a êsse lá sabe: o Ivo Pitanguy é bicha; há alguém mais bicha do que o Sérgio Bernardes? há, o Jaguar; ah, que saudades que eu tenho da bicha Cláudio Abramo; Afonso, Afonsinho, Afonsão, todos bichas; os Afonsos em geral, todos bichas,- tenho melancolia do Rio Grande do Sul porque as bichas que aqui são bichas não são bichas como lá; Olavo Bilac é bicha; o bigodinho do Oscar Niemayer não me engana; é bicha; ora Tom Jobim, vai ser bicha lá com a bicha do Frank Sinatra; como se não bastasse, de bichas, é claro, agora ainda anda por aí aquela bicha da Florinda; a bênção, minha bicha Baden; falando em bicha nada melhor do que uma bicha do Jorge Ben depois da outra; Charles Anjo 45 é bicha enrustida; você é bicha; o leitor, todos os leitores, são bichas; fala, bichonilda Sérgio Noronha; a Olga Savary é bicha e o livro dela é mais bicha ainda; Paulo Garcez é a chamada bicha respeitável; Jango é bicha; Brizola é subverbicha; e a Wanderléia, segundo a bicha do Flávio Rangel não a do no sentido possessivo mas do êle, Flávio - é bicha ternurinha; e quem diria, hem? todos os Macedos Soares são bichas; Rubem Braga anda caindo de tanto ser bicha.
Este parágrafo é bicha.
Por outro lado, Maria Bethânia é bicha; a democracia é bicha; êle é bicha mas eu não sou louco de dizer; salve a bicha mais bicha de Londres, a bicha do Ivan Lessa; o Jaguar é bicha, o Ferreira Gullar já representou o Maranhão no concurso nacional de bichas; todos os componentes do velho PSD são bichas; Paulo Mendes Campos é a bicha mais intelectualizada que eu conheço; falando em bicha, vocês lá viram que coisa mais incrível o gênero bicha-barbuda que é o Carlinhos Oliveira?; bicha para falar a verdade, mas bicha mesmo, é o Hélio Fernandes; criança, nunca verás uma bicha tão grande quanto a Maria Raja Gabália; fala minha bicha Marlene Dabus; você é tão linda, Teresa Souza Campos, mas é bicha, Joaquim Pedro e MeIo Franco e, portanto , bicha, pois todos os MeIo Franco são bichas; a Danusa Leão, insisto, é bicha; olha aqui, ô Matarazzo, não queira me comprar:, tôda a familia é bicha; e tem mais:
vocês lembram da Maysa, ex-Matarazzo? Pois é bicha, bicha é a torcida do Flamengo; e a do Botafogo se existisse, bicha seria; os velhinhos do Vasco são bichas; o Fluminense, vocês sabem, andam de salto alto; todos os brasileiros são bichas; Europa, França e Bahia - tudo bicha; Ásia, África, América e Passo Fundo, tudo bicha; inclusive o Jaguar, tudo bicha; é a maior bichite da história do mundo; que, por sinal, é bicha.
O único macho do mundo é o Nélson Rodrigues.
*Um artigo de Tasso de Castro publicado nos anos 70, no antigo jornal "O pasquim."

quinta-feira, 6 de março de 2008

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Desculpe meus camaradinhas de esquerda suuuper-revolucionários que não assistem tevê, eu também não assisto.
Mas se não fosse a Rede Globo nós erámos indios.

Do mesmo lado


De um lado: um excêntrico velho bêbado comunista, torcedor otimista de Barak Obama, e ex-hippie.

Do outro: um elegante velho burguês realista, frequentador assiduo de sites pornograficos e torcedor pessimista de Barak Obama.

E eu no meio de tudo isso, totalmente influenciável.

Moderadores de apetite.

Anfetamina:
Emagrece, dar onda, e você ainda fica inteligente. Olha que coisa maravilhosa!

"Ah meu filho... você é muito cafona, você ta por fora."
Foi o que eu ouvir como resposta, quando eu indaguei duvidando daquela mulher expótica, que não me parecia nem um pouco inteligente:

"Jura que a anfetamina deixa a pessoa inteligente?"
E quando eu ouvir também de não sei quem:

"Ó, Rafa já quer tomar, descobriu que bate onda."

E quando eu expliquei.
"É que eu sou da geração da cocaína, pô."
E quando veio o cumulo em forma de pérola:

"Amassa tudo e cheira, porra!"