sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Lixo!


Só mais dois, ou quatro capitulos e eu jogo a minha série no lixo da posteridade.
Eu concordo com quem disse que tudo é um tremendo esforço de ser.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Cego sonha?


Sonha com quê, hein?
Quem souber, por favor, me avisa.

Um sr. Depende.

No final da noite, me veio uma dessa...
(...)
-Depende.
-Depende de quê?_ eu perguntei.
-Aí que ta meu caro, a sua vontade termina quando começa a do próximo.

No qual eu respondi:

-Hã?! Como é que funciona isso?


(Eu que tô cagando disfarçadamente para a vontade do próximo...)

Ah! Me poupe!

Engraçado. Toda vez que aquele pedófilo barrigudo, de aparência ariana passa por mim, ele massagea o seu pau afim de ficar duro.
Como se eu fosse reparar no pau daquele que aos 46 anos tentou me molestar, quando eu tinha doze anos de idade.

Acho justo!

Então queridos. Para vocês que gostam muito dos meus textos, bem, eu vou deixar aqui um numero de uma conta bancária para vocês depositarem uma grana pra mim, para eu poder postar sempre...
Por mim, tudo bem, a exploração é um meio de vida, é o segredo do sucesso, e eu não me importo, contando que eu me divirta.
Cada canalha se vira como pode!
Se eu que sou eu, conseguir vender meu rabo letrado de arrogância e mel, para meia dúzia de pessoas que o São Google e eu desconhece, eu posso muito bem mecher na verdade sem me machucar, e à aceitar minha maldade, mesmo correndo o risco de ódio coletivo para quem um dia me admirou no auge do meu estado cult-decadente.
Tenho pena da modéstia.

Esses divórcios homeopáticos é uma grande chateação!

*Do bilhete preso por imãs.

"Rafa, briguei com o seu pai hoje, mas não se preocupe, porque dessa vez ele não se atreveu a me bater não.
Eu não sabia do setentizador...
Resolvir dar um tempo na decisão... vou passar esse fim de semana na casa da sua tia Bete*.
Seja sempre um grande homem, porque hoje em dia ser seu pai é: ser solteiro, velho ranzinza, turbeculoso e sem bunda.
Um beijo.
Tem comida na geladeira.
De sua mãe.
Edna."
*Tia Bete certa vez me disse que se conhece um preto pelo cheiro, geralmente eles fedem a bosta...

Da série... Poemas para provar que há amor em minha vida!

Meu coração diletante.

Brando em banho-maria.

Sempre morro dentro de um jarro.

Escondido nos seus dentes de barro.

Nicotina, alcaparra e vinha.

E ela fica em mim, da mesma forma que a marca do seu batom vermelho-puto fica no cigarro dos otários.

Por ser boa em demasia, o que era jarro se quebrou.

Evito as rimas para não ficar infantil.

Porque não sou poeta

Sou pastor.

Traio poema com poesia e gosto das prosas que eu tenho com os versos em dias de domingo.

A poesia em mim é boa de vê.

Como a cochia do teatro.

Como um deus lindo, que aplaude o sol nascente.

Como um Buda no papel.

Que logo é transformado em barco, pipa, papagaio.

Origamis em sua janela.

A poesia em mim, as vezes fede.

É parada como os barcos ancorados no caes.

Como a partida.

Contrapartida

As vezes parto

Contra a partida

Parto

Re-parto

Sangra

Sem braço

Sem os dois braços.

Dentro dos teus lençóis finos, eu me perco em tuas pernas, K. B Luda.

Porque você ainda não conhece os amores de colcha.

Ei.


O que é que teu silêncio ta fazendo alojado na minha garganta?
Eu que sou a tua vontade de falar...
Por que o teu cansaço mói meu corpo?
Eu que sou a tua vontade de dormir...
Por que os teus olhos não se fecham depois do primeiro tiro?
Eu que sou a tua vontade de esquecer...
Por que não ouço aplausos depois do primeiro ato?
Eu que sou a tua vontade...
Por que ninguem morre depois do primeiro amor?
Eu que sempre faço tuas vontades...

Ô Manhê!

A maconha é mais saudável que o tomate, pô.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pingo d´agua em chapa quente.


Na semana passada, num sábado, eu desci a serra. Andei uns 18 km atravessando matos e estradas de barro, na companhia de uns bons amigos, cachaça e bec. Nem eu mesmo acreditei nessa loucura, até tinhamos dinheiro para passagem de ônibus e tal, mas de toda forma, resolvemos ir a pé.
Beleza, on the road, saímos de Cruz das almas era duas e meia da tarde, mais ou menos, chegamos em Conceição do Almeida as seis e pouca da noite. Exaustos. Só para ter uma noção da andada.
Mas daí foi massa, fomos cantando, trocando idéias, paramos numa cidade chamada Sapé e fomos à casa de um cara chamado Val Punk, uma tentativa de cover do Raul Seixas, ele mora numa casa afastada de tudo, bem underground. O cara é lendário, resistência no rock e do desbunde dos anos 70, sabe um monte de coisa sobre musica, paramos lá para tomar uns quentões e ouvir Ramones. Beleza, beleza.
Saímos da casa de Val já tava escurecendo, e seguimos viajem rumo a C. do almeida, acabou que a gente se perdeu no meio do mato, estávamos com fome, exaustos, bêbados, todos sujos de lama, a comida havia acabado, e nessa hora o que eu mais queria ver eram as luzes da cidade acessa, e uma pista qualquer, carros, barulho, o que for algo que lembre a civilização.
Passamos por lugares cabulosos; natureza-morta, arvores frondosas no meio do nada, encruzilhadas sinistras, mato, lama, campo, bichos, invadimos um sítio para roubar laranjas. Pelas minhas contas, passamos por uns três retardados, se enquadrados dava-se uma pintura, ou uma fotografia cinza da Diane Arbus... algo bem próximo ao grotesco e ao solitário.
Na minha onda, na minha viagem particular, que era colher flores e todo tipo de lixo pelo caminho, não se pergunte por que.
Mas naquele momento era uma coisa fantástica pra mim, eu dava nome e estórias para as coisas que eu catava na estrada, côco velho, flores de diversas cores, palhas, folhas de bananeira, gravetos e etc... Tudo parecia uma oferenda, não me lembro agora exatamente das coisas que eu pensava naquela hora, mas garanto que era uma justificativa muito bonita, quase poética, senão.
Mas tive que me desfazer de tudo aquilo que colhi no meu trajeto, por causa da policia que vinha passando de ranger na estrada, justo no momento que Bbel e eu atravessávamos a pista correndo feito loucos, eu cheio de bagulho nas mãos, e os caras em cima.
Joguei tudo fora. Não sei por que, mas a policia não parou o carro, só nos olhou, meio de soslaio. Depois, mais tarde, eu descobri que aqueles policiais eram amigos do meu pai, que por alguma razão, talvez por isso nos deixou seguir sem o baculejo.
Então, chegamos em C. do almeida, e na manhã seguinte rolaria um festival de rock, um lance meio woodstock, começando pela manhã e indo até a noite, tinha o palco livre para poesia, e Marzinho, um amigo artista plástico me convidou para subir no palco num tom muito efusivo, alto, ele estava muito chapado, cheirado, e encheu minha bola, disse que eu era a maior promessa da literatura brasileira, que eu era uma espécie de Rimbaud dos tempos modernos, e o que eu tava fazendo?
Eu tava envergonhado. E quase não subir no palco de tão bêbado que estava, fui quando não tinha mais jeito e todo mundo já me olhava. Subi lá e li um texto, um texto bacana, mas antes de ler, eu falei:
"Antes de tudo, eu queria dizer que eu tô muito bêbado, com fome, sou disléxico e tenho um pouco de lingua presa, então por favor, não liguem se eu demorar de ler... ta bom?"
Daí, depois do texto, veio a melhor parte. As latinhas de cerveja voaram em cima de mim, eles eram legais até, jogavam umas latinhas semi-cheias-geladas, e eu tava mesmo precisando de cerveja, tava charopado de uísques baratos, catei as latinhas no palco e bebi os restos.
Era um lugar cheio de posers, hippies rastas, cawboys-new-wave-excêntricos, putas do barulho, adolescentes da pesada.
Houve bastante aplausos, é claro, como não? Elogios de depois, abraços dos meus amigos e tudo mais.
Duas coisas que causam comunhão, os aplausos e os gritos, e isso pra mim é tudo. E o que pode acontecer de pior? Uma critica. Só. Nada mais.
Eles eram péssimos de mira, me refiro a um grupo dispostos a anarquizar os alternativos, era uns sujeitinhos com umas caras pintadas, uma versão mal feita do Kiss.
Depois de mim, vieram mais dois corajosos poetas, bem, eu não prestei muita atenção, mas o cara que leru, leu muito bem, com uma revolta na voz e no olhar. Logo depois veio uma menina e recitou uma poesia lírica, e mais latinhas voadoras, acho que a menina saiu chorando...
Marzinho era o apresentador do festival, e foi ele que deu todo um ar rock and roll pra festa, tava muito louco e dizia um monte de loucura no palco, era um festival aberto, para todos da cidade. E ele parecia muito a vontade, enquanto a sociedade primitiva, os reacionários do lugar bradavam com o tempo gasto tomado por Marzinho que conversa fiado.
Ta, ta, Marzinho é um cara bacana, gente boa, artista talentoso, segundo ele, melhor que ele, só Salvador Dalí. Acho divertido isso, tambem não gosto da modéstia, tenho pena. Porra, se você sabe que é bom, algumas pessoas dizem que você é bom, até sua mãe diz, então você é bom e acabou!
Modestia é para quem quer confetes, é para gente fraca. Todo mundo precisa de um feedbeck, nem que seja para aprender a esnobar.
Gosto de ver a reação das pessoas com todo esse desbunde auto-afirmativo, quebrando as leis moralistas.
Acontece que Marzinho havia cheirado pó, e cocaína é uma droga que meche muito com o ego das pessoas, elas se sentem Deus, e foi isso que aconteceu. Um rapaz subiu no palco, e fez uma pequena homenagem ao resistente Val Punk, no qual Marzinho berrou:
-O maior cara, o mais resistente do rock and roll aqui sou eu porra! Eu
! Metal Lobo! O apresentador ta a milhão!
O desfecho da noite eu não presenciei, rolaria ainda uma queda, uns flertes, e uma banda de blues, tava muito cansado de toda aquela andada, e muito bêbado tambem, fui levado à reboque para casa no meio do festival.
Aquele festival, as pessoas, e os poetas corajosos, e os punks de araque, eu, tudo aquilo; Não passavam de caboclos querendo ser ingleses.

Fuga!

Então. Tô sem internet em casa, e escrever em lã house é uma merda, fora o tempo gasto, você não pode peidar a vontade, e fora também os seus vizinhos adolescentes usando o computador ao lado, ouvindo alto Ana Carolina, e cantando junto com Ana Carolina, o que é pior.
O Guilherme, que ta numa situação parecida, falou lá no blogue dele_ (O Vômito no vento). Que ta sem tempo para postar os textos dele, pois o pobre ta trabalhando feito o diabo_ lá em terras lusitanas.
Ora porra! Tempo eu tenho de sobra; porque não trabalho.
O que eu não tenho é dinheiro sobrando para frequentar casa de lã, porque não trabalho
também.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Saravá!

Era uma noite chuvosa de quinta feira, eu fui jogar baralho na casa de uns caras aí. Daí veio o convite lá para as onze e pouca da noite, de um amigo, o Marcelo, para irmos lá numa sessão, sei lá o quê, não sei bem dizer o que era, mas ele me disse que um morto, (que eles, do candomblé, chamam de egun) iria baixar num cabra aí.


Esse cabra aí é o pai de santo. O nome desse egun era Maria Rosa. E o Marcelo me chamou para ir lá, e disse que teria uísque, cigarros e tal, não fui pela bebida não, oquei?


Na verdade, nem queria ir, mas estava com Angelica, uma amiga, e ela acabou me convencendo de dar uma passadinha lá, bem rápido.


Pois bem, eu fui! Não ficava muito longe não, era na rua dos Fiados, perto do cemitério. Chegando lá, entrei porque chovia, do lado esquerdo da varanda, tinha o que me parecia como um jarro de barro, e umas velas acessas, a porta estava escancarada, e havia algumas pessoas sentadas na sala, umas dez pessoas, eu acho. Todos com caras de réu, cabisbaixo, com medo de falar alguma coisa imprópria, alguma coisa que a Maria Rosa não fosse gostar, me parecia que estava todo mundo pisando em ovos. Talvez, só fosse respeito.

A Maria Rosa era uma entidade, que estava no corpo de um homem, um homem lá com os seus quarenta e tantos anos, branco e calvo, com uma enorme e bonita tatuagem no braçoi direito, nesse mesmo braço escoreado por uma deformação, era um braço meio torto, estranho.

Segundo Marcelo, que me contou mais tarde, foi um acidente de carro.

Quando chegamos, duas mulheres saiam da casa, uma, por sinal, parecia que chorava.

Maria Rosa cruzava as pernas, elegante, tinha um turbante de renda branca na cabeça, ocupava com um homem de traços indígenas, um sofá.

Fumava tambem, os dois. Ao lado dela, um criado-mudo com dois litros de uísque Old Eight, sendo que um já pela metade, uma carteira de cigarros Carlton, um isqueiro por cima da carteira, e só.

Talvez tivesse mais algumas coisinhas lá, mas eu não reparei muito, fiquei olhando a casa dele, duas telas chamavam minha atenção, não eram bonitas, uma eu não lembro mais como era, e a outra era uma tela verde com três pirâmides, era uma tela cheia de tecnicas aprendidas na faculdade de artes plásticas, com certeza.

A casa era humilde, na estante da casa havia mais bebidas e duas bruxas feias. Todo mundo calado, tacturno, olhando para o chão, ninguem bebia, ninguem fumava. Só Maria Rosa, e o cara de traços indígenas, que surrupiou um cigarro dela, quando essa saiu para o quintal.

Mas antes dela ir, logo quando chegamos como todo bom pseu-educado; demos boa noite. No qual, ela nos observa profundamente e depois de um tempo, grita:

-Bôa Noitchie! (Uns abraços.)

Acomodamo-nos. No som vinha um arrocha grotesco, uma música brega e mal cantada, e fora um conhecido meu, todo vestido de branco, ficava movendo os ombros pra lá e pra cá, arriscando uns passos de dança, sem se levantar da cadeira; Bom pra ele, melhor pra mim.

Saiam fragmentos de conversas, tentativas de assuntos, coisas do tipo: Nossa, que frio! Hum... Eu já tô com sono... O quê? Sono, pô. Ahhh ta.

Alguns gestos tambem; Bocejos.

Um cara falava de umas carreirinhas de pó, ou foi só viagem impressa minha? Só sei que foi o bastante para a minha mente ir longe e imaginar eu indo até o banheiro e flagrar a Maria Rosa cheirando uma carreirinha cumprida de pó, com um caboclo manifestado no corpo de uma preta velha que não parava de comer. Maria Rosa, com o seu turbante de renda branca e a sua saia, tambem de renda.

-Oi du pagito, ta afim de dar uns grau?


A minha imaginação fértil foi embora quando ela voltou, ela; A Maria Rosa, que voltava do quintal. Ficou perto do criado-mudo, pegou um cigarro e sem colocá-lo na boca, acendeu o cigarro com o isqueiro, queimando a ponta do cigarro, até ele acender_ um processo, digamos, lento. Serviu-se de mais um pouco de uísque sem gelo, e sentou novamente no sofá, ao lado de indígena, cruzou as pernas, um olhar diferente, meio doce, meio puta, ela era debochada, mas tinha um quê de serenidade. Olhou para mim, como que se quissesse me contar um segredo, mas só me ofereceu bebida.

-Não. Obrigado.

-Por que "do pagito"?

-Não tô com vontade de beber.

-Tu fodche?

-O quê?

-Tu fodche? Num sabe o que é fodcher não é?

-Sim. Fodo. (Nessa hora eu já estava um caqui-vergonha, eu sou tímido pra caraleo, e pensei ao falar "Sim. Fodo". "Fodo", personagem do Senhor dos anéis.)

-Tu fodche com a paciência, ou com o mundo?

-Hãn? Não entendi.

Ela repetiu a pergunta com um sotaque engraçado.

-Errr... Com os dois. _Eu respondi, dei por entendido para encerrar o papo, sendo que eu navegava por mares nunca d´antes navegados.


Aí Maria Rosa levantou o pesçoço pro alto e deu uma risada aguda e debochada. segurando o seu copo de uísque, olhou para Angelica e disse:

-Sorte sua! Hahahahahahaha! (Colocou as mãos entre a boca, como se fosse contar um segredo, e disse para o restante das pessoas na sala.) Azar tambem! Hahahahahahaha!

Não demorou alguns minutos com ela entoando canções cafonas, e bebendo e fumando, e todos quietos, com caras de réu, com caras de hell.

Ela chamou Marcelo, e explicou alguma coisa, na verdade, ela nos colocou educadamente pra fora, disse que teria uma "limpeza" agora, só para as pessoas da casa, e que outro dia, amanhã, ela viria novamente, e para chegarmos cedo, que rolaria um "mela-cueca", uma dança, uma festinha. Mas que hoje, já era algo marcado, a tal da limpeza.
Então ta, Marcelo se despediu dela com um abraço e dois beijos no rosto, ela parecia gostar muito dele, mandou um monte de santo acompanha-lo.
-Vamos pessoal!_Marcelo disse.
Angelica e eu demos tchau de longe, ahhhh, pra quê bicho? A Maria Rosa pirou!
-Venha me dar um abraço, sua cachorra! Vai embora assim sem falar comigo é sinhá puta?
(Angelica dar um abraço na Maria Rosa e escuta conselhos para abrir as pernas sempre que nescessário, fodche, fodche, fodche.)
Minha vez.
Um abraço apertado. Toda a afetividade veio dela.
-E tu fio? Tu ainda vai fodcher hoje?
-Errr... Não.
-Por que não?
-Porque não.
-Tu fodche com ieu?
-Não.
-Por que não? Tu não gostou de ieu?
-Errr... Gostei, mas... (Sorrisinho amarelo)
-Tu gosta de buceta?
(Amarelo manga foi minha cor nessa hora, todo mundo me olhando e eu todo sem graça.)
-Gosto.
-Buceta é bom fio, come memo, eu tenho! Tu num quer não? Num fodche com a paciência dos outchos não, é pra fodcher memo. Hahahahaha!
-Ta.
-Viu? Tchau.
Eu tava tão nervoso e sem graça, que quem é timido sabe, que todo timido tem um quê de ousadia, e a ousadia nessas horas é tão descabida e efêmera que você nem pensa.
-Errr... A senhora tem um careta aí?
-O quê?
-Cigarros.
-Não! Aqui não é buatchee! Ta pensando o quê hein? Não vou lhe dar não!
-Ahta, brigado. A senhora é muito gentil.
E assim dei as costas e fui-me embora, sem olhar pra trás e sair com a garagalhada daquela mulher misteriosa ecoando nos meus ouvidos, e certamente com os risinhos dos caras de hells daquela sala embalada por caras tristes, uísques, cigarros e baladinhas bregas.
Saí numa chuva fina que resfria, sem mais nem por que, o meu olfato ficou apurado, e parecia que eu podia sentir todos os odores do mundo.
Enxofre, carniça e sabão em pó, cada um em seu momento, cada qual em uma rua diferente.
Passei por duas encruzilhadas, cheguei em casa, tirei toda minha roupa e mais parecia que eu estava tirando um fardo, ou uma pesada armadura romana.
Energia pesada ou chuva fina que resfria?
E viva as opções!
Em tempos de cão botar, fecha os olhos que tu encontra.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Ainda sobre teatro...

Hoje eu sonhei que o meu pênis servia de objeto cênico para uma peça teatral estrelado por Fernanda Montenegro e Marisa Orths.
Sorte minha.